Tecnologia a favor da inclusão
POR GREICE BECKENKAMPPromover a inclusão escolar no seu aspecto mais amplo é o objetivo do aplicativo TchêInclui, idealizado pelo aluno do curso de Psicologia Robson Souza. Tudo começou na disciplina Psicologia Escolar e Educacional I, ministrada pelo professor Alexandre Guilherme na Escola de Ciências da Saúde. O docente utiliza a metodologia Problem Based Learning (PBL), em que a aprendizagem é baseada na busca de soluções para determinados problemas. A tarefa inicial era montar um site informativo para lidar com a temática de inclusão a partir do olhar de um psicólogo escolar. “O trabalho do Robson foi muito interessante. Por isso, trouxe ele para o meu grupo de pesquisas para continuar desenvolvendo este aplicativo”, lembra o professor.
O projeto conquistou o primeiro lugar no evento Ideias do Bem – promovido pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação (Idear) e pela Escola de Ciências da Saúde –, que propôs soluções criativas e inovadoras para problemas relacionados à saúde. Durante as atividades, Robson ganhou a companhia dos alunos Flavio Cordeiro e Nicolle Cernicchiaro, da Gastronomia; Stéphanie Medeiros, da Farmácia; e Eduarda Racky, da Psicologia. Eduarda ressalta a importância do torneio na integração para a satisfação dos resultados que se focaram no bem-estar social e no exercício da empatia. “O resultado do Ideias do Bem nos motivou ainda mais, pelo desejo de que podemos ser significativos para as melhorias em nosso entorno e na sociedade como um todo. O TchêInclui não é nosso, é da comunidade, é de todos”, enfatiza.
CONSULTORIA REMOTA
Agora, o grupo conta também com o apoio da estudante Mariana Ruiz, do curso de Publicidade e Propaganda, e traça estratégias para aprimorar a ferramenta durante os três meses em que permanecem no coworking do Tecnopuc – essa foi a premiação do Ideias do Bem –, recebendo apoio nas áreas de tecnologia e de empreendedorismo.
Uma das facilidades oferecidas pelo TchêInclui é a ligação entre a comunidade escolar e as soluções construídas por grupos de pesquisas, entre eles o Grupo de Educação e Violência (Grupev), vinculado à Escola de Humanidades da PUCRS. O contato se dá por meio de uma consultoria remota, que é gratuita para escolas públicas.
“Se um professor tem dois alunos com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, possivelmente eles terão comportamentos diferentes. Existem questões muito específicas a serem trabalhadas. Nesses casos, o aplicativo ajudaria diminuindo a sobrecarga do trabalho do profissional envolvido na orientação escolar reduzindo custos operacionais para escolas e espaços educacionais com consultorias particulares”, aponta Robson. Para ele, ao pensar em inclusão é necessário respeitar e observar a diversidade, garantindo um processo global e integral da participação do sujeito na sociedade.
SERVIÇO GRATUITO
Stéphanie lembra que a ferramenta atende a diversos casos: “Se um professor não sabe como lidar com um aluno que tem algum problema e se um estudante está sofrendo bullying, ambos podem pedir ajuda pelo aplicativo. Caso um pai não saiba em qual escola colocar seu filho, pedindo consulta ao ranking, ele vai saber qual estabelecimento tem melhores condições para receber seu filho. É um serviço para toda a comunidade”, complementa.
A meta do grupo é cadastrar 34 escolas públicas e dez particulares de Porto Alegre até agosto de 2019. Os alunos também estudam estender o projeto para o Sudeste e Nordeste do Brasil. Ainda neste primeiro semestre, lançarão um serviço gratuito direcionado aos profissionais de orientação escolar, no qual um robô de atendimento dará sugestões de soluções customizadas para cada caso. O profissional da escola também terá a opção de falar com um consultor. As inscrições poderão ser feitas pelo e-mail [email protected]. O aplicativo está disponível para download gratuito pelo site http://app.vc/tcheinclui.
O que o TchêInclui oferece |
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