20/12/2021 - 13h24

Iniciativa do Instituto Ling e Tecnopuc desenvolve projetos de arte e tecnologia

Nos últimos oito meses o Instituto Ling e o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), por meio do  Laboratório de Criatividade (Tecnopuc Crialab) desenvolveram o projeto Arte + Tecnologia. O objetivo da iniciativa é formar novos públicos e refletir sobre a potencialização da arte nos ambientes digitais. Foram abordados temas como inteligência artificial, experiências imersivas, gamificação, realidade aumentada e a intersecção entre a tecnologia e os diferentes gêneros artísticos. Mais de mil pessoas tiveram acesso ao conteúdo oferecido de forma gratuita e em modelo híbrido.

Nesta última semana, foram apresentados os trabalhos desenvolvidos durante a fase dois do projeto. Os grupos, formados por pessoas com interesses de diferentes áreas do conhecimento, foram  selecionados via edital e puderam utilizar os laboratórios do Tecnopuc para desenvolverem suas ideias,  como o Centro de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico da PUCRS (Ideia) e o  Centro de Produção Audiovisual (Tecna). 

O grupo da empreendedora do setor cultural Aline Barbosa desenvolveu o projeto Ibi, um avatar-mediador transdisciplinar feito em realidade aumentada (RA) com a intenção de estabelecer uma relação interativa, sensível e criadora entre as artes, as ciências e o mundo. A experiência no projeto foi incrível. Tivemos a sorte e competência de montar uma equipe qualificada, diversa e com conhecimentos suficientes para que o projeto não se concluísse somente como um protótipo, mas também como o início de um produto com escalabilidade. As atividades realizadas me fizeram entender como o processo colaborativo pode converter ideias em ótimos produtos.Sem a participação de todos os membros da equipe e sem o acolhimento, apoio, consultoria e feedback do Instituto Ling e do Tecnopuc não teríamos criado o que temos hoje”. 

Amaranto Manatit, produtor cultural, utilizou o Laboratório de Animação do Tecna para desenvolver o projeto do seu grupo  “As Mil Faces de Makunaima”, um trabalho de pesquisa e produção audiovisual de animação em parceria com a Galeria Jaider Esbell de Arte Indígena Contemporânea, a partir das obras do artista indígena contemporâneo Jaider Esbell. Amaranto ressalta que a utilização dos laboratórios com o suporte do Tecna proporcionou o aprendizado dos softwares de animação. “As consultorias proporcionadas pela equipe do Tecna e do Tecnopuc, colaboraram no entendimento de princípios artísticos aplicados às realizações audiovisuais”.

Ana Berger, Líder do Crialab, explica que o projeto contou com  áreas específicas do conhecimento e a participação de atores internos da universidade. “O Instituto de Cultura contribuiu no planejamento da fase de construção do conhecimento. Professores compartilharam seus conhecimentos em palestras e materiais. Designers do Tecnopuc Crialab co-criaram e prototipam soluções com os participantes. Técnicos dos laboratórios do Ideia e Tecna facilitaram o uso de equipamentos e outros recursos físicos. Queremos manter aberto esse canal de contato com os participantes. Alguns grupos perceberam na sua solução uma oportunidade para empreender. Certamente o Tecnopuc se mostra como um ambiente para isto”. Ana também  ressalta que o projeto Arte + Tecnologia evidencia o poder da colaboração ecossistêmica para impactar e aproximar pessoas da arte, da tecnologia e da economia criativa.

 

Saiba mais sobre os trabalhos desenvolvidos no projeto Arte + Tecnologia. 

As Mil Faces de Makunaima

Participantes: Dimas Sehn, Elisa Gottfried, Celso Luiz Sant’Anna (jornalista e dramaturgo), Erica Takahashi artista e iluminadora., Karim Aquere Filho (físico e fotógrafo) .

“As Mil Faces de Makunaima” é um projeto de animação a partir da mostra “Trans Makunaima: o buraco é mais embaixo” de autoria do artista indígena Jaider Esbell para imergir no mundo de Makunaima. As obras são em fundo preto, representando o caos do universo, o primeiro ponto de luz organiza as formas em constante transformação. Essa exposição vem para questionar e aprofundar a própria identidade brasileira representada nessa figura mítica.

Des.liga

Participantes: Karen Axelrud Sondermann; Tatiana Lorentz Sperhacke; Thiago Muradas Bulhões.

O projeto des.liga pretende desenvolver duas atividades vinculadas à arte e tecnologia em, dividido em 2 eixos: 1 Projetar e executar em processo de manufatura aditiva, um receptáculo para conter um celular com o objetivo de isolar/guardar o mesmo; 2 idealizar um aplicativo com o objetivo de oferecer sugestões de experiências em seu tempo com atividades perceptivas, sensíveis e poéticas. O fato de o celular estar no receptáculo auxilia a pessoa a se desconectar desta tecnologia.

IBI

Participantes: Aline Santos Barbosa; Bruno Freitas; Joel Augusto Fogaça Barbosa; Leandro dos Santos Silveira; e Regina Maria Guaragna

O crescimento das tecnologias nos permite experimentar infinitas possibilidades de desdobramento e encontros. Desta forma, criaremos um avatar-curador, sem gênero, híbrido e passível de transitar entre espaços possíveis e imaginados. Seu objetivo é informar e transformar através da cultura e da arte, sendo a ponte na fissura entre saberes. A inclusão dessa interface virtual permitirá estabelecer uma relação interativa, sensível e criadora entre as artes, suas experiências e o mundo.

Multiversos

Participantes: Ana Cleia Christovam Hoffman; Alex Ramirez; César Steffen; Fredy Vieira e Rubem Fagundes. 

O projeto visa criar um aplicativo gratuito para narrar, através da realidade aumentada, fragmentos da história de Porto Alegre. Através do mapeamento dos lugares e das histórias, serão produzidos conteúdos que irão contar essas narrativas, provocando uma nova experiência ao usuário. Com o desenvolvimento da economia criativa, novas oportunidades de negócios fomentam a economia local. Somados a isso, por meio de inovações tecnológicas, abre-se a possibilidade para novos estímulos cognitivos. Através do ambiente digital e de experiências interativas como a realidade aumentada, utilizaremos meios midiáticos para manifestar as expressões culturais e recontar histórias. O uso destas novas tecnologias possibilita aprendizagens e outras relações com a cidade.

MundiAR

Participantes: Alice Lazzari e Matheus Santos Oliveira. 

O projeto MundiAR teve seu início na edição de 2020 do hackathon Abra-te Código (https://www.goethe.de/prj/hyc/pt/bra.html), evento que possibilitou a formação de uma equipe de diferentes lugares do Brasil com o objetivo de conectar as instituições culturais com a inovação e tecnologia. MundiAR surgiu com o objetivo de conectar as coleções e acervos dos museus com os estudantes e professores, contribuindo para os processos de aprendizado e acesso à cultura. A partir disso, ampliamos a nossa ideia para abranger outras áreas da educação através dos principais diferenciais do projeto: o uso da Realidade Aumentada, a interação com a gamificação e o acompanhamento do professor – jornada que permite uma gestão do conhecimento de forma prática, rápida e divertida.

Nem Tudo que é Sólido desmancha no mar (Corais)

Participantes: Andreza Cabral.

O trabalho proposto é uma instalação imersiva sobre o branqueamento dos recifes de corais, fenômeno devido principalmente ao aumento da temperatura dos oceanos pelo aquecimento global. Utilizando manufatura aditiva, iluminação e sonorização, visa-se criar um ambiente em forma de corredor em que se experiencie estar dentro de um ecossistema marinho vivo, a partir de formas, cores e sons, e que, progressivamente, se torna um local com menos vida, até estar completamente desolado. Dentre tantos efeitos do aquecimento global, um dos mais alarmantes é o branqueamento dos recifes de corais em muitos lugares do mundo, incluindo no Brasil. A partir de uma experiência imersiva inspirada em um ambiente marinho, com cores e formas que dificilmente seriam possíveis de outra maneira que não fosse a impressão 3D, a instalação aqui proposta visa trazer mais admiração pelos ecossistemas presentes no mar, bem como alertar para os riscos que os assolam.

Photons

Participantes: Marcos Perez e Priscila Ferraz

Photons é um projeto que traduz essa beleza oculta numa impressão 3D cheia de novos conceitos, ideias e emoções que enriquecem a imagem original. No projeto Photons, nós desenvolvemos um outro jeito de enxergar a luz e a imagem e transformamos uma ideia teórica em um objeto físico. A partir de uma foto, nós desenvolvemos um algoritmo que simula a reconstrução dos fótons que criaram uma imagem, e fazemos eles evoluírem dentro de um algoritmo quântico com o objetivo de enriquecer as emoções que a foto carrega, com a beleza oculta da teoria que governa a simulação, a física quântica, uma ciência que inspira, surpreende e que em breve vai ser parte do nosso cotidiano. O resultado é uma obra carregada de novos conceitos a qual pode ser impressa e exposta em um quadro, mas nós buscamos dar forma real à esta teoria e conectar o espectador com este novo mundo, por isso a impressão 3D permite-nos criar uma obra interativa que sai do papel para dar uma nova perspectiva da experiência oferecida.

 

Ver Sem Olhar

Participantes: Luiz Fernando Rhoden, Tales Beier Ferreira, Regina Galbinski Teitelbaum, Ricardo Santos Olszewski, Aline Monteiro Correia.

O projeto pretende dar acessibilidade às pessoas com deficiência visual às obras de arte em 2D, possibilitando-lhes o entendimento da mesma e a percepção das cores que a compõem, através de impressões 3D da mesma obra e utilização de áudio-descrição, além da decodificação das suas cores. A acessibilidade às pessoas com deficiência visual às obras de arte sempre foi uma preocupação. Em vários momentos, visitando galerias de arte ou museus, percebeu-se essa dificuldade, que, hoje, pode ser superada através da tecnologia.

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