Exposição Espécie Amiga
A pandemia de COVID-19 tem há meses alterado grande parte de nossos hábitos. O isolamento social, por exemplo, cria uma série de restrições às mais diversas atividades humanas. Entretanto, acaba por criar algumas oportunidades interessantes, entre as quais se pode destacar a possibilidade de conviver mais com nossas famílias e, por que não, com nossos animais de estimação, isto é, nossas espécies amigas.
A nova exposição digital do MCT-PUCRS é resultado de fotos e mensagens enviadas por nossos visitantes sobre a observação e o convívio com suas espécies amigas, durante a quarentena. Vamos conhecer um pouco mais os animais de estimação e conferir as fotos e mensagens enviadas?
Os animais de estimação:
Os humanos e os outros animais possuem uma relação muito antiga. Segundo alguns antropólogos, a domesticação animal ocorreu a aproximadamente 12 mil anos atrás. Essa relação teve um importante papel na vida da espécie humana, tornando-se parte de sua história, sobrevivência e cultura.
Vamos conhecer um pouco mais sobre a nossa espécie amiga?
As espécies amigas presentes em nossa exposição digital são quase todas pertencentes ao grupo dos mamíferos, assim como nós, humanos.
O grupo dos mamíferos tem esse nome devido às glândulas mamárias que seus indivíduos possuem. As fêmeas alimentam seus filhotes a partir do leite presente nas glândulas mamárias. Cada fêmea possui em seu leite os nutrientes (gorduras, açúcares, proteínas, minerais e vitaminas) necessários para alimentar os filhotes.
Os felinos (gatos domésticos) e os cães são exemplos de mamíferos da ordem Carnivora. Por apresentarem hábitos alimentares carnívoros, esses animais possuem dentes caninos pontiagudos e afiados.
Já os hamsters e as chinchilas são mamíferos roedores e fazem parte da ordem Rodentia. Eles possuem dentes incisivos bem desenvolvidos e com crescimento contínuo, que vão se desgastando no decorrer da vida do animal devido ao hábito de roer.
Os gatos domésticos (felinos) estão em um longo processo de domesticação devido ao seu comportamento, um pouco selvagem, ainda estar vinculado aos seus ancestrais. Esse processo de domesticação teve início, há aproximadamente nove mil anos atrás, em antigas civilizações que habitavam regiões da China, Paquistão, Iraque, Tibet, Turquia e Egito.
Alguns pesquisadores afirmam que o desenvolvimento comportamental dos filhotes de gatos domésticos deve-se a fatores genéticos, pré-natais, ao contato com a mãe, ao ambiente onde vivem e à socialização com outros animais e humanos. Embora ainda possuam alguns comportamentos mais peculiares, os gatos são de fácil adaptação aos ambientes humanos e são muito independentes.
Os cães domésticos se parecem muito com os lobos, fato comprovado ao se mapear o DNA (código genético) de ambas as espécies, o que confirmou uma semelhança genética extraordinária. Cães domésticos e lobos apresentam apenas 0,2% de diferenciação entre seus genomas, o que comprova a teoria de que os cães descendem de lobos cinzentos, sendo resultado de um longo processo de seleção, domesticação e cruzamento empregado por humanos.
Os roedores (hamsters e chinchilas) estão entre as cerca de 1.770 espécies da ordem Rodentia, a maior entre os mamíferos. O grupo dos roedores é muito diverso e cada espécie possui características peculiares.
Os hamsters, por exemplo, possuem “bolsas” nas laterais da boca, chamadas de “bolsas jugais”, as quais são utilizadas para transportar alimento e materiais para construção de seu ninho. As bolsas jugais possuem muita elasticidade e podem expandir até quase o triplo de seu tamanho.
As chinchilas são nativas dos Andes, onde podem ser naturalmente encontradas em regiões do Chile, Bolívia e Peru. No Chile, a Reserva Nacional “Las Chinchillas” protege a espécie Chinchilla lanigera. Além das espécies silvestres, existem as espécies domesticadas, que são sociáveis e podem se tornar companheiras da espécie humana.
Tanto os hamsters quanto as chinchilas são animais muito ativos, que escalam facilmente os objetos devido às suas estruturas anatômicas. Também interagem muito bem com a nossa espécie, podendo, inclusive, reconhecer seus companheiros humanos.
Mas, não há espécies amigas dos humanos apenas entre os mamíferos. Há também os pássaros, por exemplo, que fazem parte do grupo das aves.
Consideradas dinossauros vivos, as aves originaram-se durante o Período Jurássico (aproximadamente 208 a 144 milhões de anos atrás), a partir de um grupo de dinossauros bípedes. As penas das aves são escamas que foram modificadas e as características anatômicas de seus esqueletos comprovam que elas fazem parte do grupo dos dinossauros vivos. Nada mal ter um dinossauro como espécie amiga, hein?
Referências:
Livro Biologia de Campbell
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/170364
https://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/acta/article/view/2941/5139
https://www.nationalgeographicbrasil.com
https://scielo.conicyt.cl/pdf/parasitol/v63n1-2-3-4/art16.pdf
https://www.conaf.cl/parques/reserva-nacional-las-chinchillas/
https://www.researchgate.net