5 dicas: como realizar a gestão financeira dos negócios

Frederike Mette, professora da Escola de Negócios da PUCRS, reúne sugestões para melhorar a organização das finanças empresariais

15/10/2020 - 17h38
Estúdio de Finanças

Realizar a gestão financeira dos negócios é essencial para quem empreende / Foto: Bruno Todeschini

A inovação é um dos pontos mais discutidos quando se fala na criação de empresas e negócios. Ter uma ideia inovadora e que se diferencie no mercado é a maior busca de quem empreende atualmente. Porémpara que a ideia saia do papel e se torne viável, é fundamental estar atento a itens básicos, como a gestão financeira da sua empresa.

Pensando nisso, a professora da Escola de Negócios da PUCRS Frederike Mette organizou sugestões sobre conceitos básicos que você precisa saber quando decide empreender. Confira as dicas:

1. Entenda seu fluxo de caixa: você já deve ter ouvido falar de fluxo de caixa, não é? Então, o controle de entradas e saídas de dinheiro é a principal ferramenta de organização financeira para a sua empresa. Além disso, para uma gestão eficiente de capital de giro, entender o fluxo de caixa é essencial, pois ele demonstra a real geração de recursos que a empresa teve (diferente do lucro do exercício).

Gerir o fluxo também auxilia a compreender qual a necessidade de recursos que uma empresa precisa manter em caixa a fim de cumprir suas obrigações e gastos mensais em dia. Afinal, na maioria das vezes, uma venda (principalmente aquelas realizadas de forma parcelada e a prazo) pode demorar para ser convertida em dinheiro no caixa.

2. Não misture finanças pessoais com as finanças da empresa: nunca, jamais,misture suas finanças pessoais e familiares com as finanças empresariais. No momento em que cometemos essa falha, fica difícil de identificar qual é o real erro de gestão, caso a conta caia no “vermelho”. Ou seja, muitas vezes o/a empreendedor/a acaba pagando algumas contas pessoais com o dinheiro do caixa da empresa, assim como cobre alguma eventual necessidade empresarial com seu próprio recurso. O problema é que, na maioria dos casos, tudo é feito sem um controle efetivo dessas entradas e saídas. Essa falha também pode ser cometida no momento de captar algum empréstimo. Por isso, evite utilizar sua conta pessoal para captar recursos para a empresa. Resumidamente, nunca misture seu CPF com seu CNPJ.

Finanças - Moedas

Busque diferenciar as dívidas boas das ruins e reduza gastos / Foto: Pixabay

3. O segredo não é o quanto você ganha, mas o quanto você gasta: sim, o essencial não é ter receita e sim ter um lucro. Mas qual a diferença entre ambos? A receita incorre o valor monetário ganho em decorrência das vendas, já o lucro é a sobra de recursos a partir da diferença da minha receita e dos meus gastos. Portanto, a regra básica é, além de maximizar suas vendas, reduzir ao máximo os seus gastos.

Nem sempre um aumento no faturamento garante um aumento nos lucros. Também é importante lembrar que, o lucro é diferente do saldo que você terá em caixa. O lucro somente analisa o que você ganhou e gastou em um período, já o saldo de caixa identifica o que realmente entrou e saiu de dinheiro no mesmo período.

4. Saiba a diferença entre dívida boa e dívida ruim: nem sempre estar endividado significa que há algo errado. É fundamental saber a diferença entre dívidas boas e dívidas ruins. A dívida ruim todos conhecem: é àquela que possui altas taxas de juros e que crescem de forma exponencial, como as dívidas de cheque especial e cartão de crédito. Mas o que seria uma dívida boa? São àquelas com juros baixos e que utilizamos, normalmente, para aumentar o nosso patrimônio. Por exemplo, linhas de financiamento habitacionais tendem a apresentar taxas de juros atrativas (melhores do que a maioria dos investimentos com menor risco) ou linhas de crédito empresariais subsidiadas pelo governo. Uma dívida boa pode potencializar seu negócio.

5. Compreenda a precificação dos seus produtos: para precificar um produto, ou seja, colocar o valor monetário que será cobrado para adquiri-lo,você precisa compreender muito mais do que os custos e taxas que pagos durante a produção. O segredo é identificar qual é a percepção de valor agregado que o cliente busca ao adquirir o produto. Se seus produtos entregarem o valor desejado, quem consome estará disposto a pagar o preço. Assim, o segredo é convergir o valor percebido e o preço a ser cobrado.

Adicionalmente, é muito importante conhecer a sua concorrência e qual o preço cobrado por produtos/serviços que podem ser alternativas àquilo que você comercializa. Nesta etapa, não economize em pesquisas de mercado, a fim de compreender o macro e micro ambiente que irá se inserir e, desta forma, desenvolver a estratégia mais adequada de inserção. Assim, a precificação acaba sendo uma consequência de etapas bem executadas.

Leia também: 5 dicas: saiba como começar a se organizar financeiramente

 

 

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