É extinta a primeira espécie de peixe marinho

Em nossos oceanos, é possível encontrar uma diversidade de espécies que nem imaginamos existir. Cerca de 71% do planeta Terra é coberto por oceanos, parcela que corresponde a mais de 90% do espaço habitável para a biodiversidade. Segundo os cientistas, o oceano tem tanta diversidade de vida que ainda não foi possível estabelecer um censo oficial da vida marinha, mesmo após muitos anos de estudos. Hoje, estima-se que aproximadamente 2,2 milhões de espécies de seres vivos vivam no oceano, entre microrganismos, corais, esponjas, moluscos, crustáceos, peixes, répteis, mamíferos e outros.

Contudo, embora o oceano seja vasto, não é infinito de vida. E devido a diversos fatores como sobrepesca, mudanças climáticas, poluição e acidificação, espécies estão deixando de existir. Em 2020, cientistas constataram que a primeira espécie de peixe marinho foi extinta. O peixe da espécie Sympterichthys unipennis, conhecido como “SmoothHandfish”, (peixe com mãos liso) que habita exclusivamente o sudeste do Pacífico, na Tasmânia e na Austrália, foi declarado oficialmente extinto pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). A espécie está há quase um século sem ser encontrada no ambiente marinho.

Essa espécie de peixe faz parte da ordem Lophiiformes, a mesma de diversas espécies encontradas na costa brasileira. Seus espécimes não ultrapassam 5 cm de comprimento e, segundo o pesquisador Graham Edgar, não possuem um estágio larval e não se deslocam muito quando adultos, o que pode torná-los mais vulneráveis a ameaças em seu ambiente.

Exemplar de peixe Sympterichthys unipennis da Coleção de Peixes da Austrália. Fonte: Australian National Fish Collection, CSIRO Atlas of Linving Australia. https://fishesofaustralia.net.au/home/species/4324#summary

Exemplar de peixe Sympterichthys unipennis da Coleção de Peixes da Austrália.
Fonte: Australian National Fish Collection, CSIRO Atlas of Linving Australia.

A espécie Sympterichthys unipennis tornou-se conhecida pelo exemplar coletado pelo zoólogo François Péron durante uma expedição à Austrália entre 1800-1803. Isso evidencia a importância das coleções científicas como testemunhos da nossa biodiversidade para conhecimento e preservação.

A coleção de peixes do MCT-PUCRS possui aproximadamente 526.000 exemplares, entre os quais espécimes da ordem Lophiiformes que ocorrem no Atlântico Ocidental.

Referências:
https://www.cbd.int
https://revistapesquisa.fapesp.br/mais-vida-no-mar/ https://fishesofaustralia.net.au/home/species/4324#summary