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Desde que eu entrei na faculdade eu pensava em fazer intercâmbio. No meu segundo ano de curso, surgiu a oportunidade de fazer duplo título na Università degli Studi di Parma, na Itália, e eu corri para me inscrever. Passei!
Fiquei ansiosa para vir morar em um lugar que eu já havia vindo para visitar e gostei tanto, mas, ao mesmo tempo, ficava o aperto no coração por deixar a família no Brasil, já que eu sou tão apegada a eles.
Cheguei aqui e me deparei com um mundo bem diferente. A cultura italiana nem tanto, era algo bem familiar, já que eu nasci e cresci em Bento Gonçalves (RS), uma cidade que desde sempre faz morada para muitos descendentes italianos.
Porém, sempre tem muitas coisas novas. Poder conhecer a Europa, as suas belezas e as comidas deliciosas foi verdadeiramente encantador. A comida, de fato, é para comer sem culpa.
Para quem chega de Porto Alegre tem aquele impacto principal que não dá para negar: a segurança. Aqui eu posso voltar para casa sozinha depois da meia noite e sei que, mesmo que tenhamos que ter cuidado em qualquer lugar, aqui eu caminho tranquila e sei que vai ser difícil acontecer alguma coisa.
Uma grande diferença foi quando eu comecei a estudar no curso de Giurisprudenza da UNIPR. Tudo é muito diferente do nosso modo de estudo no Brasil. Para o meu curso, as pessoas não são obrigadas a ir para aula, podem optar por estudar em casa e irem só no dia do exame. O estudo, frequentando a aula ou não, é sempre feito em cima de livros, esses que servem de base para as perguntas orais que temos que sustentar no dia da prova, e acredito que essas sejam as duas maiores diferenças de uma universidade para outra, e eu confesso, para quem não é acostumado a isso, no início é bem difícil.
Porém, depois a gente acostuma e aprende a unir os dois métodos de estudo, o do Brasil e o da Itália. Aprendi a estudar sozinha e ao mesmo tempo sei que quando eu voltar vou poder usar as aulas e esse método de estudo da Itália, com livros e pesquisas, que me permitem aprender as coisas a ponto de poder sustentar os conteúdos oralmente.
Também, eu tive a oportunidade de fazer estágio em um “Studio Notarile”, trabalhando com oficiais públicos/do Estado Italiano, o que é muito legal, porque para quem pensa em voltar depois de se formar, trabalhar aqui abre muitas oportunidades, conhecemos muitas pessoas que facilitam a nossa volta com uma entrada direta no mundo profissional.
Enfim, a minha experiência de dupla graduação aqui na Itália rendeu um enorme crescimento pessoal e profissional, seja por ter que aprender a se virar em um país diferente, como pelas experiências profissionais.
Eu me apaixonei pela Itália e tenho a certeza de que quando eu voltar, vou ser muito diferente do que era quando cheguei aqui; eu já sinto isso. O crescimento é inevitável. Volto melhor e muito mais forte para encarar os outros desafios que o mundo reserva para mim!
Gabriela Bertol é acadêmica da Escola de Direito e primeira participante do Programa de Dupla Titulação com a Universitá Degli Studi di Parma, na Itália, onde cursa um ano do curso na universidade parceira e ao final do curso de graduação recebe dois diplomas, um de cada instituição.