Os robôs substituirão os humanos? Confira o que pensa este pesquisador da Escola Politécnica 

Professor Felipe Meneguzzi foi nomeado para conselho da principal associação de Inteligência Artificial do mundo

17/11/2021 - 14h00

Professor da Escola Politécnica é o primeiro brasileiro eleito para o conselho da AAAI / Foto: Matheus Gomes

Formado em Ciência da Computação pela PUCRS, com mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da Universidade e doutorado na King’s College Londono professor e pesquisador Felipe Meneguzzi vem trilhando uma trajetória de sucesso na área da inteligência artificial (IA). Recentemente foi nomeado como conselheiro executivo da Association for the Advancement of Artificial Intelligence (AAAI), maior entidade de IA do mundo, que já teve como membros do conselho grandes nomes da área e hoje é composto por integrantes de universidades como Oxford, MIT, Harvard e Yale. Meneguzzi é o primeiro brasileiro eleito para esse conselho. 

Com mais de 20 anos de pesquisa na área de IA, com atuação como professor visitante na University of Aberdeen, na Escócia, e na University of Melbourne, na Austrália, segue a linha de pesquisa de planejamento automático. “Tenho me dedicado a estudos de reconhecimento de objetivos, ou seja, sistemas que tentam identificar o que uma pessoa ou agente está querendo atingir”, comenta. 

Tendências da Inteligência Artificial 

Para Meneguzzi o futuro da Inteligência Artificial está em potencializar o que os seres humanos já fazem. “Não vejo a IA substituindo o indivíduo, mas sim ajudando e potencializado determinada tarefa, uma forma de expandir a nossa mente”, explica. Para o pesquisador, um exemplo está na desinformação nas redes, onde um ser humano utiliza a IA de forma mal-intencionada para propagar fake news, por exemplo. “A IA possibilita amplificar iniciativas positivas, mas ao mesmo tempo pode ser utilizada de maneira negativa”, adiciona. 

Para o pesquisador, carros autônomos, apesar de muito discutidos, também não devem se tornar realidade em um futuro próximo. Esses sistemas estão baseados em aprendizado de máquina que ainda precisa ser muito desenvolvido e avaliado: 

“O que eu vejo para o futuro é uma diminuição do número de pessoas fazendo uma mesma tarefa, mas não tarefas que eliminarão totalmente o ser humano. Costumo dizer que tenho uma visão mais positiva sobre a IA”, comenta. 

Sobre a presença da IA nas atividades humanas, Meneguzzi reflete ainda que tais inserções deverão trazer alterações na sociedade. “Isso nos fará pensar mais profundamente sobre a dignidade do ser humano, sobre o que é um trabalho digno. Essas reflexões vão ser cada vez mais fortes, reavaliando a humanidade”, completa. 

Reconhecimento internacional 

Sobre sua nomeação para a Association for the Advancement of Artificial Intelligence, o pesquisador da Escola Politécnica celebra o reconhecimento de seus pares fora do Brasil. “Acredito que a oportunidade é fruto de contatos. Para a carreira, enquanto pesquisador, avalio a indicação como questão de respeito na área e me orgulha dividir espaço com nomes prestigiosos”, adiciona.

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