A Páscoa é a passagem da escravidão à liberdade, da morte à vida, do medo à esperança, da indiferença ao compromisso com a vida.
Foto: Bruno Van Der Kraan/Unplash
A celebração da Páscoa é uma data especial e muito antiga, da qual começa-se a falar dela pelo ano 150. ‘Páscoa’ significa, em Hebraico, ‘passagem’. Ainda hoje, ela é uma data importante para os Judeus e uma data central da fé cristã. A Páscoa é a passagem da escravidão à liberdade, da morte à vida, do medo à esperança, da indiferença ao compromisso com a vida. Na Páscoa de Jesus encontramos o sinal de amor infinito pela humanidade. Ele, reunido com os apóstolos, lava os seus pés, faz uma oração de gratidão e partilha o pão, dando um exemplo de fraternidade, doação e esperança (BORTOLINI, 2006).
Quais sentidos vamos dar para a Páscoa em 2020? O que esta Páscoa representa em nossas vidas, famílias, trabalhos, relações? Neste contexto mundial em que vivemos a pandemia do COVID-19, precisamos, mais do que nunca, estar juntos e apoiarmo-nos como famílias, amigos, colegas, vizinhos e também como organizações para superarmos esta tempestade inesperada. Como disse-nos o Papa Francisco em sua Bênção Urbi et Orbi no final de março, “demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento”, assim como os discípulos de Jesus fizeram na tempestade em alto mar (Mc 4, 37).
Na sua Páscoa, Jesus dá-nos o exemplo, que na Semana Santa fazemos memória; começando pela entrada em Jerusalém, no Domingo de Ramos, de modo humilde, simples, assumindo o projeto de Deus por amor à humanidade e enfrentando os poderosos. Na Quinta-feira Santa, outro gesto extremamente significativo: Ele mostra-se servo que lava os pés dos discípulos (Flp 2, 7). Na Sexta-feira Santa, temos a via-sacra de Jesus, a entrega total por amor infinito à humanidade, com sua morte – que não é o fim, mas o começo de algo novo; “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23, 46). No Sábado, as leituras da Vigília Pascal resgatam a História da Salvação, os sinais de salvação e esperança da presença de Deus no meio da humanidade, ontem, hoje e sempre. Tudo culmina, no Domingo de Páscoa, com a ressurreição.
Que nestes tempos difíceis de COVID-19, a partir de nossas casas ou locais de trabalho, “não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer” (Papa Francisco). Que nós sejamos iluminados pela luz da Páscoa, em nossa solidão, misérias, sofrimentos de tantos irmãos nossos. E assim, certos de que a alegria da Ressurreição encherá nossos corações, prossigamos confiantes de que venceremos esta tempestade e, com fé, trabalho e solidariedade, juntos salvaremos muitas vidas. “Porque a vida é um dom que se recebe doando-se. E porque a maior alegria é dizer sim ao amor […] como fez Jesus por nós” (Papa Francisco, 2020). “Que o Ressuscitado, que escancarou as portas do sepulcro, abra os nossos corações às necessidades dos indigentes, indefesos, pobres, desempregados, marginalizados, daqueles que batem à nossa porta pedindo o pão, um abrigo e o reconhecimento da sua dignidade” (Papa Francisco, 2019).
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