Amanda Oliveira tem graduação em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de Campina Grande, mestrado e doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais, e Pós-Doutorado na mesma área, ambas pela Universidade Federal de São Carlos. Suas áreas de interesse envolvem materiais poliméricos, compósitos e nanocompósitos poliméricos, síntese de polímeros, processamento de polímeros, compósitos sustentáveis, blendas poliméricas, entre outros.
Amanda relata que seu interesse nessa área de pesquisa surgiu logo no início da graduação, onde conheceu as três áreas do curso de Engenharia de Materiais: polímeros, metais e cerâmicos. Ao cursar as disciplinas, Amanda se vislumbrou pelos polímeros, e começou a fazer pesquisa a nível de iniciação científica atuando nesta área.
Como docente na Universidade Federal de Pelotas, cargo que sonhou desde o final de sua graduação, Amanda desenvolve projetos de pesquisa e ensino nas áreas citadas, destacando-se o desenvolvimento de materiais compósitos e nanocompósitos utilizando materiais a base de carbono, nanoargilas, alanato de sódio, fibras naturais, entre outros. Além disso, desenvolve pesquisas utilizando materiais renováveis, como diferentes biomassas obtidas a partir de resíduos agroindustriais, para a obtenção de compósitos sustentáveis que podem ser utilizados em áreas como a construção civil e na indústria de embalagens de alimentos, por exemplo.
Em sua trajetória acadêmica, foi a segunda mulher coordenadora do curso de Engenharia de Materiais, no período de 2018 a 2020, e atualmente atua como diretora adjunta do Centro de Desenvolvimento Tecnológico, unidade acadêmica em que o curso de Engenharia de Materiais está inserido, sendo também a segunda mulher a assumir esse cargo.
Amanda vem contribuindo para a universidade e o curso de Engenharia de Materiais com o desenvolvimento de linhas de pesquisa na área de materiais poliméricos, uma área que até então era pouco explorada. Também atua como coordenadora e colaboradora em projetos de outros docentes, orienta trabalhos de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, mestrado e doutorado, participando da formação de recursos humanos. A partir de sua experiência na docência, foi escolhida como paraninfa e também como patronesse de algumas turmas de formandos, homenagens que considera uma forma de reconhecimento, pelos alunos, do trabalho desenvolvido na universidade.
Em 2021, Amanda foi eleita para compor o 17º Conselho Diretor da Associação Brasileira de Polímeros, cujo mandato iniciou em outubro de 2021 e se estende até outubro de 2025.
Com relação a representatividade de mulheres em STEM, Amanda identifica que esse número ainda é pequeno, e que mesmo com um aumento no número de mulheres nestas áreas nos últimos anos, este número ainda está muito aquém do esperado. Usando como exemplo o curso de Engenharia da Computação, relata que o primeiro ingresso de mulheres se deu no ano de 2010, e entre 2010 e 2019, apenas 10,34% dos ingressantes foram do sexo feminino. Para os cursos de Engenharia de Materiais e Engenharia Hídrica, entre o período de 2009 a 2015, se observou um aumento do número de ingressantes do sexo feminino, que seria de
40,62 e 43,82%, respectivamente, mas o número ainda é menor que o ingresso de homens nestes cursos. Em suas palavras, Amanda acredita que “falta por parte da sociedade um incentivo maior para as meninas seguirem nessas áreas”, e que “seria interessante incentivar as meninas desde o ensino fundamental e também no ensino médio, com algumas ações como apresentação de palestras com engenheiras, oficinas e feiras de ciências voltadas mais para as áreas das exatas, entre outros”. Por fim, também diz que “precisamos mudar aquela velha impressão (um pouco cultural também no nosso país) que as áreas de exatas são só para homens e que as mulheres podem sim atuar em qualquer área”.