A BioSima, que aposta no tratamento para reparar órgãos e tecidos, foi criada no Programa Hangar
A BioSima Medicina Regenerativa (startup do professor e pesquisador da Escola de Ciências da Saúde e da Vida e do Programa de Pós-graduação em Odontologia Eduardo Rolim Teixeira que aposta em um tratamento inovador para a reparação de orgãos e tecidos) conquistou o primeiro lugar na categoria healthtech do edital InovaDoc 2023 da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O edital busca fomentar soluções inovadoras para a transferência de tecnologias desenvolvidas em universidades e centros de pesquisas para empresas. E a publicação contemplou quatro diferentes linhas de pesquisa diferentes para investimento: agritech, nanotech, biotech e healthtech.
“Concorremos com mais de 300 projetos de universidades e institutos de pesquisa nacionais, sendo que somente 20 projetos foram agraciados. Agora, esses recursos entram para estruturação do parque de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da startup. Além disso, a estruturação da startup também contempla a expansão de sua parte corporativa, visando agregar capital intelectual para o desenvolvimento de outros produtos tecnológicos”, elenca
Eduardo Teixeira comemora essa conquista e destaca a importância deste investimento para o crescimento e maior impacto da startup na sociedade. Além disso, o pesquisador já prevê outros investimentos.
“Estamos vislumbrando também uma captação de investimento privado, apoiados agora no capital e na chancela FINEP que atesta que o nosso projeto é inovador e aplicável ao mercado. Estamos prevendo uma rodada de investimentos privados com potencial 3 a 5 vezes maiores do que o captado no edital”.
A startup, que ficou em segundo lugar no Programa Hangar em 2022, vem se destacando no cenário da saúde pelo desenvolvimento de produtos baseados em terapias que utilizam pequenas estruturas feitas pelas próprias células do nosso corpo, chamadas exossomos. Essas células carregam material genético e proteínas específicas e ajudam a reparar doenças ao estimular outras células locais do paciente a renovar tecidos e órgãos.
Em vez de oferecer tratamentos padronizados que funcionam pela média geral da resposta de drogas farmacológicas comuns administradas para um grande número de pessoas, este ramo da medicina regenerativa foca em criar terapias personalizadas, adaptadas às necessidades específicas de cada indivíduo, especialmente em áreas onde os tecidos ou órgãos foram afetados por doenças.
Durante sua participação na primeira edição do Programa Hangar, iniciativa que visa conectar pesquisas acadêmicas ao ecossistema de inovação da PUCRS, a startup não apenas nasceu e consolidou sua visão de negócio, mas pode aprimorar sua compreensão da interseccionalidade entre pesquisa acadêmica e mercado. Após a participação, a empresa deu passos significativos em direção à realização de suas metas, como a captação de investimentos governamentais e privados.
A equipe da startup é composta originalmente por Eduardo Rolim e Patricia Sesterheim, bióloga, sendo estes sócios-fundadores e parceiros desde o início do projeto, contando com outros pesquisadores-colaboradores da PUCRS e também externos que tiveram papel importante no desenvolvimento das pesquisas.
Desde sua jornada no Programa Hangar até os avanços pós-incubação, a BioSima estabelece seu espaço na vanguarda da medicina personalizada. Seu compromisso com a inovação, combinado com a aplicação prática da pesquisa acadêmica, cria uma força impulsionadora na busca por terapias mais precisas e eficazes para enfermidades humanas. Para o professor Eduardo Rolim Teixeira, a empresa se diferencia visto seu estado de maturidade.
“As poucas empresas com produtos de sinalização exossômica existentes mundialmente encontram-se igualmente em fase inicial de preparação de produtos, apresentando seus primeiros resultados com grande potencial de impacto inovador”, destaca.
O empreendimento baseia suas atividades na extensa jornada de 11 anos de pesquisa e desenvolvimento do grupo de pesquisadores e fundadores da empresa. Essa trajetória resultou na criação de uma ampla rede de colaboração, tanto nacional quanto internacional, entre diferentes parceiros, culminando no atual estágio de desenvolvimento de seu principal produto exossômico, o ConExo, um produto exossômico em desenvolvimento para aplicação em cirurgias ósseas Ortopédico-Odontológicas.
“Essa expertise é complementada por um corpo técnico-científico altamente capacitado e por estruturas físicas contratadas já em uso para a condução das etapas de desenvolvimento do projeto. Além disso, a empresa garantiu financiamentos para ensaios clínicos com entidades nacionais e internacionais, recebeu investimento-anjo do setor privado e está formalizando os procedimentos necessários junto às agências reguladoras de saúde, como a Anvisa”, complementa Eduardo.
Esses elementos destacam-se como diferenciais significativos da BioSima, impulsionando sua posição como uma empresa pioneira na liderança da inovação em medicina regenerativa.