Pandemia acelerou tendências no ensino que envolvem novas tecnologias e abordagens complexas de situações cotidianas
Living 360º / Foto: Camila Cunha
Você entra na sala de aula, que pode ser em um prédio, ou virtual. Colegas de diferentes áreas se conectam por uma plataforma online, ou estão reunidos em grupos, com mobiliários e acessórios móveis – que possibilitam diferentes organizações e estilos de dinâmicas. Enquanto os professores preparam as apresentações e os materiais necessários, a turma já acessou o conteúdo de apoio disponibilizado digitalmente antes da aula. Diferentes pontos de vista são propostos para a mesma questão, com abordagens e perspectivas variadas, aplicadas a mais de uma área do conhecimento e atuação. Seja bem-vindo à Educação do futuro.
Apesar do teor “futurista”, essas práticas já são uma realidade nas melhores universidades do mundo, inclusive na PUCRS. Mesmo com os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, diversas instituições passaram por uma aceleração digital para se adequar à essa realidade. “Sem dúvidas, isso vai afetar a educação com uma transformação profunda. A área terá que saber como se ressignificar no mundo pós-pandemia, no que quer que venha a ser o novo normal”, destaca Jorge Audy, superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS.
Atributos falados há algum tempo ganharam ainda mais evidência nesse período: pensamento crítico, colaboração, comunicação, criatividade e responsabilidade social. A evolução das práticas em sala de aula vai além de metodologias modernas, com realidade virtual (VR), atividades em vídeos, computadores e transmissões online. Confira essas e outras tendências no ensino e como as novas tecnologias ajudarão em abordagens complexas de situações cotidianas:
Há décadas o maior desafio do Brasil é a educação. Tanto em termos de qualidade quanto em termos de inclusão, explica Audy. “O ensino é a base de um processo de formação para a cidadania, um eixo estratégico para promover o desenvolvimento humano e social, além de se constituir no maior patrimônio de um povo. É um fluxo contínuo, que evolui para o reconhecimento e o fomento da Ciência, da Tecnologia e da Inovação”, destaca. Esses fatores influenciam para que os indicadores de desenvolvimento de uma nação cresçam social, ambiental e economicamente.
“Não acredito que seremos menos globais, mas acho que seremos globais de uma forma diferente”
Apesar de ainda ser um pouco cedo para entender a real extensão e os impactos da pandemia do novo coronavírus, é possível ter alguns insights em meio ao processo. “Parece-me que teremos, de forma geral, um mundo que repensará a globalização como a entendíamos até pouco tempo. Não acredito que seremos menos globais, mas acho que seremos globais de uma forma diferente. Com uma atenção muito mais ao local, para o interior das pessoas, olhando para dentro”, destaca Audy.
Foto: Divulgação/InsCer
A pandemia mostrou novamente a importância das Universidades no combate às crises, através da Pesquisa, da Ciência e da Tecnologia. Igualmente, a Educação ocupou um papel de destaque, com a adoção massiva das tecnologias de informação e comunicação como mediações que anunciam novos modelos.
“Essas áreas possuem importância estratégica e são estruturantes de uma nação no século 21. Não somente para enfrentar pandemias, mas também para criar novas formas para superar os problemas históricos da sociedade”, comenta Audy sobre um desenvolvimento igualitário e sustentável para combater a fome, mudanças climáticas, consumo de energia e outros.
Os esforços das instituições de ensino historicamente permitiram que novas soluções pudessem ajudar a comunidade. No caso da atual pandemia, em meio a tantas incertezas, pesquisadores(as) da PUCRS desenvolveram um novo teste, mais rápido e barato, para a Covid-19; um laboratório criou um serviço para divulgar informações confiáveis sobre o coronavírus; uma força-tarefa se uniu para combater a proliferação do vírus; ao todo, 2,5 mil máscaras produzidas pelo Tecnopuc foram doadas para instituições de saúde; entre tantas outras iniciativas.
Os espaços tradicionais de ensino contam cada vez mais com a contribuição dos ambientes digitais e novas opções, as “salas de aulas do futuro”. É o caso do Living 360º, prédio de três andares e 10 mil m² que conta com diversos ambientes de estudo, bem-estar e convívio. Os equipamentos modernos, mesas, cadeiras e móveis adaptáveis permitem a aplicação de metodologias de ensino inovadoras. Inspirado em grandes universidades internacionais, promove a integração entre estudantes de diferentes níveis e áreas do conhecimento.
Para complementar as metodologias presenciais, ferramentas digitais são utilizadas como forma de aprofundar assuntos trabalhados em sala de aula. Graças a essas boas práticas, durante a pandemia, alunos da PUCRS puderam dar continuidade aos seus estudos com a mesma qualidade que estavam acostumados na dinâmica presencial, através de transmissões ao vivo, materiais de apoio, fóruns de debates e muito mais.
Com um ensino além da sala de aula, há alguns anos surgiu também o Pós-PUCRS Online, um modelo pioneiro de educação continuada no Brasil, que combina a excelência do ensino da Universidade com a experiência de profissionais que são referência no mercado.
Laboratório de Criatividade do Tecnopuc / Foto: Bruno Todeschini
Esse é o conceito do Lifelong Learning, ou Educação Continuada. Apesar de não ser algo tão novo, é apontado como uma das principais exigências do mercado. O que você estudou no início de uma graduação há quatro anos, por exemplo, apesar de não “envelhecer” ou ser invalidado, já passou por atualizações. Além de se manter em dia com as novidades da sua área de estudo, esse conceito também reforça a importância e o impacto de aprender coisas novas, de diferentes campos de atuação.
“A Pedagogia tem na sua experiência o estudo do como se ensina e o como se aprende e, portanto, está utilizando deste momento para pensar as diversas formas de pensar o fazer. A educação do futuro será construída a partir desta base, de como vamos superar este e os próximos desafios”, conta Andreia Mendes, professora de Psicologia na Escola de Ciências da Saúde e da Vida e de Pedagogia na Escola de Humanidades e pesquisadora da PUCRS. Os cursos de MBA, por exemplo, são alternativas para quem quer continuar estudando, mas com foco em gestão e liderança. Assim como o Mestrado e Doutorado, para quem quer se dedicar à pesquisa e a carreira acadêmica.
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“Quando falamos sobre carreira é fundamental que se possa vivenciar na prática aquilo que estudamos teoricamente. Só assim conseguimos ter uma visão real sobre as profissões e o mercado de trabalho e, consequentemente, tomar decisões de carreira mais conscientes”, explica Gabriela Techio, psicóloga consultora do PUCRS Carreiras.
Enquanto, de um lado, os candidatos buscam se atualizar e aprender habilidades cada vez mais exigidas, como um segundo ou terceiro idioma, conceitos de programação e formas de mensurar resultados, por exemplo, do outro, as corporações também tentam se preparar. “As empresas estão buscando aprender como inserir no seu dia a dia o uso de novas tecnologias, a acompanhar os colaboradores em novos formatos de trabalho”, destaca a consultora.
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O empreendedorismo está ligado a um conjunto de competências e habilidades que todas as pessoas têm e que envolvem a geração de ideias, a identificação de oportunidades, a capacidade de mobilização de recursos e de colocar idealizações em prática, explica Katine Fasolo, professora da Escola de Negócios da PUCRS. “Por isso, falar sobre empreendedorismo é muito importante, desde criança, mas especialmente na faculdade. É onde os alunos têm todo um sistema de apoio e incentivo para investigar problemas e buscar soluções”, afirma.
Katine também é docente no Projetos Desafios, uma disciplina eletiva idealizada pelo Laboratório Interdisciplinar de Empreendedorismo e Inovação da PUCRS (Idear), que incentiva a atitude empreendedora e de inovação através de desafios temáticos. Neste semestre, duas empresas residentes do Tecnopuc, Toughtworks e Hardfun, irão elaborar as propostas para os alunos: Como reduzir a desigualdade e promover a inclusão e a diversidade na área de TI?; e Como provocar transformações efetivas na educação por meio da mobilização digital?.
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Foto: Camila Cunha
“Permitir que o conhecimento possa ser acessado por todos é uma forma de ajudar a superar realidades desiguais, de modo a promover um desenvolvimento mais justo e sustentável. Temos que aprender isto de uma vez por todas. Não podemos esperar mais”, enfatiza Audy ao abordar alguns pontos importantes para mudar essa realidade:
A pandemia mostrou uma realidade complexa das questões sociais enfrentadas pela população brasileira. “A Covid-19 escancarou, novamente as mazelas estruturais: dificuldades de acesso e de vida. Computadores, celulares e internet não são uma realidade para todos”, destaca Andreia Mendes.
Além dos espaços de aprendizagem, a PUCRS oferece diversas estruturas de apoio e serviços como o Núcleo de Apoio Psicossocial, o Parque Esportivo, o Centro de Pastoral. “Serviços que podem ajudar os alunos no cuidado integral, vivenciando ações de cultivo da interioridade e da espiritualidade, que juntas com as outras ações, contribuem com um olhar para o ser humano de modo mais holístico, buscando integrar diversas dimensões como corpo, mente e espírito”, explica Malone Rodrigues, filósofo consultor dos projetos da Pastoral. A prática da meditação, por exemplo, pode contribuir para a saúde emocional.
“Sem cultura, a Educação não se fixa”
Para Fernanda Montenegro, a grande dama do Teatro, “a Educação é um esqueleto. O que dá a dimensão dele, a carnadura, é a cultura”. Ao receber o Mérito Cultural da PUCRS, em 2019, enfatizou a importância da defesa da cultura, enquanto instrumento de humanização e educação. O Instituto de Cultura da PUCRS mantém uma programação completa, possibilitando, inclusive, que o conhecimento chegue na casa de quem está em distanciamento social. Diversas lives, tutoriais e shows foram preparados durante o período da pandemia.
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Uma experiência de união, pertencimento e desenvolvimento integral
Uma jornada Universitária se inicia, aprofundando as 7 Moradas de Santa Teresa de Ávila