Artigo assinado por Domingos Valladares, professor da Escola de Negócios da PUCRS
Embora sejamos patriotas e sempre queiramos o melhor para o nosso país, temos que analisar com atenção os dados do comércio internacional brasileiro. Somos referência mundial em agrobusiness (soja, arroz, gado e etc), minério de ferro e petróleo. Também temos empresas que são exemplos de gestão no mercado de bebidas, alimentos, aviação, educação, bancos, calçados, dentre outros. A questão é: isto nos transforma numa potência do comércio exterior?
Podemos aproveitar o período eleitoral para ajudar nossa análise. Normalmente, vemos os primeiros colocados baseados na intenção de votos nas pesquisas eleitorais. Os candidatos que possuem mais de 10% das intenções ou os mais famosos são divulgados pela imprensa formal e detêm a maior parte das atenções. Mas o que acontece com os candidatos que possuem 1% ou menos das intenções de votos? Geralmente, salvo as regras eleitorais vigentes, são ignorados pelo grande público e aqui voltaremos a falar sobre o Brasil.
Embora sejamos referência em muitos dos setores já citados, ainda somos pouco representativos no comércio internacional. A realidade é que o Brasil ainda é pequeno perante o seu potencial no mercado global. De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), representamos pouco mais de 1% do comércio internacional. Somos o candidato com muito potencial e pouco voto nas urnas.
É certo que podemos ser melhores, pois temos um mundo de inovações acontecendo neste momento. Avanços relacionados ao 5G, inteligência artificial, internet das coisas, plataformas de trocas de bens e serviços. Novas maneiras de nos relacionarmos com as empresas.
Apesar da pandemia, agora é o momento ideal para o Brasil crescer e mostrar as suas forças. Isto depende da nossa união e da nossa colaboração. Seremos o celeiro do mundo e também podemos ser uma fonte global de inovação. Para tanto, precisamos valorizar a pesquisa, investir na educação (principalmente dos mais jovens), devemos tratar a sustentabilidade como algo vital e preparar a nossa infraestrutura para o crescimento. Eu acredito que seremos gigantes – e você?