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Ah, só de lembrar do intercâmbio já bate uma saudade das amizades, das viagens, dos perrengues (nem tanto né), das comidas que provei, da vida em Covilhã. Sim, provavelmente você não tenha ouvido falar, assim como eu não conhecia essa cidade até ver seu nome na lista de mobilidade acadêmica da PUCRS, pesquisei sobre e pensei “é pra lá que eu vou”.
Assim começou este sonho, uma cidade no interior de Portugal chamada Covilhã (ou para os íntimos “Covilove”) que me acolheu e me ensinou muito sobre a vida sem ter minha família por perto. Um lugar cheio de histórias e encantos, com comidas deliciosas e culturas diferentes. E o mais legal de tudo isso, Covilhã é a porta de entrada para a Serra da Estrela, lugar encantador para visitar em todas as estações, principalmente no inverno que é quando a neve toma conta da paisagem, é simplesmente o lugar mais lindo que já conheci.
Estudei na Universidade da Beira Interior, onde os professores, assim como os da PUCRS, são super atenciosos e comprometidos em ajudar. Muitas oportunidades legais eu tive na universidade, uma delas foi poder passar um pouquinho da cultura do meu país e do RS para os alunos de lá, dei aulas de samba, capoeira e dança gaúcha, eles se divertiram e essa foi a forma que encontrei de agradecer por estarem passando tantas experiências para mim também.
Enfrentei também momentos mais sensíveis em que batia saudades dos meus familiares, namorado e amigos, mas ainda bem que a tecnologia está a nosso favor nessas horas, com uma vídeo chamada já me sentia mais próxima de todos.
E claro a pergunta que mais ouço: Tu não ficou com medo? Sim, fiquei com medo e como não ficar?! Eu sozinha, longe de tudo e todos que conhecia, eu nunca havia ficado mais de um mês longe dos meus pais, com tantas perguntas sem respostas, tantas incertezas, vou te dizer que o frio na barriga era a maior certeza que eu tinha e que estaria presente em muitos momentos destes seis meses.
E sabe, a decisão de ir mesmo com medo me ajudou a crescer, a ver o mundo com outros olhos, a acreditar mais em mim mesma. Além de ter feito amizades com pessoas de vários lugares do mundo, de ter conhecido países e suas culturas distintas. Os perrengues (sempre tem) hoje em dia são motivos de risada, de reunir no Whatsapp às amizades que fiz lá e relembrar tantas coisas divertidas que aconteceram em 6 meses.
Para finalizar posso dizer com toda a certeza que valeu muito a pena. Saudades da minha Covilhã.
Júlia Finkler Schneider é estudante de Educação Física na Escola de Ciências da Saúde e da Vida e realizou mobilidade acadêmica na Universidade da Beira Interior, em Portugal.