Pró-Mata integra programa para pesquisa ecológica de longa duração

CNPq aprovou o projeto submetido pelo Centro, que se torna o terceiro sítio de referência para a pesquisa científica de longo prazo em Ecologia de Ecossistemas do Rio Grande do Sul

04/12/2020 - 17h00

Vista aérea da sede do Pró-Mata / Foto: Divulgação IMA

Criado em 1999, o Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (PELD) é um programa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que objetiva estabelecer uma rede de sítios de referência para a pesquisa científica de longo prazo em Ecologia de Ecossistemas. Atualmente são 34 sítios PELD em operação, sendo dois no Rio Grande do Sul: o sítio PELD Campos Sulinos e o sítio PELD Estuário da Lagoa dos Patos e Costa Adjacente. Em edital recente, com resultado divulgado nesta semana, o CNPq ampliou a lista para 41 sítios financiados, incluindo a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Pró-Mata como novo sítio PELD no Rio Grande do Sul.

A RPPN Pró-Mata abriga, em seus 3100 hectares, ecossistemas remanescentes primários e em regeneração da Mata Atlântica, localizados na borda do planalto da Serra Geral, no município de São Francisco de Paula. A RPPN inclui áreas de Campos de Altitude, Mata de Araucária e Mata Atlântica stricto sensu e abriga uma notável riqueza de elementos tropicais da flora e fauna. Representando uma fração relevante da Mata Atlântica do Rio Grande do Sul, tombada pela UNESCO e que compõe a Reserva de Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida internacionalmente como um dos 25 hotspots de biodiversidade mundial.

Novos projetos

O projeto aprovado, que receberá recursos de R$ 336.728,00, encontra-se dividido em oito subprojetos, cada qual coordenada por um pesquisador experiente e de reconhecimento na área de atuação, com colaboração de pesquisadores da UFRGS e UNISINOS. O conjunto de subprojetos atende aos seguintes objetivos gerais:

1. Descrever e quantificar os processos de sucessão em fragmentos de floresta primária e secundária; a alteração na composição de espécies, na densidade, estrutura etária e biomassa; e como se dá a dinâmica de fixação de carbono.

2. Descrever e quantificar como se dá a sucessão nos fragmentos de campo e na interface dos mesmos com a floresta. Avaliar a influência de distúrbios na diversidade biológica de campos, assim como qual a frequência de eventos de queimada que redunda em maior diversidade vegetal e animal em áreas campestres.

3. Identificar as respostas da biota em processos de longo prazo em contexto de alteração climática global, do aumento do impacto antrópico na alteração e fragmentação de habitats, assim como na aplicação ambiental em larga escala de agroquímicos.

4. Descrever e quantificar, em longa série temporal, as alterações de diversidade a abundância de abelhas nativas como grupo funcional polinizador, de aranhas como invertebrados de topo de cadeia, de anfíbios como grupo mundialmente ameaçado, assim como aves e mamíferos como grupos emblemáticos e altamente significativos.

5. Descrever como se dá a evolução da biota no tempo, tanto em termos de diversidade como em abundância relativa, medidos através da amplificação de fragmentos de DNA ambiental (e-DNA) coletado em amostras de água e de solo, identificados em nível específico através da construção de uma biblioteca de DNA barcoding para a fauna e flora regional.

Leia também: Campus Living Lab: a sala de aula ao ar livre no Pró-Mata

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