Estudos associam a Covid-19 a transtornos psiquiátricos
Dois estudos recentes evidenciaram que, após a infecção por COVID-19, alguns pacientes podem desenvolver transtornos psiquiátricos e danos cerebrais.
Um dos estudos, publicado pela Universidade de Oxford, fez um levantamento em registros eletrônicos de pacientes infectados por COVID-19. Foram analisados, por meio da plataforma “TriNetX” (rede que captura dados anônimos de organizações de saúde), dados de 69,8 milhões de pacientes. Os resultados indicaram que, em pacientes sem história psiquiátrica anterior à COVID-19, ocorreu um aumento da incidência de diagnósticos psiquiátricos. Estima-se que as probabilidades de sequelas psiquiátricas ocorram de 14 a 90 dias após a infecção. A incidência foi maior para transtornos de ansiedade, depressão, insônia e demência. Contudo, esse estudo ainda não foi revisado por pares, visto que a plataforma medRxiv disponibiliza artigos “preprints”, ou seja, pré-impressões (manuscritos completos, mas não publicados) de pesquisas na área da saúde.
O outro estudo, realizado pela “University College London” (UCL) e publicado na revista “Lancet Psychiatry”, constatou que em 125 pacientes ocorreram complicações cerebrais graves. Essas complicações incluíam problemas vasculares cerebrais, em 62% dos casos, e alteração no estado mental (psicose entre outros sintomas semelhantes à demência), em 31% dos casos.
Contudo, é importante observar que o objeto do estudo se limitou a pacientes com casos mais graves da COVID-19. Sendo assim, é necessário a realização de outras pesquisas para verificar as possíveis consequências desta doença em casos de pacientes que não foram hospitalizados.
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