Como uma região sofre desertificação?

Entende-se por desertificação o processo de perda de nutrientes do solo, levando à diminuição ou total perda da capacidade de renovação biológica, causado pelos baixos índices de chuvas e considerado um impacto ambiental quando relacionado às atividades humanas. Está diretamente ligado a zonas de climas áridos, semiáridos e subúmidos secos. Devido às condições ambientais de uma determinada região, as atividades econômicas nela desenvolvidas podem ultrapassar a sua capacidade de suporte e de sustentabilidade. Há também o declínio da fauna e flora nativas das regiões afetadas, a extinção de espécies e a proliferação eventual de espécies exóticas. No processo de desertificação, a vegetação é reduzida ou acaba totalmente por meio do desmatamento, e o solo perde suas capacidades produtivas, tornando-se infértil.

O mapa acima destaca em vermelho as áreas com maior vulnerabilidade ao processo de desertificação no mundo (fonte: Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No Brasil, estima-se que uma área de aproximadamente 230 mil km² na região nordeste já esteja em processo de desertificação, afetando mais de 300 mil pessoas (dados: Ministério do Meio Ambiente). O mapa a seguir destaca em vermelho a alta taxa de vulnerabilidade a desertificação na região nordeste do Brasil.

Fonte: estudos sobre áreas susceptíveis à desertificação do Brasil – Funceme/FCPC/CGEE – 2015

Existe algum método para frear o processo de desertificação?

A resposta é sim. Segundo estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), algumas práticas contribuem para combater esse processo. Entre elas, destacam-se:

*  a conservação da mata ciliar: assim a erosão das ribanceiras das calhas dos rios e riachos passa a ser controlada;

*  o reflorestamento: capaz de proteger a fauna, regular do ciclo hidrológico, prevenir da erosão e proporcionar melhorias nas condições geoambientais, controlando os níveis de degradação do solo e da vegetação;

*  barragens sucessivas: reduzem o assoreamento dos reservatórios e rios, promovendo a dessalinização ou a fertilização gradual do solo e o aumento da oferta de água, colaborando para o ressurgimento da biodiversidade da Caatinga. Além disso, favorece a disponibilidade diversificada de alimentos no fundo do vale, reduzindo a pressão da vida animal sobre a vegetação.

Mas atenção: é importe entender a diferença entre o processo de desertificação, causado principalmente por ações humanas, e as formações naturais de desertos, que foram desencadeadas pelo somatório de diversos eventos geológicos, incluindo movimentações tectônicas e mudanças climáticas ao longo das eras.

No Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS você pode interagir com O Globo Mágico, experimento que mostra através de projeções como os desertos são formados.

 

Referencias:
AYOADE, J.O. Introdução à Climatologia para os Trópicos, 2ªed., R. Janeiro: Bertrand, 1988.

PRESS, F.; GROTZINGER, J.; SIEVER, R.; JORDAN, T. H. Para Entender a Terra. Tradução: MENEGAT, R. (coord.). 4a edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.

https://www.embrapa.br acesso em 11/06/2021

http://lproweb.procempa.com.br/  acesso em 11/06/2021

http://www.funceme.br/?p=9290  acesso em 15/06/2021

https://www.cgee.org.br  acesso em 15/06/2021