No Brasil, a vacina Qdenga é distribuída e aplicada pelo SUS e faz parte do Calendário Nacional de Vacinação
Os casos de dengue no Rio Grande do Sul não param de subir: o Estado já registrou mais de 17 mil casos confirmados de dengue em 2024, o que é seis vezes maior do que o mesmo período no ano anterior. Essa explosão de casos é justificada pelas mudanças climáticas, e as fortes chuvas, combinadas de altas temperaturas, formam o ambiente perfeito para a rápida proliferação e contágio da doença entre a população.
Caracterizada por febre alta, dores pelo corpo e vermelhidão na pele, a dengue já causou 17 mortes no RS e mais de 300 em todo o país. Neste cenário, a vacinação se torna a melhor ferramenta de prevenção contra a doença. No Brasil, a vacina Qdenga é distribuída e aplicada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), fazendo parte do Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde desde fevereiro deste ano.
A farmacêutica Takeda, de origem japonesa, é a responsável pela vacina Qdenga, que é feita com o vírus atenuado. Nesta composição, o vírus está vivo, mas sua capacidade infecciosa é menor, o que desenvolve a imunidade no corpo humano e torna a vacina segura.
O professor da Escola de Medicina e do Programa de Pós-Graduação em Pediatria e Saúde da Criança Marcelo Scotta, garante que o imunizante Qdenga é seguro para a população. “A vacina já possui estudos com seguimento de mais de quatro anos sem apresentar eventos adversos relevantes que tenham sido associados a ela”.
Além desta vacina, concomitantemente, o Instituto Butantan está em fase final do desenvolvimento de um imunizante nacional. Desde 2009, pesquisadores elaboram a vacina que também é feita com o vírus atenuado. Ambas as vacinas protegem contra os quatro tipos de dengue, mas a do Instituto possui em sua composição os quatro diferentes vírus, a que torna mais eficiente. Ambas as vacinas são seguras e oferecem uma boa fonte de proteção.
“A vacina Qdenga reduz em cerca de 80% o número de casos bem como o número de hospitalizações nos indivíduos vacinados”, destaca Scotta.
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Nas regiões em que a vacina já é aplicada, a faixa etária de 10 a 14 anos é o público-alvo, idades que concentram a maior proporção de hospitalização pela doença. O professor destaca que o sucinto público se dá pela limitação de doses disponíveis.
“Como o Brasil é um dos países mais afetados, a aplicação vem em ótimo momento. Entretanto, ainda está sendo feita em faixas etárias restritas por limitações na capacidade de produção do fabricante”, elenca.
Enquanto a vacina não é liberada para a população em geral, a recomendação é a mesma de outras endemias tropicais. “O uso de repelentes e eliminar os focos de reprodução do mosquito evitando água parada acumulada são as principais ações de proteção”, menciona Scotta.
O Rio Grande do Sul ainda não recebeu doses do Ministério da Saúde, mas as doses podem ser encontradas na rede privada.
Passar o produto nas partes do corpo que ficam expostas, como braços e pernas, é uma maneira eficaz de manter os mosquitos afastados da pele.
O Aedes aegypti é atraído pela substância que o corpo humano elimina por meio do suor e da respiração, por isso é importante utilizar roupas que cubram a maior parte do corpo para atenuar esse processo.
Evite deixar qualquer reservatório de água parada sem proteção em casa. O mosquito pode usar como criadouros desde espaços como caixas d’água e piscinas abertas até pequenos objetos, como tampas de garrafa e vasos de planta.
Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
Inseticidas são grandes aliados na prevenção da dengue, pois ajudam a eliminar focos do mosquito em locais abertos e fechados. Na PUCRS são realizadas aplicações regulares de inseticidas e larvicidas nas áreas externas em todo o Campus.
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