Vice-Presidente visita Centro de Produção de Radiofármacos do InsCer
Área integra o Campus da Saúde da PUCRS, iniciativa que tem formato inédito no País e reúne ensino, pesquisa, inovação e assistência às pessoas
Foto: Camila Cunha
Nesta quarta-feira, 15 de dezembro, o Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, esteve no Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer) para uma visita técnica ao Centro de Produção de Radiofármacos, estrutura capaz de desenvolver produtos com potencial para serem utilizados na rotina clínica, contribuindo para o melhor prognóstico dos milhares de pacientes com câncer e outras doenças. Foi recebido pelo Vice-Reitor no exercício da Reitoria, Ir. Manuir Mentges, membros da Administração Superior da Universidade e Diretor do Instituto do Cérebro, o neurologista Jaderson Costa da Costa.
Prestes a completar dez anos de atuação, o InsCer é um polo de desenvolvimento, pesquisa e inovação na busca de soluções às doenças que acometem o cérebro e está orientado a atender demandas de pacientes e da sociedade.
“Aqui, o foco principal é o paciente. O InsCer nasceu pela ação de pessoas que acreditam no País. Nós temos uma indústria farmacêutica com uma característica muito especial, um produto não estocável produzido para o dia. Somos a primeira indústria da iniciativa privada autorizada a fabricar esses radiofármacos. Nós tivemos de aprender a fazer, a usar, e isso nos deu uma grande expertise. Estamos aqui combatendo Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson, e estamos fazendo o mesmo para cânceres. Não só diagnósticos, mas também tratamento”, destacou Costa.
Foto: Camila Cunha
Em nome da Reitoria, Mentges agradeceu a visita de Mourão e reforçou a preocupação da Universidade em formar cidadãos com capacidade de transformar a sociedade: “Nossas premissas são inovação e desenvolvimento. Nós buscamos constantemente dar as melhores respostas à sociedade, e nosso Campus da Saúde é algo que traduz na prática o que nossa instituição acredita, transformar pesquisa em ações que possam ajudar as pessoas e ajudar nosso País a se desenvolver por meio da educação”.
Antes de se dirigir para o Centro de Produção de Radiofármacos, Mourão expressou sua satisfação em voltar à Capital e, em especial, à PUCRS, instituição que, como disse, era frequentada por amigos próximos durante a adolescência.
“Para mim hoje é um dia especial por vários aspectos, também porque volto a Porto Alegre, minha terra natal, e sempre tem um filme que passa pela nossa cabeça. Não há dúvida de que o Instituto do Cérebro é um motivo de orgulho não só para nós gaúchos, mas para todo Brasil”, enfatizou.
Após o percurso, guiado pelo diretor do InsCer e pela coordenadora de Produção e Qualidade, Louise Hartmann, Mourão falou sobre a unidade: “Para quem já conviveu um tempo com uma pessoa vivendo as dificuldades de doenças dessa natureza, você vê o trabalho aqui, a meticulosidade, e a busca a formas para chegar na cura, acho que isso é fantástico. E, como disse, é um trabalho anônimo que só faz o bem a todo mundo”.
O Centro de Produção de Radiofármacos
O Centro de Produção de Radiofármacos está situado no andar térreo do Instituto do Cérebro do RS, e conta com uma área de aproximadamente 900 m2. Em sua estrutura, possui um bunker onde está instalado o cíclotron, equipamento acelerador de partículas que é capaz de produzir material radioativo utilizado para fins médicos (ex. 18 F, 11 C, 13 N e 15 º). Além disso, é constituído pelos Laboratórios de Produção, de Controle de Qualidade Físico-Químico e de Controle de Qualidade Microbiológico. No Laboratório de Produção estão instalados equipamentos automatizados dentro de hot cells (capelas blindadas) para a síntese de radiofármacos.
Os radiofármacos são substâncias utilizadas em doenças neurodegenerativas e oncológicas e têm despertado grande interesse no mundo inteiro em função da expressiva ocorrência na população. O vice-presidente visitou o local e ouviu a explicação técnica da coordenadora do Centro de Produção de Radiofármacos, Louise Hartmann.
A estrutura é equipada com a mais moderna tecnologia para produção de radiofármacos, construída dentro das exigências de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos preconizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. As exigências da Comissão Nacional de Energia Nuclear também estão contempladas, através de normas específicas que visam a segurança do paciente, dos trabalhadores e do meio ambiente.
Os radiofármacos fabricados no InsCer são utilizados internamente para os pacientes atendidos no Centro de Imagem Molecular do Instituto, e também são enviados para clientes externos, por meio de uma parceria com importante empresa privada do setor de radiofármacos do Brasil, a R2.
Além da produção de radiofármacos conhecidos e utilizados mundialmente para aplicação na técnica de diagnóstico por imagem, PET/CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons acoplada a Tomografia Computadorizada), o Centro de Produção de Radiofármacos do InsCer trabalha no desenvolvimento de novos produtos.
O InsCer
Entidade filantrópica que faz parte da Rede Marista e é mantida pela União Brasileira de Educação e Assistência (UBEA). Tem duas linhas de atuação: a pesquisa e a assistência. Como pesquisa, é conduzido por um time de neurocientistas renomados mundialmente e está comprometido com o desafio de desenvolver pesquisas na área de neurociências que sejam aplicadas à população. Como assistência, oferece serviço de exames de imagem com equipe qualificada e tecnologia de altíssimo nível.
Inaugurado em 6 de junho de 2012, originou-se a partir do grupo de pesquisa em neurociências do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS, com o objetivo de atuar em pesquisa e desenvolvimento translacional em saúde. Em 9 de novembro de 2020 teve sua estrutura ampliada, finalizando o projeto original que havia sido concebido, com uma área total de 9.335 metros quadrados.
São sete laboratórios altamente equipados e representam um avanço para as pesquisas translacionais, com espaços que favorecem a interação entre cientistas. Esses ambientes são dedicados exclusivamente aos estudos pré-clínicos do cérebro. No local, novos exames e tecnologia de diagnóstico e reabilitação estão sendo oferecidos à população, como a estimulação magnética transcraniana e as avaliações neuropsicológicas e multidisciplinares.
O Campus da Saúde da PUCRS
Consiste em um modelo integrado e multidisciplinar de atuação pensado para atender o movimento de cuidado integral com a vida e promoção da saúde em todos os sentidos, conectando as atuações do Parque Esportivo, do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (InsCer), do Centro Clínico, do Centro de Reabilitação, do Hospital São Lucas da PUCRS (HSL), das Escolas de Medicina e de Ciências da Saúde e da Vida e de iniciativas de inovação como o BioHub, empreendimento do Tecnopuc que atua na geração de negócios inovadores em ciências da vida.