Destino responsável para resíduos
POR VANESSA MELLOFolha de papel, casca de banana, copo plástico, material de laboratórios, lixo de banheiro, pilha, vegetação, pneu, resto de construção civil. Todas as ações humanas geram algum tipo de resíduo no meio ambiente. Preocupada com o seu impacto na natureza, a PUCRS atua com um programa de gerenciamento de resíduos sólidos (PGR), que passou por muitas transformações no último ano, e é uma das poucas instituições de ensino superior a ter licença de operação para todo o Campus, fornecida pela Secretaria do Meio Ambiente da Prefeitura de Porto Alegre. Isso significa que, para cada tipo de resíduo gerado, é aplicado um processo diferente, levando ao descarte e à destinação final corretos. A classificação dos resíduos segue as normas da ABNT e do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Todas as empresas com as quais a PUCRS trabalha têm licença de operação e para transporte e fornecem certificado de destinação final. “Nosso maior volume é orgânico e seco. Temos lixeiras e sacos específicos: azul para o seco e laranja para orgânico. O Setor de Transporte recolhe e leva para uma área no fundo da Universidade. Lá temos um contêiner macro para lixo seco e um compactador para orgânico”, explica Caroline Luckow, engenheira de segurança da Gerência de Gestão de Pessoas (Gepes).
Trabalho em equipe
São muitos os setores envolvidos para garantir que todos os resíduos gerados na Universidade tenham a destinação correta. O Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt) coordena os esforços, sendo responsável pelas empresas contratadas e pela condução do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
A Divisão de Engenharia e Arquitetura atua com responsabilidade ambiental em todos os projetos dentro da PUCRS, com plano de ação e contratação de empresas que garantem o descarte adequado de cada componente utilizado. O Setor de Manutenção e Reformas entra em ação quando se trata da conservação de bens patrimoniais, transportando, acondicionando e destinando de forma correta materiais como gesso, caliça, madeira, até lâmpadas fluorescentes, por exemplo.
O Setor de Serviços Operacionais cuida da coleta do lixo orgânico e seco e leva até o contêiner e compactador para que seja retirado pelas empresas contratadas. O Setor de Refrigeração fica encarregado pela recuperação de gases refrigerantes.
O Almoxarifado garante a logística reversa (responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos) para pilhas e baterias, além de cuidar do descarte de equipamentos de proteção individual e lâmpadas com coleta específica. Na hora de comprar quaisquer tipos de materiais, a Universidade lança um olhar atento sobre os fornecedores, cuidando para que os selecionados possuam licença de operação para descarte correto e façam a logística reversa. E não para por aí. A coleta de resíduos perigosos em laboratórios nas unidades acadêmicas é mensal e programada. Cada um fica responsável por identificar o resíduo que está descartando, dentro da classificação da ABNT.
A importância de conscientizar
O Instituto do Meio Ambiente e o Comitê de Gestão Ambiental (CGA) da Universidade, apoiam a PUCRS na criação de políticas e de ações de conscientização e conservação da natureza. Uma das campanhas é o Banco de Canecas, criado para estimular o consumo sustentável. Cerca de 100 canecas estão disponíveis para uso das unidades acadêmicas em eventos, substituindo copos plásticos. As canecas devem ser devolvidas limpas 24 horas após o uso.
Outra ação foi adotar o padrão frente e verso em todas as impressoras da Universidade. “De 2014 para 2015, tivemos uma redução de 23% no consumo de folhas A4. A diferença foi de 21.938 kg de papel, o equivalente a mais de 400 árvores”, destaca Gerti Weber Brun, coordenadora do CGA. O consumo de água na PUCRS também vem reduzindo ao longo de 15 anos e, nos últimos cinco, manteve-se abaixo de 40% da média de 2000. Em 2016, caiu 21% em relação ao ano anterior.
Temas de redução de consumo e gestão pessoal de resíduos integram a programação da Agenda Ambiental da Universidade, abordados em eventos como a Semana da Primavera e a Semana do Meio Ambiente. “O público se renova a cada semestre e a educação ambiental tem que ser continuada. O trabalho de conscientização nunca está terminado”, comenta Gerti.
Além dos processos e descartes adequados, outro fator que impacta no ambiente depende da simples atitude de cada pessoa usar as lixeiras corretas. Se um copo plástico estiver com restos de café e for jogado no lixo reciclável, por exemplo, ele vai inutilizar outros materiais que estejam ali, como folhas de papel que, uma vez molhadas, não podem ser reaproveitadas.
Classe I (perigosos): todos os resíduos que podem oferecer risco à saúde humana e/ou ao meio ambiente devido às suas propriedades físicas ou químicas. Ex: materiais biológicos, lâmpadas e pilhas, tintas e solventes, lâmpadas, resíduos de serviço de saúde.
Classe IIA (não inertes): provenientes de refeitórios, escritórios, sanitários, ou seja, aqueles que não contêm sustâncias tóxicas ou em concentrações que possam oferecer danos à saúde ou ao meio ambiente. Ex: restos de alimentos, sucata de metal, papel e papelão.
Classe IIB (inertes): resíduos sólidos que, submetidos ao contato com água, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus componentes solubilizados acima dos padrões de potabilidade (exceto cor, turbidez, dureza e sabor). Ex: vidro, concreto, alumínio, madeira.
offSaiba mais dicas sobre descarte de resíduos no site do DMLU.