Trabalho de Antonia Gazola coletou dados de consultas, tratamentos e procedimentos oncológicos do Hospital São Lucas da PUCRS
Antonia Gazola (Crédito: Divulgação)
A aluna da Escola de Medicina, Antonia Angeli Gazola, apresentou seu trabalho no tradicional congresso organizado pela American Society of Clinical Oncology – ASCO, onde são reunidos trabalhos de inúmeros países, com temas relacionados com oncologia. Neste ano, a ASCO possibilitou que os estudantes de medicina submetessem seus estudos. “Então, eu apresentei a ideia para o meu orientador Prof. Dr. André Fay que apoiou. Com isso, reunimos o nosso grupo, iniciamos o projeto e o submetemos para o congresso”, diz.
No congresso, Antonia apresentou o seguinte trabalho: O impacto da pandemia de COVID-19 no manejo do câncer em um país em desenvolvimento. A apresentação foi online, com slides e no final, oncologistas de diversos países fizeram perguntas, comentários e deram seu feedback. Para a confecção do estudo, a aluna, seus colegas e seus orientadores reuniram dados de consultas, tratamentos e procedimentos oncológicos no Hospital São Lucas da PUCRS. “Após, comparamos o número absoluto de consultas oncológicas, inícios de tratamento e procedimentos de um ano antes do início da pandemia do COVID-19 com as de um ano durante a pandemia”, conta.
Estudo avaliou o impacto da pandemia em pacientes oncológicos
No trabalho apresentado por Antonia, foi hipotetizado que em países de baixa e média renda (LMIC), há um risco aumentado de pior efeito colateral pandêmico, impactando a saúde, especificamente em pacientes oncológicos. “Para avaliar isso, investigamos o impacto da pandemia de COVID-19 no manejo de pacientes oncológicos não cirúrgico em uma única instituição do Brasil, o Hospital São Lucas da PUCRS. Foi um estudo transversal que utilizou o banco de dados do SUS do Hospital São Lucas. As informações de todos os tipos de consultas e tratamentos para câncer em adultos foram coletadas de março de 2019 a fevereiro de 2021”, explica.
O estudo foi dividido em dois períodos: um ano antes de pandemia e um após. “Comparamos os números absolutos de consultas oncológicas ambulatoriais, consultas de radioterapia, pacientes submetidos a tratamentos intravenosos oncológicos, inícios de tratamento com radioterapia e distribuição de medicamentos oncológicos via oral”, revela.
Na pesquisa, foi encontrada uma redução estatisticamente significativa em quase todos os grupos durante o período da pandemia, mostrando o impacto importante na gestão do cuidado ao paciente oncológico. “A única variável que permaneceu estável nos dois momentos diferentes foi o número absoluto de distribuição de medicamentos oncológicos via oral”, constata.
Reflexos da pandemia podem ser sentidos por um tempo
Compreender os efeitos que a pandemia vai deixar nos pacientes oncológicos é essencial para que possamos nos preparar para o futuro pós-pandemia. “Também para entendermos as causas da redução de atendimentos oncológicos para buscarmos soluções para possíveis adversidades. Precisamos entender a situação para planejar formas de melhorar o atendimento desses pacientes”, afirma.
Para Antonia, foi uma honra representar a PUCRS e o seu grupo de pesquisa em um evento importante como o encontro anual da ASCO. “Foi uma oportunidade incrível que certamente contribuiu muito para o meu crescimento pessoal e profissional. Sou muito grata pela oportunidade e por toda a ajuda e apoio dos meus mentores e orientadores: Prof. Dr. André Fay e Dra. Alessandra Borba e também pelos meus colegas de pesquisa: Paulo Alfredo Schulze, Francisco Zuanazzi, Dalmácia Silva, Ana Paula Bampi e Juliana Raasch”, finaliza.
