Contos e poesias de alunos

Espaço experimental com produção dos estudantes

I’ve been around

I’ve been around
Looking for beautiful places
Breathtaking views
In the attempt to register in the form of sentimental photography everything that happens here.
Inside.
This research will always be infinite.
Of the many questions about the meaning of life
What brought me the most comfort
Is the views that the day gives us.
That goes unnoticed by our instantaneous lives.
I search for breathtaking horizons.
I search for moments that make me believe how amazing it is to be alive.
I search for excitement that makes me think my chest will explode.
And sometimes, it does.
But I also get happy with contact.
With people that make me feel the most alive I’ve ever been.
Loved.
Kind.
Light.
Everything feels so natural and human.
It almost becomes naked and raw.
I can only hope to have the opportunity to lay down on a nice corner
Like a meaningless bench in some unknown street
Or on the sand of the prettiest beach
And think how chilling these moments are;
How amazing it is to be alive.

Isabela Machado Bruno
Aluna de Filosofia e cursando Creative Writing como eletiva – [email protected]

Fogo da Solidão

Disseram para ela destrancar a porta
Onde queimei o fogo na minha solidão
A curiosidade se debruçou na madeira,
E lá, na sala do piano empoeirado
Ela ouviu a minha música encerrar…

Nada fez, se não chorar e soluçar,
E finalmente me enterrar.
E depois foram todos embora,
Deixaram uma rosa em meu túmulo
No cemitério, num dia chuvoso.
Nunca mais retornaram.

Roberto Gabriel Machado Ville
Aluno de Física e cursando Escrita Criativa como eletiva [email protected]

Poema sem fim
FOTOS: PEXELS Antes que eu parta Ou parta-me em mil pedaços, Gostaria de dizer que eu amo Os caminhos por onde ando A lua, o céu, e o espaço Sinto-me distante por vezes Quando chove E perco-me nas multidões E nos canteiros com flores Que nascem e morrem Mas, sempre que houver palavras Haverá um infinito à minha frente Do qual sempre escuto: – Por onde vais tão depressa? – Por onde vais tão solitária? Disse a formiga para o mundo Sara Ventorini e Silva Aluna de Produção Audiovisual e cursando Escrita Criativa como eletiva – [email protected]

Poema sem fim

FOTOS: PEXELS

Antes que eu parta
Ou parta-me em mil pedaços,
Gostaria de dizer que eu amo
Os caminhos por onde ando
A lua, o céu, e o espaço

Sinto-me distante por vezes
Quando chove
E perco-me nas multidões
E nos canteiros com flores
Que nascem e morrem

Mas, sempre que houver palavras
Haverá um infinito à minha frente
Do qual sempre escuto:

– Por onde vais tão depressa?
– Por onde vais tão solitária?

Disse a formiga para o mundo

Sara Ventorini e Silva
Aluna de Produção Audiovisual e cursando Escrita Criativa como eletiva – [email protected]

Fósforos
Ao nascer, deram-me uma caixa de fósforos. Disseram para, sempre que viver uma memória feliz (um momento leve, uma respiração nova) acender um e manter a chama viva o máximo de tempo possível. Obedeci: vários fósforos foram e vieram. Alguns queimaram várias vezes, e aproveitei longas chamas. Mas o calor acabou um dia; tive de achá-lo de novo. Já passaram semanas. Não pensei, nem toquei na caixa ainda. Não sei se quero tocá-la de novo. Será que mereço? Faz tempo que não vejo fogo. Só frio: Desgosto, mas não sei me esquentar. Nem sei se quero, se mereço. Acostumei-me com frio: Gosto dele. Um amigo sem nome, nem face. Amigos com nome e face não entendem. Mas tudo bem. Não estou triste. Ainda tenho a caixa, ainda há esperança, não? Já não sorrio mais. Será que esqueci como usar fósforos? Ou perdi a caixa? Meu pai perguntou se estou bem. Não sei, pai. Você ainda vive tentando acender os fósforos? Ou também desistiu? É normal isso? Hoje choveu. É cliché: Chuva e tristeza. Perdi vários fósforos. Não de modo bom: caíram da caixa, não usados. Não quero mais a caixa. Nunca vou acabá-la, talvez nem deva tentar. Recuperei um fósforo ontem, mas não sinto que mereço. Hoje, mais dois, sabendo que talvez eles devessem ser pegos por outros, que os apreciam e usam. Eu não uso, temo não manter a chama viva e ter sido em vão. Mas continuo. Quando vejo, a caixa está em meu bolso. Talvez eu possa usar mais um fósforo: só mais um. E não foi só um. Foi o primeiro: Um calor aceito. Gosto dele. Às vezes sinto saudades do frio. Várias vezes. Sei que é ruim. Ignoro, continuo. Procuro a próxima chama. Lucía Elizabeth Buchaillot Aluna de Letras – Inglês – [email protected]

Fósforos

Ao nascer, deram-me uma caixa de fósforos. Disseram para, sempre que viver uma memória feliz (um momento leve, uma respiração nova) acender um e manter a chama viva o máximo de tempo possível. Obedeci: vários fósforos foram e vieram. Alguns queimaram várias vezes, e aproveitei longas chamas. Mas o calor acabou um dia; tive de achá-lo de novo.

Já passaram semanas. Não pensei, nem toquei na caixa ainda. Não sei se quero tocá-la de novo. Será que mereço?

Faz tempo que não vejo fogo. Só frio: Desgosto, mas não sei me esquentar. Nem sei se quero, se mereço.

Acostumei-me com frio: Gosto dele. Um amigo sem nome, nem face. Amigos com nome e face não entendem. Mas tudo bem. Não estou triste. Ainda tenho a caixa, ainda há esperança, não?

Já não sorrio mais. Será que esqueci como usar fósforos? Ou perdi a caixa?

Meu pai perguntou se estou bem. Não sei, pai. Você ainda vive tentando acender os fósforos? Ou também desistiu? É normal isso?

Hoje choveu. É cliché: Chuva e tristeza. Perdi vários fósforos. Não de modo bom: caíram da caixa, não usados. Não quero mais a caixa. Nunca vou acabá-la, talvez nem deva tentar.

Recuperei um fósforo ontem, mas não sinto que mereço. Hoje, mais dois, sabendo que talvez eles devessem ser pegos por outros, que os apreciam e usam. Eu não uso, temo não manter a chama viva e ter sido em vão. Mas continuo. Quando vejo, a caixa está em meu bolso. Talvez eu possa usar mais um fósforo: só mais um.

E não foi só um. Foi o primeiro: Um calor aceito. Gosto dele. Às vezes sinto saudades do frio. Várias vezes. Sei que é ruim. Ignoro, continuo. Procuro a próxima chama.

Lucía Elizabeth Buchaillot
Aluna de Letras – Inglês – [email protected]

Produção experimental dos alunos selecionada pelo professor Bernardo Buenos, do curso de Escrita Criativa