Alumni

Campeã de audiência

Cristina Ranzolin é apresentadora do Jornal do Almoço há 23 anos

A âncora do JA cursou Jornalismo e Publicidade na Famecos

FOTOS: ARQUIVO PESSOAL

O Jornal do Almoço, da RBS/TV, está no ar há 47 anos e desde 1996 é apresentado pela jornalista Cristina Ranzolin, 52. Companhia dos gaúchos na hora da refeição, passou por uma reformulação recente que incluiu comentaristas e aumentou a participação dos telespectadores. Quando o programa começou a usar o WhatsApp para esse fim, foram 10 mil mensagens na primeira hora, levando-o a ser banido do aplicativo. O problema se resolveu e ainda hoje recebe milhares de textos e fotos durante sua exibição. Formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos, Cristina gosta da improvisação e do ecletismo do JA e se sente sempre desafiada. “A cada dia é uma coisa diferente. Depois do programa, a gente faz a reunião de pauta para pensar no dia seguinte. Às vezes nada vai para o ar porque entram notícias factuais”, conta.

Além de chegar bem informada pela manhã, ela se prepara para entrevistas com políticos, médicos, cantores, atores. “O programa recebe todo mundo importante que vem a Porto Alegre.” No ano passado, teve a honra de conversar com a atriz Fernanda Montenegro, na ocasião de sua vinda à PUCRS. Em 2019, marcou-a o encontro com o tenor Andrea Bocelli. Falaram em italiano, claro.

Com o pai, o narrador esportivo Armindo Ranzolin

O perfil do JA foi um dos motivos que a fizeram deixar a Rede Globo no Rio de Janeiro, onde trabalhou por três anos. Era âncora do Jornal Hoje. Aos sábados, no último bloco, tinha um bate-papo com grandes artistas. Chegou a atuar no Jornal da Globo e no Fantástico, mas, naquela época (década de 1990), o Jornal Nacional era exclusivo de Cid Moreira e Sérgio Chapelin, e nem se pensava em colocar uma mulher na posição. “O jornalismo da Globo era  muito engessado, sério e tradicional. A gente não podia sair do script. No Jornal do Almoço, eu ficaria mais solta”, comenta. A RBS buscava uma substituta para a apresentadora Maria do Carmo Bueno. Cristina aceitou a proposta, levando em conta também as saudades da família e do Rio Grande do Sul. “Não me arrependo. Jornalismo bom se faz em qualquer lugar. Meu pai foi referência aqui.”

COMEÇO NA PUBLICIDADE

Ser filha de Armindo Antônio Ranzolin, que fez história no rádio como narrador esportivo nas rádios Guaíba e Gaúcha, influenciou sua escolha pela profissão. Ainda criança, ia com ele nas redações, mas, na hora de fazer vestibular, deduziu que o ofício não tinha nada a ver com ela. Optou por Publicidade e Propaganda na PUCRS e acabou em contato com disciplinas de Jornalismo, as quais eram as suas preferidas. Concluiu os dois cursos, com um semestre de diferença.

Da Famecos, levou a amizade com um grupo de amigas que se veem até hoje. Entre os professores, se recorda com carinho de Maria da Graça Celente, a Gagá, de PP, e de Antônio González, o Antoninho, do Jornalismo. Do último chegou a ser monitora por ter notas boas. Como ele era diretor da então faculdade, Cristina o acompanhava na preparação das aulas. A televisão a atraiu desde sempre, “por ser o meio mais completo, casando imagem, som e texto”.

Na bancada do JN, por ocasião dos 50 anos do telejornal

50 ANOS DO JN

No dia 31 de agosto, apresentou o Jornal Nacional ao lado de Márcio Bonfim, de Pernambuco, abrindo as comemorações pelo cinquentenário do mais famoso noticiário da TV brasileira. Havia grande expectativas por representar o RS. “Foi a maior audiência no Estado aos sábados”, exalta. Segundo o site Gaúcha ZH, foram 699,2 mil telespectadores por minuto na Grande Porto Alegre. No final, a dupla foi aplaudida pela redação. Cristina encerrou com “Foi trilegal ter estado aqui” e “Boa noitchê”. Confessa que sentiu um certo pavor ao entrar ao vivo no ar, mesmo com sua experiência. “Fizemos pilotos antes, mas estava no principal telejornal do País.”

Casada com o eterno ídolo do Internacional, o ex-jogador Paulo Roberto Falcão, é mãe de Antônia, 15. Admite que não é mais tão colorada depois da dispensa do marido como técnico do time, em agosto de 2016. “Eu me desliguei. Isso acontece quando a gente se envolve profissionalmente.” Nos momentos de folga, gosta de curtir a família, viajar e se exercitar. Dança, faz pilates e corre.