Este projeto propõe um estudo sobre o cinema e o audiovisual no Brasil contemporâneo nas suas interações com novos ambientes tecnológicos e seus desdobramentos espaciais e temporais, investigando os possíveis efeitos na tríade produção-distribuição-exibição.
O recorte volta-se para o Rio Grande do Sul na sua condição de terceiro polo produtor do País para verificar e identificar os fenômenos que atuam na capacidade de produção e circulação das obras audiovisuais.
O objetivo é investigar as dinâmicas de um espaço audiovisual localizado fora do eixo hegemônico do País, verificando como a tecnologia altera as configurações de espaço e tempo, gerando especificidades locais/regionais, ao mesmo tempo em que amplia a sua dimensão global intrínseca. Neste sentido, o estudo adota uma inspiração teórica nos pressupostos de Harold Innis, sobre o bias da comunicação, no sentido de buscar evidências de uma ênfase (ou tendência) que se estabelece no espaço audiovisual, sobretudo pela via tecnológica.
Para tanto, o eixo central da pesquisa será organizado a partir de verificações sobre como os aparatos (e ambientes) tecnológicos atuam no tempo de produção e de circulação da obra audiovisual (as relações entre mais velocidade na produção, gerando maior volume de produtos e maior ou menor circulação) e quais as configurações espaciais decorrentes. Trata-se de formular novas questões sobre os modos de produção e circulação do audiovisual nacional/regional, contemplando também aspectos econômicos e socioculturais (instituição e mercado).
O projeto dá continuidade ao percurso do autor com pesquisas voltadas para a problemática da circulação do audiovisual brasileiro – Assimetrias, desempenho e crise no cinema brasileiro contemporâneo (2009-2013) e Consumo em rede. Distribuição de conteúdos audiovisuais em plataformas digitais (2013-2016) – inclusive, compartilhando dados já existentes.