Todas as idades no Campus
Idoso: substantivo. 1. Quem tem muitos anos de vida 2. Velho 3. Antigo. Assim o Dicionário Houaiss conceitua a palavra. Com 2 milhões de gaúchos que se enquadram nesse conceito, o Rio Grande do Sul tem hoje a maior população idosa do País, de acordo com o IBGE. As definições do idioma, entretanto, não retratam a realidade desse grupo. Cidadãos com mais de 60 anos há muito abandonaram os estereótipos. Ativos e independentes, continuam gerando renda, consumindo, apreciando arte e cultura, interessados em se desenvolver e ocupar espaços na sociedade.
Para contribuir com a melhora na qualidade de vida das pessoas acima dessa faixa etária e incentivar seu protagonismo, a PUCRS inaugurou a Universidade Aberta da Terceira Idade (Unati). São cursos de extensão, palestras, workshops e atividades gratuitas, todas com certificado de participação. O conteúdo foi organizado a partir de consultas com a comunidade, professores e psicólogos.
“Queremos proporcionar o acesso à Universidade como meio de ampliação do espaço cultural. Além da atualização de conhecimentos, são oferecidas práticas que possibilitem aos idosos fortalecerem a participação social e política, assumirem o seu processo de envelhecimento e desenvolverem novas capacidades”, explica Newton Terra, diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia e coordenador da iniciativa com a professora Mirna Portuguez, da Escola de Medicina.
DIFERENTES PERFIS
As modalidades lançadas no último semestre acumulam mais de mil inscrições. São 20 opções de cursos, pensados para atender às necessidades de diferentes perfis. O Tai Chi, o Inglês e o Pilates conquistaram a preferência do público. Irany Scalon, aposentada de 61 anos, compareceu à inauguração e não hesitou em incluir as atividades em sua rotina. Para Irany, a Unati tem sido um ambiente de lazer além do estudo.
“O tempo muda nossos hábitos. O tratamento que recebemos dos outros embrutece, ficamos menos interessantes, mais invisíveis. Não existem ações dedicadas especificamente para nós. Estar aqui é uma chance de continuar envolvido, atualizado, conhecer mais pessoas, mais histórias e mostrar que nós existimos e precisamos de espaço, sim”, enfatiza Irany. A aposentada também comemora os laços que estabeleceu nas aulas. “É um processo dinâmico, de reinserção na sociedade. A gente vem para aprender, mas também faz amigos, cria vínculos.”
DESCOBERTAS NA PUCRS
A oportunidade de adquirir novos conhecimentos e seguir visitando o Campus foi o que motivou Geraldo Gassen a ingressar na Unati. O engenheiro elétrico de 60 anos trilhou seu caminho profissional dentro do Tecnopuc. Agora aposentado, está descobrindo novos serviços da PUCRS. “Os professores são excelentes, sabem utilizar o método que melhor se adapta a cada grupo, já que as turmas são bem ecléticas. Além do aprendizado, o convívio com pessoas diferentes tem me feito bem”, comenta. Segundo Gassen, o medo de envelhecer ainda não chegou. “Parei de trabalhar, mas não deixei de fazer nada. Continuo viajando, estudando, lendo. Este é o momento para fazer tudo aquilo o que não era possível antes. Estou aposentado, não parado”, brinca.
Rita Petrarca, diretora de Assuntos Comunitários da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários, se alegra com a satisfação dos alunos. “Estamos sempre abertos para ouvir os idosos e acolher seus desejos de cursos e atividades. Entendemos que a Unati é para eles, vamos sempre fazer o melhor possível para atendê-los”, destaca a gestora.
Para participar:
Presencial: Prédio 40, salas 801 a 806
Online: pucrs.br/unati/
Tradição na PUCRS
Promover o envelhecimento saudável e funcional da comunidade é uma preocupação da PUCRS desde 1973. Na administração do Ir. José Otão, a Universidade criou o Instituto de Geriatria e Gerontologia, ligado ao ensino, pesquisa e assistência ao idoso. Na época, a expectativa de vida no estado era de 60 anos e o percentual de pessoas acima dessa faixa etária correspondia a 5,1% da população. Atualmente são 19%. “Em função desse envelhecimento sem precedentes, a PUCRS, alicerçada na sólida tradição educativa marista e atuando de forma alinhada com as demandas da sociedade, fornece auxílio para o potencial desse grupo seguir se desenvolvendo”, defende Terra.
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