Qual a relação entre degradação ambiental e pandemias?
Nas últimas décadas, pesquisas científicas cada vez mais têm comprovado que a degradação ambiental por consequência do desmatamento, da expansão desenfreada da agricultura, da mineração e da exploração de espécies silvestres, dentre outros fatores, está diretamente relacionada ao surgimento de algumas doenças infecciosas que atingem a espécie humana. Isso ocorre porque alguns potenciais patógenos humanos, antes confinados nos ambientes naturais, se alastram devido às ações do homem nesses ambientes.
Conforme afirmam os cientistas, há suspeitas de que a malária (infecção causada pelo microrganismo Plasmodium e transmitida por mosquitos), por exemplo, esteja relacionada com o desmatamento. No Brasil foi constatado um aumento nos casos de malária concomitantemente à degradação dos ambientes naturais.
De acordo com dados do Global Virome Project (GVP), parceria internacional de pesquisa sobre doenças infecciosas virais, 75% das doenças infecciosas em humanos são oriundas de animais silvestres, incluindo pandemias como a COVID-19. Outras pesquisas revelaram que surtos de doenças, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS) e a gripe aviária, aumentaram nas últimas décadas. E esses números vem aumentando cada vez mais, devido às alterações nos ambientes naturais que levam ao desequilíbrio das espécies de animais e vegetais.
Outras pesquisas também evidenciaram que a disseminação de doenças é resultado do aumento do contato da espécie humana com animais silvestres, já que as pessoas ocupam ambientes naturais e acabam interferindo no equilíbrio desses espaços e da vida selvagem.
Todos os estudos apontam para uma mesma questão: se as ações de degradação dos ambientes naturais continuarem nesse ritmo, cada vez mais irão surgir surtos de doenças infecciosas, incluindo pandemias, como a que estamos vivendo hoje.
Na exposição do MCT-PUCRS temos a área dos biomas. Nesse espaço é possível conhecer um pouco mais sobre nossa biodiversidade e a importância desses ambientes naturais.
Referências
https://www.nature.com
https://agencia.fapesp.br/
https://www.nationalgeographicbrasil.com
http://www.ief.mg.gov.br
http://www.globalviromeproject.org/