A diversidade dos vírus

Os vírus são comumente representados e conhecidos por suas partículas (ou vírions), essas microscópicas estruturas constituídas de ácido nucleico (RNA ou DNA) envolvido por uma cápsula proteica, que chamamos de capsídeo.  Mas os vírus não são apenas isso! As suas partículas virais entram em células de animais, vegetais, fungos ou microrganismos, onde realizam o mais importante para o seu ciclo:  utilizam a maquinaria celular para se multiplicar (o que  fazem de forma muito eficiente).

Desta forma, os vírus podem ser considerados seres vivos diferentes, peculiares, pois não possuem em suas partículas toda as estruturas e toda a maquinaria encontrada nas células. Entretanto, sabem utilizar muito eficientemente todo um sistema celular “pronto” de uma outra espécie, para se perpetuar.

Os vírus possuem, portanto, um estágio de vida na forma de partícula viral, que ocorre fora de uma célula (extracelular) e um outro que se desenvolve dentro de uma célula hospedeira (intracelular). Quando estão fora de uma célula, o seu genoma permanece inativo. Contudo, quando estão dentro da célula hospedeira, o seu genoma viral pode ali permanecer de forma “silenciosa”, ou se tornar ativo, multiplicando-se dentro do organismo que infectou. Depois que infectam a célula, os vírus passam a gerenciar todo o seu funcionamento, tornando a célula uma “fábrica viva” de novas partículas virais. Devido a essas e outras questões os cientistas têm discutido bastante sobre se eles são organismos vivos ou não.

O tamanho e estrutura das partículas virais e das diferentes espécies de vírus variam muito. Assim podemos encontrar algumas muito pequenas (em torno de 20 nanômetros), e outras do tamanho de pequenas bactérias (em torno de 1 micrômetro), como veremos a seguir. Lembrando que um micrômetro equivale à milésima parte do milímetro e um nanômetro à milésima parte do micrômetro.

 

O Adenovírus possui uma partícula viral com genoma de DNA e capsídeo (uma “caixa” de proteínas) na forma icosaédrica com espículas (projeções semelhantes a espinhos) em cada vértice. Tem entre 70 a 90 nanômetros de diâmetro.

 

 


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Imagem 1: Adenovírus

 

Já o vírus Influenza possui uma partícula viral com genoma de RNA e um envelope externo com glicoproteínas envolvendo um capsídeo de forma helicoidal. Tem de 80 a 200 nanômetros de diâmetro.

 

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Imagem 2: Influenza

O Bacteriófago T4 (um vírus que infecta bactérias), possui uma partícula com DNA e um capsídeo complexo, formado por uma cabeça icosaédrica e uma cauda. Seu tamanho varia de 80 a 225 nanômetros de diâmetro.

 

 


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Imagem 3: Bacteriófago T4

Os mimivírus (vírus que infectam amebas)  apresentam grandes partículas virais contendo  DNA, com um capsídeo na forma icosaédrica. Podem chegar a mais de 400 nanômetros de diâmetro. Esses vírus são do tamanho de uma pequena bactéria e por isso fazem parte do grupo dos “Vírus Gigantes” (ou “Megavirales”).

 

 


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Imagem 4: Mimivírus

Existem milhões de tipos de vírus diferentes (os cientistas conhecem apenas cerca de cinco mil), que podem infectar todas as formas de vida celular. Além disso, os vírus são muito diferentes entre si e apresentam uma imensurável diversidade genética, que tem ainda muito a ser estudada.

De acordo com estudos recentes sabemos, que os vírus não possuem um único ancestral comum. Eles surgiram evolutivamente de forma independente, ou seja, tiveram uma origem, a partir de diferentes ancestrais ao longo da história da vida. Alguns vírus surgiram após o aparecimento das primeiras células, mas outros surgiram provavelmente ainda muito antes do último ancestral comum da vida celular, conhecido como LUCA (do inglês “Last Universal Common Ancestor”), o que torna ainda mais intrigante o estudo destes seres, que podem nos trazer valiosas informações a respeito dos primórdios da vida no nosso planeta.

Fontes:
https://www.singhealth.com.sg
https://www.asm.org
http://www.microbiometimes.com
http://rmcvirology.blogspot.com