Banco de Dados

Apresentação

A Plataforma GIS CCUS Brasil reúne informações de diversas fontes de dados públicas em um banco de dados robusto e integrado. Os dados vetoriais foram processados com a finalidade de exibir informações de interesse, proporcionando uma visão abrangente e detalhada para a tomada de decisões estratégicas sobre CCUS. Esses dados foram organizados nas seguintes categorias: Fontes Emissoras, Infraestrutura e Logística, Áreas Passíveis de Proteção ou Restritivas, Dados Exploratórios, Bacias Sedimentares, Recursos de Armazenamento de CO2, Storage Resources Management System (SRMS) e Projetos CCUS no Brasil.

Dessa forma, o banco de dados conta com dados de emissões de mais de 1.500 fontes de CO₂ do setor de difícil abatimento e energia. Além disso, apresenta em torno de 18.000 elementos de infraestrutura e logística e mais de 370.000 áreas restritivas ou passíveis de proteção. A análise do potencial de armazenamento geológico de CO2 nas bacias sedimentares brasileiras integrou dados de 30.621 poços exploratórios, 14.900 levantamentos geofísicos, bem como informações geológicas e geotérmicas de 72 bacias sedimentares terrestres e marítimas, consolidando centenas de camadas que ilustram a distribuição e a espessura dos elementos dos sistemas de armazenamento de CO2, com destaque para a capacidade volumétrica de reservatórios salinos e de hidrocarbonetos depletados.

Fontes emissoras de CO2 podem ser classificadas como estacionárias, como indústrias e usinas de energia, ou não estacionárias, como veículos de transporte. Fontes estacionárias são de extrema importância para projetos de CCUS, pois representam grandes emissores concentrados em locais fixos, facilitando a captura e o armazenamento eficiente do CO2.

Portanto, tendo em vista o objetivo da plataforma, o mapeamento de fontes emissoras de CO2 teve como foco as fontes estacionárias. Para a obtenção do banco de dados, foram considerados os seguintes setores:

  • energia, englobando produção de biocombustíveis (etanol, biodiesel e biometano) e usinas termelétricas a base de combustíveis fósseis e biomassa, além de usinas que fazem parte do Sistema Isolado (não interconectadas ao Sistema Interligado Nacional);
  • indústrias de difícil abatimento, como refinarias, petroquímica, cimento, siderurgia (ferro e aço) e fertilizantes;
  • outras indústrias, como fábricas de outros metais (alumínio e zinco), indústrias de alimentos e bebidas e de papel e celulose.

O mapeamento dessas fontes e suas respectivas localizações geográficas foi atualizado a partir de Ketzer, Machado, Rockett e Iglesias (2016), utilizando bases governamentais, como as da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), dados divulgados por associações industriais ou de produtores e documentos disponíveis online.

Duas abordagens foram empregadas para quantificar as emissões dos setores de energia, biocombustíveis e difícil abatimento. A primeira foi o acesso às informações disponíveis online em bancos de dados consolidados, que incluem o Registro Público de Emissões, da Fundação Getúlio Vargas, e o website Climate Trace. A segunda abordagem foi o cálculo das emissões baseado em dados de produção e fatores de emissão específicos para cada atividade, obtidos através do IPCC (2006) e MCTIC (2016).

Maior detalhamento sobre as metodologias específicas adotadas para cada setor pode ser consultado no documento de metodologia (em breve).

Fonte de dados

O desenvolvimento do banco de dados relacionado à subsuperfície foi realizado por meio da utilização (download e manipulação) de dados de diferentes bancos de dados e plataformas. Os poços exploratórios e levantamentos sísmicos são provenientes dos programas de Revitalização das Atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Áreas Terrestres (REATE) e de Revitalização e Incentivo à Produção de Campos Marítimos (PROMAR), realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM-SGB) e pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os dados de litologia, estruturais e levantamentos geofísicos não sísmicos são provenientes da Agência Nacional de Mineração (ANM) e do CPRM-SGB. Também foram utilizados os blocos exploratórios, campos de produção e limites do Pré-Sal da ANP, os títulos minerários da ANM e as bacias sedimentares do CPRM-SGB.


Recursos de armazenamento de CO2

A análise do potencial de armazenamento em formações geológicas nas bacias sedimentares brasileiras resultou na geração de camadas vetoriais de recursos para armazenamento de CO2. Essas camadas abrangem basaltos, jazidas de carvão, reservatórios de água salina e de hidrocarbonetos depletados, ilustrando, para os dois últimos tipos, as profundidades dos topos de formação, as espessuras e a capacidade volumétrica de armazenamento. Essa análise global foi possível graças à integração de dados de mais de 30 mil poços exploratórios, levantamentos geofísicos, além de dados geológicos e geotérmicos das 72 bacias sedimentares terrestres e marítimas. Em nossas análises dos recursos de armazenamento relacionados aos reservatórios de água salina, desconsideramos intervalos utilizados para abastecimento de água potável, como o aquífero Guarani (Formação Botucatu), entre outros.


CO2 Storage Resources Management System (SRMS) no Brasil

O sistema de classificação de projetos SRMS é fundamentado no sistema de classificação internacional amplamente utilizado na indústria energética, o Petroleum Resources Management System (PRMS), ambos desenvolvidos pela Society of Petroleum Engineers (SPE). A metodologia SRMS uniformiza a avaliação e a possibilidade de implementação de projetos de CCUS, considerando parâmetros técnicos, econômicos, legislativos e o potencial caracterizado em subsuperfície. Esta metodologia foi empregada no desenvolvimento da Plataforma GIS CCUS Brasil, com o objetivo de aplicar e adaptar seus conceitos para criar uma classificação de recursos de armazenamento geológico de CO2 para bacias sedimentares brasileiras.

Maior detalhamento sobre as metodologias específicas adotadas na manipulação dos dados, caracterização dos recursos de armazenamento e do sistema de classificação SRMS pode ser consultado no documento de metodologia (em breve).

A análise de dados de infraestrutura auxilia no processo de tomada de decisão sobre a implementação de projetos de CCUS. Esses dados geoespaciais compreendem: linhas de transmissão de energia; subestações; dutos; terminais de óleo, gás e derivados; redes de transporte (rodovias, ferrovias e hidrovias); instalações portuárias; locais de entrega e processamento de gás natural; entre outros. As principais fontes de dados vetoriais de infraestrutura nacional consultadas foram: Banco de Informações de Transportes (BIT), EPE; CPRM-SGB; e ANP. A partir da manipulação desses dados, foram geradas as camadas vetoriais disponibilizadas na Plataforma GIS CCUS Brasil.

Para um maior detalhamento sobre a metodologia específica, consulte: documento de metodologia (em breve).

Dados referentes às áreas passíveis de proteção (ou áreas sensíveis) e áreas restritivas são apresentados na Plataforma GIS CCUS Brasil, pois se tratam de possíveis pontos de atenção ou restrição para o armazenamento de CO2 em subsuperfície. As áreas passíveis de proteção incluem Áreas de Preservação Permanente, Territórios Quilombolas, Terras Indígenas, Unidades de Conservação e a localização de poços de abastecimento de água. Já as áreas restritivas englobam as faixas de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica. O banco de dados foi construído a partir da integração de dados geoespaciais disponibilizados por fontes públicas. As fontes de dados utilizadas nesse levantamento compreendem SIAGAS/CPRM-SGB, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e EPE. São apresentadas apenas as áreas que se encontram dentro dos limites das bacias sedimentares brasileiras.

Para maiores detalhes sobre a metodologia adotada, acesse: documento de metodologia (em breve).