Evento amplia debate sobre eSports tornarem-se uma modalidade olímpica

Atividade reuniu especialistas na Escola de Ciências da Saúde, em 29 de abril

03/05/2019 - 19h05
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A iniciativa reuniu especialistas em estudos olímpicos, filosofia, jogos eletrônicos e comunicação social. Foto: Camila Cunha

Uma discussão iniciada em 2017, quando os eSports começaram a ser tratados pelo Comitê Olímpico Internacional, no contexto dos jogos regionais da Ásia (equivalentes aos Jogos Pan-Americanos), ganhou espaço na PUCRS nesta semana, no inédito evento eSports em Debate: Potencial Olímpico e Desafios. Organizado pelo curso de Educação Física da Escola de Ciências da Saúde, como aula inaugural, a iniciativa reuniu especialistas em estudos olímpicos, filosofia, jogos eletrônicos e comunicação social. A atividade, realizada em 29 de abril, no auditório do prédio 81, contou com a presença do professor e pesquisador Lamartine Pereira da Costa, que no mesmo dia recebeu o título de Doutor Honoris Causa.

Uma série de temas é levantada quanto o assunto dos eSports vem à tona, pois os entendimentos são distintos. Há quem defenda sua categorização como esporte quando há a prática por atletas de alto desempenho, diferenciando-os, por exemplo, dos amadores jogos eletrônicos, entretenimento comum a milhares de jovens e adultos. Daniel Cossi, presidente da Confederação Brasileira de eSports, é um dos defensores desse ponto de vista. Já para Ricardo Vela, filósofo e coordenador da Escola de Esporte, os jogos olímpicos foram criados para promover um ideal, o olimpismo, algo que vai além da competição.

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O evento recebeu 150 participantes. Foto: Camila Cunha

De acordo com o professor Nelson Todt, coordenador do Grupo de Pesquisa em Estudos Olímpicos (GPEO) da Escola de Ciências da Saúde, entre os requisitos para que os eSportes se tornem uma modalidade olímpica está a representação em vários países, contemplando todos os continentes. Ele comenta que uma ala de autores da antropologia e da educação física não aceita os eSportes como modalidade olímpica, por não envolver questões como condicionamento físico e a filosofia do esporte com ato de integração entre os povos. No entanto, pesquisadores chineses trazem argumentos que levam em conta a ação das sinapses.

Na opinião de Todt, “se fosse criado algo mais segmentado, poderia ser tratado como os jogos paralímpicos, que caminham ao lado dos jogos olímpicos, e não são necessariamente uma modalidade olímpica. É preciso que os eSportes se alinhem aos princípios filosóficos do olimpismo”, destaca. Ele, porém, ressalva que este é um posicionamento entre outros que ampliam o conteúdo acadêmico sobre este segmento por meio do projeto eSports nos Jogos Olímpicos: uma perspectiva a partir de protagonistas nos games e especialistas no movimento olímpico, sediado na PUCRS. Além de Nelson Todt e Alessandra Scarton, pelo GPEO, participam como pesquisadores convidados André Pase, da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos e Luis Henrique Rolim. Também integram o grupo os estudantes Guilherme Berlitz (Educação Física), Lucas Baptista (Escrita Criativa) e William de Oliveira (diplomado em Educação Física).

Com aproximadamente 150 participantes, além de professores e estudantes da PUCRS, o evento recebeu uma comitiva do curso de Educação Física da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), que se dedica ao estudo dos esportes olímpicos.

Confira imagens:

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