4 tendências de negócios para ficar de olho em 2024

Entenda quais são as tendências do mercado financeiro e de negócios para o ano

18/01/2024 - 11h07
4 tendências de negócios para ficar de olho em 2024 , agricultura, trabalho no campo

Conforme o professor Ely José de Mattos, a agricultura é uma atividade altamente dependente de fatores climáticos. / Foto: Envato Elements

Em um mundo marcado pelas transformações sociais, políticas e ambientais, as perspectivas de mudança são as mais diversas no campo dos negócios para este ano. Nesse contexto, pesquisadores e especialistas da PUCRS apontam quatro temáticas que estarão em alta em 2024. Confira:

1) Medidas de avaliação e mensuração de ESG

A primeira utilização do termo ESG (Governança ambiental, social e corporativa, em português) surgiu há 20 anos, em 2004, quando o ex secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, desafiou os 50 presidentes das maiores instituições financeiras do mundo. Com o passar do tempo, o termo se popularizou e passou a ser um termo recorrente em economia e negócios.  

O professor da Escola de Negócios e do Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento, Ely José de Mattos, aponta que, mesmo que hoje o tema tenha se tornado mais corriqueiro, está em processo de concretização. “Ainda que bastante popular, o ESG está em pleno processo de desenvolvimento – o que traz oportunidades e desafios”, destaca o professor. Com a popularização desse conceito, algumas organizações se apropriaram dele de maneira errônea, não realizando de fato medidas próprias para a mitigação de problemas sociais, enfatiza Mattos.  

“Para que não se incorra no erro de transformar o movimento ESG em mera campanha publicitária de valorização de ações pontuais e rasas, é fundamental que sejamos criteriosos na avaliação dos resultados dos negócios em termos ambientais e sociais” elenca Ely. 

Para o pesquisador, 2024 será um ano marcado pelo avanço nas técnicas de avaliação e também pelo desenvolvimento de mais e melhores indicadores de atingimento de objetivos ESG. 

“A ninguém interessa que um caminho com tanto potencial de engajamento dos negócios acabe convertido em algo sem credibilidade e, por consequência, inócuo” ressalta o professor. 

2) Mudanças climáticas e risco no agronegócio

Com as fortes transformações ocorrendo no clima, as consequências se refletem em diversas áreas da sociedade, mas principalmente no agronegócio. O Brasil tem grande sucesso no setor agro e os efeitos podem ser sentidos de formas diferentes para os produtores.  

“Um dos principais fatores de preocupação que têm potencial impacto negativo no agronegócio brasileiro é a mudança climática. Pela agricultura ser uma atividade altamente dependente de fatores climáticos, as mudanças afetam a produção de várias maneiras: através do regime de chuvas e de temperatura, de eventos extremos e pela maior ocorrência de pragas e doenças”, destaca o professor da Escola de Negócios e também dos programas de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade e em Economia do Desenvolvimento, Augusto Mussi Alvim. 

Para o pesquisador, todos esses aspectos afetam diretamente o risco da atividade agrícola e, por consequência, tem potencial para reduzir os investimentos e aumentar o custo do crédito e do seguro agrícola no Brasil. “Neste cenário de mudanças climáticas, a inovação e a adoção de novas tecnologias continuam sendo a alternativa mais rápida para adaptar os negócios agrícolas a um ambiente de maior incerteza no regime de chuvas e de temperaturas extremas”. 

3) Aquisição de bens 

A tendência é que a taxa de juro fique estável no primeiro semestre deste ano. / Foto: Pexels

Após um período de crescimento nas taxas de juros, a expectativa é de que 2024 seja de queda de juros, segundo o professor da Escola de Negócios e do Programa de Pós-Graduação em Economia do Desenvolvimento, Gustavo Inacio de Moraes. Essa queda facilitará, no primeiro momento, o maior consumo de bens materiais e culturais da população.  

“As taxas de juros cairão durante todo o primeiro semestre e tenderão a se estabilizar ou ter quedas menores no segundo semestre. Assim, financiamentos de bens duráveis ou de imóveis tenderão a estar mais baratos no segundo semestre, pedindo que o consumidor tenha paciência nas suas aquisições”, destaca.  

4) Investimentos em alta

As perspectivas para os investimentos indicam que é um bom momento para diversificar seu patrimônio por conta da queda dos juros, segundo Gustavo.   

“Produtos de renda variável tem um potencial de valorização maior, especialmente fundos imobiliários e ações da bolsa de valores. Com a desaceleração da economia mundial, as empresas voltadas para o mercado interno, como as do setor de infraestrutura e consumo popular, terão uma perspectiva ainda melhor”, elenca o pesquisador.

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