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É extremamente difícil colocar em palavras o que é a “alegria” e a “tristeza” de viver uma experiência intensa e transformadora como a mobilidade acadêmica. Faz um mês e alguns dias que cheguei em Barcelona, uma cidade linda, fascinante, grandiosa, cheia de vida, e, ao mesmo tempo, aconchegante e receptiva. Foi impossível para mim não me apaixonar à primeira vista por um lugar como esse, tão evidentemente marcado pela história, arquitetura, arte, natureza e, obviamente, pelo seu povo. O mesmo posso dizer de minha universidade, também marcada por suas próprias histórias, e onde fui muito bem recebida.
Dentro desse primeiro mês, minhas emoções e sentimentos se tornaram intensos, voláteis. Tive dias em que a saudade e o desamparo falaram mais alto e, logo em seguida, outros em que não podia conter a felicidade, apenas por andar pelas ruas, passar por cada uma das obras incríveis de Gaudí que marcam a cidade, entrar em uma “forn de pan” e pedir um croissant quentinho, participar de um festival local, assistir a um espetáculo de fogos, conhecer novas pessoas, teorias da psicologia, línguas, culturas e, de forma geral, por estar vivendo tudo isso.
Mesmo assim, em meio à toda intensidade, uma coisa se manteve constante dentro de mim: a certeza de que, apesar do medo, e talvez por causa dele, devo estar aqui. Isso porque sinto que esse é o tipo de experiência que me ensinará (e já está ensinando) lições de vida que eu não poderia aprender de nenhuma outra maneira. Me deparei com desafios e medos e me vi capaz de enfrenta-los sozinha. Cada dia tem tido seu ensinamento, e os tenho recebido de braços abertos.
Acredito que o melhor conselho para quem pensa ter essa experiência é: não tente planejar nada além do prático e necessário, porque o caminho só vai sendo traçado na medida em que a gente percorre ele. Não existe nada mais lindo do que sair da nossa zona de conforto, mergulhar de cabeça, ver à vida e a nós mesmos com outros olhos e se deixar transbordar e efervescer na imensidão que é esse mundo. Não, não é tudo festa nem um mar de rosas. Mas acho que essa é a beleza dessa experiência. A gente ri, a gente chora, a gente se encanta, se desencanta, se surpreende, se fascina, tropeça, levanta e se percebe envolto pela beleza que é dar-se conta de como o mundo é grande, cheio de cores, pessoas e possibilidades, e como a gente tem muito mais para descobrir, sobre ele e sobre nós mesmos.
Sofia Teixeira Pavão Kroeff é estudante do curso de Psicologia e está em período de mobilidade acadêmica na Univerisitat de Barcelona, na Espanha.