- Alunos (49)
- Professores (5)
Sempre me perguntam por que escolhi vir para Recife. E a resposta é fácil: eu queria fazer intercâmbio dentro do Brasil e a UNICAP era a única universidade brasileira conveniada com a PUCRS no edital que eu participei. A resposta mais elaborada envolve questões de autoconhecimento e valorização do nosso patrimônio nacional. Como eu poderia vir a conhecer qualquer outro lugar no mundo sem antes conhecer meu próprio país?
Logo que cheguei, fui muito bem recebida pelo Paulo, o coordenador do Departamento de Mobilidade Acadêmica da UNICAP. Como vim para Recife algumas semanas antes das aulas começarem, tive muito tempo para fazer turismo pela cidade. Paulo me levou para conhecer o Paço do Frevo, museu de frevo no bairro do Recife Antigo, e Olinda.
Como sou uma grande entusiasta de produção audiovisual, escolhi cursar três cadeiras relacionadas a videojornalismo, além das disciplinas de Jornalismo e Direitos Humanos e Jornalismo e Políticas Públicas. No início das aulas, os professores foram receptivos e se prontificaram a me ajudar caso eu precisasse.
Eu dividi um apartamento com duas intercambistas mexicanas: Andy, estudante de Engenharia Ambiental, e Irune, também estudante de Comunicação e com quem meses mais tarde eu viajaria para a Floresta Amazônica. Quando as chicas foram embora no final de seus intercâmbios, a despedida foi bem dolorosa, mas com muitas promessas de reencontros futuros.
O andamento do semestre acadêmico foi tranquilo. Eu produzi um minidocumentário sobre a construção do corpo da mulher no frevo e uma reportagem sobre mães universitárias. Fiz muitas amizades dentro e, principalmente, fora da universidade. Tamanha foi a receptividade dos recifenses comigo que eu decidi estender meu intercâmbio!
O fato de eu ser uma gaúcha fazendo intercâmbio no Nordeste sempre despertou bastante curiosidade nas pessoas que eu conheci aqui. As diferenças culturais entre a minha realidade no Rio Grande do Sul e a que eu estava recém descobrindo em Pernambuco sempre foi muito cômica para mim e meus amigos. Precisei ter muitas “aulas” de dança de brega e forró para me adaptar aos ritmos locais e não passar vergonha nas festas. Fora que eu ainda não me acostumei a chamar aipim de macaxeira e mosquito de muriçoca.
Ironicamente, eu nunca gostei muito de praia. Aproveitei minha estadia aqui para me aprofundar na cultura de Pernambuco e do Nordeste. Visitei muitos museus e centros culturais. Mas, claro, como já estou morando no Nordeste há 7 meses, eu também não perdi a oportunidade de conhecer algumas maravilhas da natureza daqui. Visitei Porto de Galinhas (PE), Natal (RN), João Pessoa (PB) e Maceió (AL). E ainda tenho muitas viagens planejadas para este semestre.
Minha maior expectativa atualmente é com o Carnaval olindense e recifense. Desde que cheguei, ouvi muito sobre o Bloco da Lama e bloco Eu Acho É Pouco. Meus amigos me contam sobre como a cidade para completamente para aproveitar essa festa tão adorada país afora. Já estou preparando minha fantasia para foliar pelas ladeiras de Olinda e pelo Marco Zero do Recife. Mal posso esperar!
Samira Rodrigues é aluna de Jornalismo na Escola de Comunicação, Artes e Design (FAMECOS) e está em mobilidade acadêmica na Universidade Católica de Pernambuco, no nordeste do Brasil.