Ana Barbachan e Fernanda Oliveira contam suas trajetórias no iatismo
A Sessão Clínica do Núcleo de Formação Específica em Pediatria da Escola de Medicina da PUCRS recebeu, no dia 19 de novembro, as alumni e atletas olímpicas do iatismo Ana Barbachan e Fernanda Oliveira. Graduadas pela PUCRS em Psicologia e Administração, respectivamente, elas estão indo para sua terceira participação consecutiva em Olimpíadas. A atividade foi realizada no Anfiteatro Ir. José Otão do Hospital São Lucas (HSL) (Av. Ipiranga, 6.690 – 2º andar).
A partir do tema Cuidando de quem cuida, Ana e Fernanda compartilharam suas trajetórias no iatismo e contaram como conciliam a rotina intensa de treinos e competições com a vida pessoal. Parceiras de barco há mais de dez anos, as atletas começaram a praticar o esporte ainda crianças. Fernanda teve a primeira participação em Jogos Olímpicos em 2000, em Sidney (Austrália). Desde então, participou de todas as edições, sendo medalhista de bronze em 2008, em Pequim (China), com sua então parceira Isabel Swan. A primeira Olimpíada que Ana e Fernanda disputaram juntas foi a de Londres (Reino Unido), em 2012 – parceria que se repetiu no Rio de Janeiro, em 2016. Agora, elas se preparam para a edição de Tóquio (Japão), no próximo ano.
Um dos segredos para os resultados positivos que a dupla vem conquistando – juntas, as atletas já foram medalhistas em diversas etapas da Copa do Mundo de Vela –, é manter a rotina de trabalho, mesmo nas horas difíceis. “Assim como na medicina, a gente precisa manter os procedimentos necessários, mesmo nos momentos mais tensos”, relata Fernanda. Elas ainda traçam outro paralelo entre a atividade médica e o esporte, que é o espírito de cooperação e a confiança da equipe. “A vela é um esporte de constância. Por isso, precisamos ter muita segurança. E acho que o fato de estarmos juntas há bastante tempo dá esse conforto e dribla um pouco a ansiedade”, comenta Ana.
Além da paixão e da dedicação ao esporte, as iatistas compartilham outras semelhanças. Ambas fizeram questão de cursar o Ensino Superior, algo não muito comum entre atletas de alta performance. Ainda, as duas procuram um equilíbrio entre a vida profissional e a família. Residentes em Porto Alegre, quando estão na cidade, programam-se para treinar de segunda a sexta-feira, reservando os fins de semana para descanso e lazer com amigos e familiares. Mãe de dois filhos, Fernanda também leva as crianças para as viagens durante competições sempre que pode. E, dessa forma, tenta aproveitar para conhecer um pouco dos lugares para onde vai.
As atletas ainda receberam, do assessor da Reitoria Solimar Amaro, os pins e o cartão de Alumni PUCRS. Elas contam que os cursos que escolheram fazer na graduação contribuem de certa forma em sua rotina. Fernanda, por exemplo, tem mais facilidade em cuidar de toda a parte de gestão e de planejamento da dupla, em função de ter estudado Administração. Já Ana consegue perceber o quanto o fato de estar em uma competição pode interferir na tomada de decisões. “Cursei a faculdade durante o primeiro ciclo olímpico. A psicologia é um conhecimento que podemos usar a vida inteira, para podermos nos entender melhor. E, dentro do esporte, ainda mais, para entendermos como o comportamento se altera em situações de pressão”, diz.
Sobre voltarem à Universidade para compartilhar um pouco de sua trajetória, as atletas dizem se sentir honradas. “É uma instituição que a gente admira bastante, uma referência. Nós tivemos uma rotina aqui durante anos, então sempre dá aquele saudosismo”, conclui Fernanda.