Múltiplos espaços, amplas possibilidades de aprender
Dezesseis salas de aula, sete grandes áreas de convivência/lazer e alimentação, uma arena, um auditório, centrais de informações e relacionamento e setores com serviços aos estudantes. Um complexo para experimentar novas metodologias de ensino-aprendizagem e proporcionar ambientes de lazer e descanso. O prédio 15 está se consolidando como um modelo único em universidades. Essas mudanças fazem parte do movimento PUCRS 360°, que reúne as transformações da Universidade, do modelo de ensino aos ambientes do Campus. Estão inseridas nos eixos Campus Repensado e Aprender Diferente.
Todos os materiais e mobiliários são escolhidos com cuidado para favorecer a aplicação de opções pedagógicas inovadoras. Baseadas no conceito de aprendizagem ativa, climatizadas, com sistema integrado de multimídia (projeção e sonorização), as salas de aula são flexíveis, com alta conectividade e preparadas para facilitar o engajamento. Permitem o trabalho individual e em grupos. Cadeiras com rodízios, quadros móveis e mesas rebatíveis (também chamadas de flip, podem ser fechadas para liberar o espaço) garantem variados cenários, conforme o tipo de atividade proposta.
Impacto no aprendizado
“O espaço impacta no aprendizado. Essa foi uma premissa que usamos no planejamento”, sublinha a diretora de Graduação da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Continuada (Prograd), Adriana Kampff. Exemplifica que nesse tipo de configuração o professor pode conectar o seu celular e projetar um material para em seguida aproveitar a contribuição de um aluno e plugar o dispositivo dele em outro equipamento. “A tarefa do docente vai além de apresentar e sistematizar conteúdos, o professor deve mobilizar os estudantes para que investiguem a realidade e proponham soluções para os problemas que encontram.”
Mesas duplas, altas ou em formato de trapézio garantirão diferentes agrupamentos e variações de posturas. “Pensamos em layouts sem estruturas fixas, permitindo rearranjos conforme as necessidades dos grupos”, destaca a arquiteta Ana Carolina Rodrigues, parte da equipe da Gerência de Infraestrutura (Geinfra), da Pró-Reitoria de Administração e Finanças.
Um ambiente foi montado para teste em meio às obras. As equipes da Diretoria de Graduação e da Geinfra experimentaram objetos de diferentes fornecedores, tendo como critérios ergonomia, estética, conforto e durabilidade. “Essa integração garantiu soluções dos pontos de vista técnico e pedagógico”, afirma Ana Carolina.
Confluência de saberes
A professora Rosane Palacci dos Santos, da Prograd, destaca a permeabilidade do espaço, aberto a todos os cursos e estudantes. “Dando um passeio pelo prédio, já podemos notar que ele proporciona uma visão panorâmica do Campus, a partir do qual vemos Escolas diferentes. Será um lugar de confluência de saberes. O conhecimento não é da ordem do escaninho, fechado em si mesmo”, afirma ela, que integrou o primeiro grupo que pensou o prédio 15 e seguiu no projeto.
Grande parte das salas terá 130 m². Uma delas, no 2º pavimento, conta com terraço. Outra, mais voltada para momentos de brainstorm e descompressão, é mobiliada apenas com pufes. Uma sala de espelhos permitirá a realização de grupos focais ou de discussão e testes de produtos. Num ambiente contíguo, observadores poderão acompanhar as atividades. Será possível ainda realizar videoconferências, bancas de mestrado e doutorado e reuniões de trabalho.
Os professores deverão agendar horários para realizar eventos ou aulas. Outros ambientes terão disciplinas fixas, definidas pelas Escolas. Pelo menos um representante de cada uma das oito unidades acadêmicas da PUCRS integra os Núcleos de Inovação Pedagógica. A ideia é que o prédio 15 sirva para validar esses espaços. “Os professores multiplicadores ajudarão a concretizar uma segunda etapa, quando as experiências mais bem-sucedidas transbordarão pelo Campus”, esclarece a diretora de Graduação.
Inovação pedagógica em 360°
No projeto de Inovação Pedagógica, o Educar pela Pesquisa é o referente proposto para a evolução da prática docente na Universidade. Apoia-se na autoria como forma de aprendizagem mais ampla. Uma tese, uma dissertação, um TCC ou a implementação de um projeto, em geral, expressam o resultado de um ciclo vivenciado de construção da autoria em certo âmbito. Enfim, quando investigamos e resolvemos problemas aprendemos mais e melhor.
Fazer com que essas experiências, integradas a outras aprendizagens específicas, se disseminem por mais etapas na formação é o grande desafio. Tal mudança, na medida em que implica uma nova cultura didática, curricular e dos espaços de aprendizagem, deve atuar, ao mesmo tempo, em vários âmbitos (360°).
Para isso, duas estruturas são estratégicas. De um lado, em cada Escola, os Núcleos de Inovação Pedagógica implementam oportunidades para a prática dessas novas experiências com apoio, confiança e de forma coerente com os níveis de partida de cada um e com a evolução possível em cada contexto. De outro lado, como a organização espacial tem forte impacto na interação entre as pessoas, novas práticas requerem um espaço experimental propício, como o novo prédio 15. O objetivo é que ele seja o indutor de mudanças que, mais adiante, transbordarão para outros prédios do Campus, influindo também em maiores oportunidades curriculares aos nossos estudantes para pesquisarem enquanto se formam e se formarem enquanto pesquisam.
João Batista Siqueira Harres, coordenador de Ensino/Prograd, pesquisador do PPG em Educação em Ciências e Matemática
Centro de convivência e lazer
O térreo terá um amplo espaço de convívio/alimentação/lazer sem paredes, todo integrado. Os estudantes poderão descansar entre um compromisso e outro, estudar, esquentar sua comida e fazer a refeição. Uma bancada terá pias e micro-ondas. Mesas e cadeiras de diferentes tamanhos e formatos estarão à disposição. Quem quiser um lugar mais reservado poderá se sentar em sofás com cabines. Haverá vestiários com chuveiros e sanitários adaptados a pessoas com necessidades especiais. Dois elevadores também permitirão a acessibilidade total.
Pesquisa feita pela Geinfra com alunos mostrou que essa área de convivência era uma grande demanda. “Será um espaço para sua permanência, confortável e que apoiará sua rotina com qualidade”, afirma Ana Carolina.
O 2º andar também terá lugares de convívio e com acesso à sacada. Seis salas de aula e áreas da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários integram o pavimento. No 3º, haverá outras seis salas de aula, espaço para soneca, com pufes, módulos para pequenas reuniões e sala da iniciação científica, da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Centro de Atenção Psicossocial, Laboratórios de Aprendizagem e de Ensino e Atendimento a Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas.
A inauguração do centro ocorrerá em março de 2019, quando serão ministradas no local as primeiras disciplinas. Mas ainda antes de ser lançado, o local sediará oficinas metodológicas durante o Seminário de Desenvolvimento Acadêmico, antes de começar o ano letivo.