Porto Alegre, um polo de inovação
Aliança entre universidades propõe transformar a Capital em um ecossistema de inovação de classe mundial
O desenvolvimento de uma agenda estratégica para que Porto Alegre se torne um polo gerador de novos empreendimentos de base tecnológica e startups, capaz de atrair investimentos, empresas inovadoras e reter talentos. Essa é a missão da parceria entre PUCRS, UFRGS e Unisinos, assinada por seus reitores em abril, e que formou a Aliança para Inovação de Porto Alegre. O convênio prevê o compartilhamento de recursos e cooperação com prefeitura, empresas, entidades empresariais e outras estruturas de educação.
“Três instituições fortemente vinculadas ao conhecimento, à pesquisa, à cultura, ao desenvolvimento e à responsabilidade social se unem para um projeto que almeja transformar a Capital”, definiu o reitor da PUCRS, Ir. Evilázio Teixeira. Rui Oppermann, da UFRGS, observou que as instituições já trabalhavam em iniciativas individuais de inovação, mas agora vão potencializar o que cada uma faz, criando novas oportunidades. Marcelo de Aquino, da Unisinos, frisou que um dos objetivos da Aliança é evitar a “evasão de cérebros” para outros estados e países pela ausência de desafios.
VISÃO DE FUTURO
Para o superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, a ideia é articular um conjunto de ações com intencionalidade em um processo de desenvolvimento da cidade. “Vamos precisar de legislações que tornem ágil o processo de geração de novos empreendimentos de base tecnológica. Além disso, necessitamos criar uma atmosfera positiva para atrair investimentos do exterior”, frisou.
Presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (Iasp), o espanhol Josep Piqué foi contratado para assessorar a Aliança na implantação do projeto. Como um dos idealizadores do 22@Barcelona, que revitalizou uma área industrial daquela cidade, tornando-a uma das referências em smart cities, ele fará um mapeamento das capacidades instaladas em Porto Alegre, assim como os principais desafios e as sugestões de ações. “Minha missão é dizer com transparência o que precisa ser feito para construir a visão de futuro da cidade”, resumiu.
REFERÊNCIA NACIONAL
Ir. Evilázio Teixeira vislumbra que a Aliança tornará a Capital uma referência nacional em inovação e empreendedorismo, possibilitando conexões nacionais e internacionais para o desenvolvimento social e econômico. “A PUCRS tem clareza de seu papel como catalisadora do progresso da Cidade, do Estado e do País”, complementou.
Com a experiência de quem foi consultor para projetos semelhantes também em Medellín (Colômbia) e Florianópolis, Piqué disse que iniciativas desse tipo devem partir de uma missão comum, formulada e compartilhada por todos os envolvidos. Segundo ele, é necessário um exercício de imaginação coletiva sobre qual Porto Alegre se quer construir e, então, formular uma agenda do que precisa ser feito.
Na visão de Piqué, os parques científicos e tecnológicos das universidades, até então intramuros, davam respostas a desafios de empresas e da comunidade universitária. A partir de agora, passam a ter um poder de transformação econômica e social. “Cidades que têm parques podem desenvolver essas questões, além de se conectarem com outros parques do mundo. Os parques não são apenas coordenadores do ecossistema local de inovação, mas também conectores do ecossistema global”, observa.
“As universidades desenvolvem seus parques tecnológicos desde o início dos anos 2000. Agora, o desafio é outro. Vamos ajudar a transformar a cidade”, resume Audy.
Cooperação universitária
A Aliança para Inovação de Porto Alegre será administrada por membros das três instituições, sendo um da PUCRS, dois da UFRGS e um da Unisinos. Na Universidade, o superintendente de Inovação e Desenvolvimento, Jorge Audy, é o representante. A equipe executiva tomará as decisões no cotidiano, mas haverá grupos de trabalho específicos por temas, dos quais poderão participar outras instituições de ensino, entidades e empresas.
As três universidades têm ambientes de inovação de alto nível, e Porto Alegre uma série de ações isoladas interessantes na área. Para Audy, o que se precisa hoje é de uma nova concepção da cidade como espaço de experimentação, de protótipos e de novos produtos e serviços. “Necessitamos de espaços para que os jovens com novas ideias possam desenvolvê- las. Vamos criar as condições para que as pessoas realizem os seus sonhos e construam um futuro melhor”, finaliza.