Projeto busca promover a inserção de pessoas transgênero mercado de TI
Foto: EducaTRANSforma / Divulgação
O projeto EducaTRANSforma, que promove a capacitação profissional para pessoas transgênero (transexuais e travestis), não bináries e intersexo e sua inserção no mercado de TI, teve seu pontapé inicial na última quinta-feira, dia 5 de dezembro, no Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc). A ação se dá através de treinamentos gratuitos oferecidos pela UFRGS, iniciativas complementares e articulações das pessoas voluntárias com empresas.
O fundador da iniciativa, Noah Scheffel, destacou a emoção do momento. “Estou honrado de estar aqui hoje compartilhando com vocês. Todos que apoiaram e fizeram o projeto acontecer são admiráveis. Sou muito grato por terem me dado a oportunidade de reconhecimento sobre eu mesmo. Minha fala é para pessoas alunas, pessoas trans. É por nós, 90% do nosso recorte que precisa recorrer a prostituição para sobreviver, por nós que a sociedade exclui, violenta. Estou comprometido a mudar essa realidade. Estou com vocês. O EducaTRANSforma está com vocês. Esse é o meu propósito de vida”, diz.
O Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, contou que ficou emocionado ao ouvir o Noah falar. “Estou extremamente feliz em saber que pelo menos algumas aulas ocorrerão aqui. Temos muito a aprender sobre diversidade. E que possamos construir juntos um novo capítulo mais diverso, com mais respeito, com mais capacidade de inclusão e capacitação. Nosso desafio é esse para o próximo ano. E se não for desafiador, não é transformador. Contem com a gente, e espero que estejamos à altura das expectativas do Noah, e de todos os envolvidos nesse processo”, finaliza.
Formato das aulas
O primeiro módulo da formação acontece de dezembro de 2019 até abril de 2020, alternando aulas na UFRGS e workshops e palestras no Tecnopuc. O objetivo é que os alunos sejam capazes de exercer habilidades de resolução de problemas através da tecnologia da informação, e adquiram conhecimentos da lógica de programação e codificação de interfaces com HTML, CSS e Javascript. Como projeto final, os alunos deverão construir um portfólio digital, que servirá como cartão de visitas virtual às empresas interessadas nos talentos da turma. No próximo módulo estão previstos conteúdos como: banco de dados, programação web, mobile e fundamentos de design e qualidade de software.
Além dos treinamentos práticos, o projeto oferece workshops com temáticas como protocolo de hormonização, saúde de pessoas trans e carreira, apoio psicossocial e preparação das empresas através de treinamentos corporativos e ações de inclusão. Para o idealizador do EducaTRANSforma, mais do que capacitações técnicas, a meta é “proporcionar dignidade, conhecimento e remuneração para tirar essas pessoas da vulnerabilidade que elas sofrem devido à transfobia social”. A iniciativa conta com cota de patrocínio para organizações interessadas em contribuir com o projeto e aumentarem a diversidade de suas equipes. Mais informações em http://educatransforma.com.br.
