Estudantes de Escrita Criativa trocam experiências no Ciclo Muito Literário

Sou PUCRSFoto: Bruno Todeschini

Protagonistas na aprendizagem

Participação de alunos em grupos de estudos estimula o desenvolvimento de competências

Reunir-se com colegas ou professores e debater assuntos recorrentes sobre as profissões pode ser o pontapé inicial para aprofundar conhecimentos e ter um diferencial no currículo. Na PUCRS, os grupos de estudos estão cada vez mais populares entre os graduandos. E são muitas as motivações: praticar teorias aprendidas em aula, adquirir experiência, aperfeiçoar habilidades, conhecer outros pontos de vista…

O coordenador de ensino da Pró-Reitoria Acadêmica, João Harres, observa que a aprendizagem em qualquer nível é ampliada e aprofundada com a participação ativa do estudante. “O envolvimento em grupos de estudos atende a contextos mais específicos de dificuldades de compreensão, oferecendo uma extensão mais prática ou inovadora da sala de aula”, argumenta. Afirma ainda que vivências extracurriculares são de extrema importância, citando o conceito de lifelong learning (aprendizado por toda a vida), muito discutido hoje. A sala de aula é apenas um estágio do desenvolvimento da carreira.

Estar inserido em um grupo de estudos pode potencializar competências relacionais, emocionais e de resolução de problemas em conjunto. “Em contextos informais, os alunos acabam se conhecendo mais e colocando em prática a criatividade”, avalia Harres.

Maratona de aprendizado

Alunos de Engenharia de Software na hackatona

FOTO: DIVULGAÇÃO

Na Agência Experimental de Engenharia de Software (Ages), ocorrem alguns dos primeiros desafios dos alunos do bacharelado em Engenharia de Software. Neste ano, o espaço abrigou também dois grupos de estudos. O primeiro durou três meses e reuniu quatro alunos para o desenvolvimento de um site. Já o Grupo de Estudos Android precisou fazer um aplicativo do zero. O Eu Quero! busca facilitar trocas e doações de roupas, remédios e livros – como diz o slogan, “de quem tem para quem precisa”. Os encontros duraram três semanas, nas férias de inverno. Os seis alunos ficavam das 18h às 21h na agência. O final foi uma hackatona (maratona hacker) de 24 horas.

Foi a primeira experiência de Bruno Mazzardo, Gabriel Löff, Guilherme Maluf, Ricardo Borges e Vitor Edgar com o desenvolvimento de aplicativos no sistema Android. Apenas Alan Quadros tinha noções do que deveria ser feito. “Se algo dava errado, voltávamos atrás e tentávamos consertar”, conta Mazzardo, do 4º semestre. O aplicativo está disponível na loja do Google Play. O feito levou os participantes a conseguirem estágios na agência. “Acho que 80% da minha experiência veio disso”, conclui Löff, do 3º semestre. O processo foi supervisionado pela coordenadora da Ages, Alessandra Dutra, e pelo arquiteto de software Cássio Trindade.

Atendimento personalizado

Em visita aos EUA, o professor Cristiano Baldi, da Escola de Humanidades, notou que os cursos de Escrita Criativa norte-americanos têm turmas pequenas, o que possibilita discussões mais aprofundadas. Ao voltar, resolveu replicar o modelo por aqui, no Ciclo Muito Literário.

Neste semestre, o terceiro em que o projeto ocorre, seis doutorandos conduzem encontros de roteiro audiovisual, edição e reescrita, crônica, novela e romance. São no máximo sete alunos para cada gênero. O professor Paulo Angelini, que também coordena o Ciclo, diz que essas reuniões oxigenam a academia, agrupando estudantes de graduação e de pós e estimulando a produção acadêmica.

Nicole Didio, 22, do 4º semestre, opina: “Para quem está começando, discussão e feedback estão entre as coisas mais importantes”.

Diferentes pontos de vista

Eventos do Geped lotaram o auditório da Escola de Negócios

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Sentindo a necessidade de um espaço para discussões, Dário Neto, Henrique Andras, João Pedro Maffessoni e Kim Narvas, do curso de Economia da Escola de Negócios, resolveram inovar. Em abril de 2016, criaram o Grupo Econômico e Político de Estudos e Debates para a comunidade da PUCRS expressar suas opiniões sobre a crise no Brasil.

“Tentamos sempre trazer pontos de vista diferentes, para mostrar que o ‘outro lado’ não tem tantos problemas quanto pensamos”, conta Maffessoni, 21, do 8º semestre. Cada um dos três eventos realizados pelo grupo atraiu cerca de 350 participantes. A ideia inicial era focar nos aspectos econômicos. Com o tempo, perceberam que seria impossível não envolver outras áreas. Abordaram temas como o papel do Estado e da mídia na crise, sempre convidando professores da PUCRS.