Cultura da solidariedade
Quem participa do Programa de Voluntariado Avesol/PUCRS não espera nada em troca, mas encontra diversas recompensas ao longo do caminho. Seja auxiliando em oficinas, prestando atendimento médico ou simplesmente ouvindo histórias, os voluntários passam por experiências únicas ao doarem um pouco de tempo em benefício de outras pessoas. “Eles adquirem aprendizados significativos ao aliarem a teoria à prática, além de contribuírem para uma sociedade mais justa”, afirma Jaquelini Debastiani, agente de pastoral responsável pelo programa. Coordenado pelo Centro de Pastoral e Solidariedade (CPS), conta com 170 inscritos neste ano – alunos, diplomados, professores e técnicos administrativos.
Fundamentada nos valores maristas, a prática do voluntariado existe na PUCRS desde as origens da Universidade. Em 2004, a Instituição firmou um convênio com a Associação do Voluntariado e Solidariedade (Avesol), organização não-governamental marista. No documento, foi definida a implantação de um núcleo da Avesol na PUCRS, para conferir respaldo jurídico e legal aos contratos entre voluntários e instituições. Um ano depois, em 2005, a gestão da primeira edição do Programa de Voluntariado da Rede Marista passou a ser do CPS.
A nova versão vem sendo desenvolvida desde 2016. “A Rede Marista avaliou e viu as mudanças que precisavam ser feitas para torná-lo mais funcional ao público”, conta Jaquelini. “As atividades voluntárias beneficiam a saúde, fortalecem os laços sociais e aumentam nossa confiança e propósito de vida”, define Ir. Marcelo Bonhemberger, diretor do CPS. Em janeiro de 2017, as mudanças a seguir começaram a ser implementadas.
Comissão do Voluntariado
Com o objetivo de construir o programa coletivamente, o CPS reuniu oito pessoas para formar uma comissão. Constituída por alunos, diplomados e professores, a iniciativa reúne diversos pontos de vista para refletir sobre o voluntariado.Troca de experiências
Assim serão denominados os encontros onde voluntários contarão o que fazem nas instituições e poderão compartilhar suas históriasMicroexperiências de voluntariado
Quem não tem tempo para se voluntariar pode participar do programa temporariamente. O CPS irá selecionar projetos práticos e formar mutirões dos quais toda a comunidade universitária pode participar. A expectativa é que sejam realizadas duas microexperiências por ano, sempre no período de férias. A primeira deve ocorrer em dezembro.Simbologia
Depois do período de inscrição, é realizado mais um encontro com os voluntários. Na ocasião, eles recebem um chaveiro em formato de sandália – que simboliza a caminhada, as experiências e descobertas que irão viver – e um diário, no qual podem registrar tudo o que vivenciam durante o voluntariado.Voluntariado grupal
Podem participar grupos com mais de oito pessoas que queiram atuar no mesmo projeto e estejam disponíveis nos mesmos horários.Novo processo de inscrição
Antes, os interessados em ser voluntários passavam por todo o processo individualmente. Agora, são formados grupos de aproximadamente 80 pessoas e estabelecidas datas para encontros gerais, onde o programa é apresentado. A ideia é mostrar que o voluntário não está sozinho, faz parte de algo maior.
Voluntariado em detalhes |
Cursos com mais voluntários
Instituições mais procuradas
Atividades mais realizadas
Pessoas beneficiadas com o voluntariado 7 mil** Número médio de atendidos em instituições em Porto Alegre e Região Metropolitana |
Fazendo a diferença
Jorge Marcos dos Santos Leite tem 40 anos. Há quatro trabalha como vigilante da Universidade. Nascido no Uruguai, mudou-se para o Brasil em 1983 com a família. “Minha irmã de cinco anos tinha câncer. Viemos buscar tratamento no Brasil, mas ela faleceu”, lamenta. Foi aí que nasceu a vontade de trabalhar com crianças hospitalizadas. Em maio deste ano, resolveu ingressar no Programa de Voluntariado da PUCRS.
A missão de Marcos é animar. Para isso, ele criou Timtim, personagem inspirado em Charles Chaplin. O motivo da escolha foi simples: alegrar sem precisar falar. “Ele apenas demonstrava por meio dos gestos que o mundo podia ser visto de uma forma melhor”, explica. Uma vez por semana, o vigilante aproveita sua folga do trabalho para visitar o Hospital São Lucas e apresentar seu personagem aos pequenos pacientes.
Timtim não segue a estética preta e branca do ícone do cinema mudo – pelo contrário, abusa das cores. “Acho que, se Chaplin estivesse vivo hoje em dia, ele seria colorido”, pondera o voluntário.
Em meados de outubro, Timtim conhecerá novos mundos. É que Marcos pretende se mudar para os EUA com a família. Mas ele garante que o voluntariado o acompanhará: “Quero levar o Timtim para Miami. Ele nasceu na PUCRS, mas quero que se transforme no mundo”.
NOVAS EXPERIÊNCIAS
Bárbara Diefenbach Bellini, 18 anos, começou a ser voluntária por motivos semelhantes. Estudante do terceiro semestre de Psicologia, diz que sempre teve vontade de levar alegria às pessoas. Em março, passou a atuar semanalmente na Escola Estadual de Ensino Fundamental Bahia, com crianças de seis a oito anos. “Conto histórias, brinco com eles e auxilio na realização de atividades”, enumera.
Para ela, a melhor parte da experiência é o vínculo que construiu com as crianças. “Elas são extremamente amorosas e receptivas. Mesmo tendo ido poucas vezes, soube que perguntavam por mim. Isso me deixou muito feliz!”, afirma. Quanto a experiências marcantes, lembra da convivência durante os ensaios para a apresentação do Dia das Mães. “Narrei uma história e eles tinham que fazer um desenho baseado nela. Várias crianças escreveram recadinhos, falando que me amavam. Foi muito recompensador”, relembra.
Bárbara observa que o voluntariado está bastante relacionado à sua futura profissão, complementando-a de várias maneiras.
Quero ser voluntário
Quem pode participar? Alunos, diplomados, professores e técnicos administrativos
Contato: [email protected] ou (51) 3320-3576
Informações: pucrs.br/voluntariado