Estudante de Educação Física é vice-campeão mundial de kettlebell sport

Sandy Martin integrou a delegação brasileira que competiu em Milão, na Itália, em junho

04/07/2018 - 15h33
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Sandy Martin, segundo atleta a partir da esquerda, representou o Brasil em Milão (Itália) / Foto: Divulgação

Em 2012, quando iniciou a prática do kettlebell sport despretensiosamente na cidade de Candelária (RS), Sandy Martin, 29 anos, estudante do curso de Educação Física da PUCRS, mal poderia imaginar que, em 2018, subiria ao pódio, em sua primeira competição internacional, representando o Brasil, em um dos esportes mais novos a ser disseminado pelo mundo. Durante o WKSF World Kettlebell Sport Championship, ocorrido na localidade de Malpensa, em Milão, na Itália, o atleta sagrou-se vice-campeão mundial na modalidade Long Cycle, categoria profissional 75kg – 80kg. Ele ergueu 56 vezes, da linha dos joelhos até a parte superior da cabeça, um par de pesos de 32kg, no período de 10 minutos. O campeonato, ocorrido entre 21 e 24 de junho, contou com 350 atletas de 27 países, e a delegação brasileira participou com nove desportistas.

“Obtive índice para classificação ao mundial em dezembro de 2017, na seletiva de São Paulo, durante o Campeonato Brasileiro de Kettlebell Sport”, relata Martin, com certa modéstia. Nesse certame, ele não só venceu, como também quebrou o recorde nacional, também com 56 repetições – cinco acima da marca anterior – nesta que foi sua segunda prova na elite, com carga de 32kg.

Após a vitória obtida em terras italianas, o universitário motiva-se com novas metas. “Estou muito feliz com a conquista nessa primeira prova internacional. Agora, pretendo subir de categoria, o que vai me deixar mais competitivo”, projeta. Seu plano é passar para o nível de peso corporal entre 80kg e 87kg, no qual também está seu treinador e introdutor no esporte, Christian Thier. Outro triunfo importante em Milão, na avalição de Martin, é a possibilidade de o kettlebell tornar-se uma modalidade olímpica. “Recebemos a ótima notícia, na Itália, de que a Federação Mundial de Kettlebell Sport (WKSF) irá solicitar junto ao Comitê Olímpico Internacional a inclusão do esporte nos Jogos Olímpicos”, celebra.

Preparação constante

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Atleta de elite, Martin ergueu kettlebells de 32kg / Foto: Divulgação

Para atingir o nível profissional e participar de competições locais, nacionais e internacionais, a dedicação de Sandy Martin é permanente. Além das orientações do treinador, ele conta com suporte de uma nutricionista e de um fisioterapeuta. Os treinos, no entanto, são feitos na academia do condomínio onde reside, em Porto Alegre, para onde veio há alguns anos. A ausência de patrocinadores faz com que tenha de desembolsar praticamente todo valor investido nos campeonatos. “Tentei um financiamento coletivo, mas não foi possível arrecadar o valor necessário para ir ao mundial”, conta. Ele precisou desembolsar R$ 10 mil para ir à competição em Milão.

Atualmente, o estudante participa dos eventos da Kettlebell Força Brasil, instituição que rege o esporte no País. Também é fundador da Associação Gaúcha de Kettlebell, criada em 2016, a qual serve como um fórum para troca de ideias sobre treinamentos e multiplicação de adeptos ao esporte de origem Russa. Martin equilibra a rotina desportiva – que inclui a prática de basquete com amigos, nas noites de sexta-feira – e a vida acadêmica com a função de assistente de operação do Setor de Serviços Terceirados da PUCRS. Ao colar grau, irá obter os títulos de bacharel e de licenciado – está fazendo as duas habilitações paralelamente –, pois sonha com a docência futuramente.

Histórico do Kettlebell

Martin explica que a modalidade esportiva teve origem na Rússia. Fontes diversas remontam ao século 17, citando que os russos usavam os pesps tanto para treinar marinheiros quanto para fazer contrapeso nas balanças dos comércios. No Brasil, a introdução ocorreu somente no início dos anos 2000. A similaridade com uma chaleira não é coincidência. A expressão “kettle” (chaleira, em inglês) e “bell” (sino, peça metálica, em inglês) compõem o nome dos pesos, também conhecidos como gyria. O atleta esclarece que “existem três raízes do esporte”: o fitness – como é possível ver nas academias de ginástica; o hard stylle – muito comum nos treinamentos funcionais; e o girevoy sport – caracterizado pela prática competitiva.

O kettlebell é praticado por homens e mulheres. A esfera de ferro com alça que pode pesar 24kg na categoria feminina e 32kg na masculina em campeonatos para a elite esportiva. Existem quatro tipos de provas – jerk, snatch, long cycle e o biathlon. Vencem os atletas que executarem o maior número de repetições de levantamento dos pesos, conforme cada categoria, num intervalo de 10 minutos.

No momento, o futuro educador físico faz um breve intervalo nos treinos para, a seguir, focar sua atenção no Campeonato Sul-Americano, marcado para dezembro, em São Paulo. Depois, haverá o mundial de 2019, na Irlanda.

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