O museu do futuro: sustentabilidade e bem-estar
Não é novidade que a palavra museu deriva de “museion”, termo grego para indicar o lugar onde viviam as musas na Antiguidade, as guardiãs das artes e do conhecimento. Definir um museu como um local relacionado às artes e ao conhecimento não parece nada inadequado. Nem mesmo anacrônico. Entretanto, um museu é ainda mais do que isso. Museu é lugar de vida e como ela, não pode parar de se movimentar, de se deparar com a decepção, com o encantamento, com a reflexão.
Nesse sentido, entendendo museu como expressão e comunicação da vida nas mais diversas de suas manifestações, fica ingrata a tarefa de comprimir em um conceito o que é um museu. E mais complexa fica a empreitada de definir como será o museu e suas contribuições para a sustentabilidade e bem-estar, tema de provocação lançada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) para esta Semana Nacional dos Museus, a vigésima primeira, que acontece de 15 a 21 de maio de 2023.
Embora complexo e difícil de definir, o museu e suas contribuições para a sustentabilidade, certamente, tema que contempla suposições, inclusive aquelas forjadas pela observação mais ou menos atenta da vida, da situação pela qual a humanidade e outras formas de vida passam nos tempos atuais.
Crises sociais, econômicas, políticas, ambientais, sanitárias precisam ser enfrentadas e os museus são instrumentos que contribuem para reflexões que permitem um enfrentamento de tais problemas de modo mais sensível, mais empático e de aceitação do diferente.
O desmatamento, as queimadas, a pesca e a caça predatórias e outras formas de depredação de habitats naturais são responsáveis pela extinção de inúmeras espécies de seres vivos, causando um desequilírio ecológico que leva ao aumento descontrolado de outras espécies, dentre as quais insetos e outros tipos de animais muitas vezes nocivos ao homem. Os museus, vem cumprindo o seu papel na pesquisa, preservação e divulgação de dados que impactam a biodiverdidade e vida humana e, assim, contribuem para disseminação do conhecimento. Há evidências, por exemplo, de que as mudanças climáticas proporcionaram um aumento da população de algumas espécies de morcegos nas regiões onde se originou o novo coronavírus. E sabe-se que morcegos são a principal fonte desse vírus.
O acesso aos museus pode contribuir em relação a tudo o que é vivo e dá suporte à vida e também para a promoção da igualdade em relação a tudo o que é humano. É o que se espera para o futuro da vida, que começa agora. É o que se espera das contribuições de um museu para um futuro sustentável e de bem-estar.