Trabalho desenvolvido pelos Irmãos Weibert, Marie Berthaire e Jean Dominici, hoje é seguido por mais de 10 mil colaboradores
Há 120 anos, desembarcavam no porto do Rio Grande os primeiros Irmãos Maristas missionários no Sul do Brasil. Após uma longa viagem de navio, os Irmãos foram recebidos por uma comitiva que os guiou até a cidade de Bom Princípio, onde, no dia 2 de agosto de 1900, iniciava oficialmente a missão marista no Rio Grande do Sul.
O trabalho desenvolvido pelos Irmãos Weibert, Marie Berthaire e Jean Dominici, hoje é seguido por mais de 10 mil colaboradores, entre Irmãos Maristas e profissionais de diversas áreas. Pessoas que mantêm viva a missão de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e fraterna por meio da educação e do cuidado com a vida.
Para celebrar a trajetória de início da presença marista no sul do Brasil, o Centro de Espiritualidade e Memória Marista preparou uma sequência de atividades que serão realizadas de forma virtual ao longo dos próximos dias. No dia 2 de agosto, a Paróquia Nossa Senhora da Purificação, de Bom Princípio, irá realizar uma missa comemorativa aos 120 anos da chegada dos Irmãos Maristas ao município. A transmissão será realizada às 16h, pelo Facebook da paróquia.
Já no dia 3 de agosto, às 16h, o superior-geral do Instituto Marista, Ir. Ernesto Sánchez, participará de uma celebração virtual, promovida para os colaboradores da Rede Marista na plataforma teams. Acesse aqui.
A memória e a história institucional têm um valor muito importante para a missão marista. A narrativa dos Irmãos missionários que vieram da França para o Brasil encontra-se em diferentes documentos históricos e, também, está retratada no livro Maristas no Brasil Meridional, do Irmão Alfredo Henz. Confira mais detalhes sobre a trajetória dos três Irmãos pioneiros da missão marista no Sul do Brasil:
O nome do vapor que tomaram era Guahyba, pertencente à Companhia Hamburguesa de Navegação para a América do Sul. A viagem a bordo do vapor durou 30 dias. Após quatro semanas, atracaram em Maceió, acreditando ser o fim da viagem, mas não era. No dia 20 de julho, chegaram ao porto de Rio Grande, mas ainda faltava chão a ser percorrido. No desembarque, foram acolhidos por dois padres jesuítas da Escola Stella Maris. Logo a notícia da chegada dos Irmãos se espalhou pela cidade, tendo registros dessa passagem nas edições de 27 de julho de 1900 dos jornais Diário de Rio Grande e Echo do Sul.
A viagem continuou em 21 de julho, quando embarcaram no vapor Mercedes, que, em dois dias, os levou a Porto Alegre, para que pudessem visitar o Bispo Dom Cláudio Ponce de Leon e realizar as exigências legais, permanecendo na cidade de 23 a 31 de julho.
No dia 29 de julho Sua Excelência Dom Cláudio, grande apoiador da vinda dos maristas para o sul do Brasil, escreveu uma carta ao Superior-Geral dos Irmãos Maristas, desejando votos de prosperidade:
“Bom Princípio significa bom começo. – Conhecendo vossa comunidade, as necessidades e as disposições de meus diocesanos, espero que este bom princípio fará admiráveis progressos, ricos em consolação para a comunidade e a Diocese”.
Depois de cumpridas as formalidades com o Bispo e as exigências para estrangeiros em Porto Alegre, partiram rumo a São Sebastião do Caí, no dia 1° de agosto, sendo recebidos novamente pelos padres jesuítas, que se encarregaram de avisar aos responsáveis em Bom Princípio sobre a chegada dos Irmãos.
Primeira casa dos Irmãos Maristas em Bom Princípio
No dia 2 de agosto de 1900, os três Irmãos Maristas foram conduzidos a Bom Princípio por uma comitiva formada por veículos rústicos típicos da região.
Diante da Igreja Matriz, os Irmãos foram recebidos pelas autoridades da região, com saudações e votos de boas-vindas. O povo e os Irmãos entraram na Igreja ao canto do hino Te Deum Laudamus e Grosser Gott wir loben Dich em língua alemã. No dia seguinte, foi realizada uma missa solene para dar graças à instalação da nova comunidade.
Os Irmãos começaram a trabalhar quase que imediatamente, em uma pequena escola paroquial. Já nos cinco primeiros anos, a fundação de novas escolas gerou um cenário de otimismo para a educação católica. Ainda hoje os Colégios Maristas seguem sendo instituições de referência no estado do Rio Grande do Sul.
Uma experiência de união, pertencimento e desenvolvimento integral
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