Projeto da Escola de Negócios promove eventos sobre as diferentes dimensões que envolvem o tema cidades inteligentes
Para responder às aspirações da população por melhores serviços, cada vez mais os governos têm sido transformados pela revolução digital e por estratégias e ações de governança inteligentes. Essa é uma das premissas das cidades inteligentes, que envolvem ainda questões relacionadas a território, mobilidade e cidadania, além das tecnologias da informação e comunicação. Esse novo conceito de cidades, tema da Maratona da Inovação deste ano, segue sendo debatido dentro da Universidade dentro do projeto Cidades, Ideias e Ideais, promovido pela Escola de Negócios.
A iniciativa consiste em uma série de eventos de curta duração abordando diferentes temas dentro do conceito cidades inteligentes, com o objetivo de conectar a graduação à pesquisa, proporcionando ao público uma oportunidade de aprendizado com caráter multidisciplinar e inclusivo. O primeiro encontro, que acontece nesta quarta-feira, 7 de outubro, irá debater a dimensão cidadão inteligente. A palestra será proferida pelo professor Marcos Diligenti, da Escola Politécnica, e a mediação será da professora Edimara Luciano, da Escola de Negócios. As inscrições podem ser feitas neste link.
Dentre as definições de cidades inteligentes, a que Edimara prefere é a de “cidades com melhor qualidade de vida para todos”. A professora explica que o conceito envolve dimensões como mobilidade, viver inteligente, governança inteligente e cidadão inteligente. “Sempre que se pensa em cidades inteligentes, se pensa em uma cidade tecnológica, digital. Mas cidade digital é uma etapa anterior, pois não necessariamente ela é inteligente, apesar de ser mais efetiva em alguns projetos“, explica.
Para a mediadora do evento, é importante trabalhar esse assunto para agrupar os diversos saberes da universidade e dar espaço a eles. “Esse é um tema multidisciplinar por natureza, por isso é importante debatê-lo em na universidade. Além disso, refletir sobre as questões que envolvem iniciativas de cidades inteligentes é também uma forma de exercer a cidadania”, completa.
O professor Diligenti aponta ainda que, a partir desses diálogos, é estimulada uma postura curiosa, que pode incentivar um avanço na conscientização das pessoas enquanto cidadãs: “A universidade, como um espaço reconhecido de construção de conhecimento, é fundamental nesse processo. A meu ver, a sociedade necessita tanto da universidade quanto esta necessita da sociedade, para que, neste caminho de ‘mão dupla‘, seja estimulado o avanço humanitário de ambas”.
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O encontro desta quarta-feira, que irá abordar a dimensão cidadão inteligente, acontece em um momento oportuno: pouco mais de um mês antes das eleições municipais. Comumente o exercício da cidadania é relacionado ao ato de votar, e o evento irá lembrar que ser um cidadão vai além disso, pois envolve uma preocupação constante com o seu papel na sociedade e com o uso que faz da cidade, do local onde vive.
Para Diligenti, cidadão inteligente é aquele que procura buscar a essência dos fenômenos para exercitar a plenitude da sua cidadania. E o desafio está justamente em desenvolver um pensamento crítico: “Essa postura exige conhecimento e o exercício de uma práxis cidadã, que muitas vezes é desestimulada e até mesmo cerceada na sociedade por confrontar interesses específicos de determinados grupos”.
O professor aponta que a democracia representativa que anuncia uma “pseudo” participação cidadã com o voto a cada quatro anos é um modelo de cidadania esgotado. Para realmente exercer o papel de cidadão e exercitar um projeto político no sentido genuíno da palavra, ele sugere buscar uma participação direta e cotidiana nos rumos da cidade por meio de ferramentas efetivas de participação e “deliberação” cidadã.
Confira mais informações sobre o primeiro encontro do projeto Cidades, Ideias e Ideais aqui.