Betina Lorscheitter participa, em julho, de campeonato na Hungria
Betina Martins Lorscheitter, de 27 anos, é aluna do sexto semestre do curso de Administração da PUCRS, com ênfase em Administração de Empresas. Além da intensa rotina de estudos à noite, a graduanda exerce nos dois turnos restantes, de segunda a sábado, outra de suas paixões: a natação.
A trajetória de Betina no esporte começou aos cinco anos de idade, por incentivo dos pais. “Eles sempre priorizaram a prática esportiva, em especial a natação, por ser um esporte muito completo”, conta. Mesmo sem pretensões de se tornar uma atleta, encantou-se pelo nado. Cerca de três anos depois, quando já dominava os quatro estilos da natação (crawl, costas, borboleta e peito), começou a competir. Iniciou em competições regionais e, logo, seguiu para campeonatos nacionais. Aos quatorze anos, foi campeã brasileira na categoria infantil e garantiu sua vaga na seleção nacional, por onde disputaria o campeonato sul-americano infanto-juvenil de natação.
Desde então, Betina representou o seu clube Grêmio Náutico União (GNU) e o Brasil em diversas competições. “Comecei como atleta de natação em piscina, com vários títulos nacionais em todas as categorias, e algumas medalhas em campeonatos adultos nas provas de 200m e 400m livre”, relembra. A partir de 2010, passou a focar seus treinos em provas de maratonas aquáticas (de 5km e 10km), através das quais conquistou o que considera seus principais títulos: em 2015, na Rússia, ficou em 15º lugar no Campeonato Mundial (5km) de Esportes Aquáticos. No mesmo ano, foi Campeã Brasileira de Maratonas Aquáticas, na Bahia. De 2010 a 2014, havia conquistado o vice-campeonato na mesma competição, bem como em 2016, quando também foi vice-campeã sul-americana (5km), no Paraguai.
Apesar da paixão pelos esportes, a escolha pela Administração foi inevitável para Betina. Ela chegou a cursar três semestres de Educação Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas explica que não conseguia se ver como profissional da área. “Prefiro estar do outro lado. Percebi que podia trabalhar com o esporte no futuro sem necessariamente ser uma educadora física, e, assim, utilizar na minha profissão toda a bagagem de experiências e valores que o esporte me proporcionou”, afirma. “O curso de Administração é muito amplo e cheio de possibilidades. Como atleta, desenvolvi um perfil de organização, planejamento, realização e liderança, características alinhadas com as de um administrador de empresas”.
Conciliar o esporte com a vida acadêmica é um desafio. “Chego a nadar até 100km na semana e, ainda assim, tenho que ter forças para os estudos. Às vezes, falto semanas inteiras por causa das competições. Na volta, encaro outra maratona: a de provas substitutivas”, brinca. Em meio aos treinos e campeonatos, Betina tenta estudar o máximo possível. “Acredito que tendo disciplina, organização e vontade, se consegue fazer tudo bem feito… uma das coisas que o esporte me ensinou”, avalia.
Outra vantagem de ser atleta e estudar Administração, para ela, é “tirar um pouco a cabeça de tudo o que envolve a natação. É importante ter um tempo longe da piscina e amigos que não ‘cheiram a cloro’”, complementa. Para o futuro, quer continuar trabalhando com o esporte. Como atleta, ama viajar e conhecer lugares e pessoas novas, o que pretende continuar fazendo. Explica que o curso é uma preparação para o dia em que precisar “pendurar o maiô” – mas, enquanto este dia não chega, segue o lema keep moving, keep learning (continuar se movendo, continuar aprendendo). De 15 a 21 de julho, participará do Campeonato Mundial de Maratona Aquática 2017, em Budapeste, na Hungria, nas provas de 5km e 25km. “Estou animada para representar o Brasil mais uma vez em um campeonato tão importante”, finaliza.