Nitrato de amônio: qual o risco de seu uso.
O nitrato de amônio (NH4NO3) é um sal inorgânico muito utilizado na agricultura, como fertilizante, e na mineração, como explosivo. Portanto, essencial para nossa sociedade.
Entretanto, o nitrato de amônio ganhou notoriedade com o desastre que ocorreu no início de agosto de 2020, em Beirute, no Líbano. Segundo o governo libanês, cerca de 2.700 toneladas de nitrato de amônio, que se encontravam inadequadamente armazenadas no porto da cidade, explodiram, deixando mais de cem vítimas fatais e milhares de feridos.
Não é a primeira vez que esse composto químico causa desastres de grandes proporções. Para citar alguns mais conhecidos, em 1921, a cidade alemã de Ludwigshafen sofreu com uma explosão na fábrica da Basf. Em 2013, uma fábrica de fertilizantes explodiu na cidade de West, no Texas. Dois anos mais tarde, várias explosões ocorreram na cidade de Tianjin, na China.
No Brasil também já ocorreram acidentes com nitrato de amônio. Em 2013, um incêndio em um terminal do porto de São Francisco do Sul (SC), que armazenava cerca de 10 mil toneladas do sal, levou à evacuação da população próxima, devido a liberação de gases tóxicos . Já em 2017, houve uma explosão em uma fábrica da Vale, em Cubatão (SP).
No entanto, o nitrato de amônio é produzido e utilizado em vários países sem causar nenhum problema, quando as normas de segurança são seguidas. Para que este produto seguro e estável seja causa de explosões, ele precisa estar contaminado com algum combustível ou ser exposto a grandes temperaturas. Nessas condições o composto se decompõe violentamente, gerando uma rápida liberação de gases e causando a explosão.
O controle da chegada do nitrato de amônio no Brasil é feito pelo Exército, que define suas condições de transporte, manipulação e armazenamento. A explosão em Beirute nos mostra mais uma vez o quão indispensáveis são essas regulamentações.
https://www.scientificamerican.com
https://revistagalileu.globo.com
https://www.sc.gov.br