Estudo analisa as rochas-reservatório do Pré-sal na Bacia de Santos
A pesquisa está sendo desenvolvida de forma conjunta entre o Instituto de Petróleo e Recursos Naturais da PUCRS e a petroleira norueguesa Equinor
Foto: Divulgação/Equinor
Desde a descoberta dos reservatórios carbonáticos do pré-sal no início dos anos 2000 até a efetiva produção de petróleo e gás natural a partir do ano de 2009, o interesse nestes grandes reservatórios vem crescendo e dá-se devido à sua importância econômica, uma vez que 65,5% do total de petróleo e gás natural produzidos no Brasil provêm dos reservatórios do Pré-sal. Entretanto, além da relevância econômica, há o interesse científico no entendimento da formação e evolução destas rochas-reservatório, já que, até o momento, não há reservatórios análogos, que contenham todas as características comparáveis as dos reservatórios do Pré-sal.
Em parceria científica com a empresa Equinor Brasil, o Instituto de Petróleo e Recursos Naturais (IPR), situado na PUCRS, irá executar o Projeto Genesis: Gênese e alteração de depósitos Pré-Sal Aptianos da Bacia de Santos. O objetivo central deste projeto está focado no estudo da origem e da evolução dos reservatórios carbonáticos do Pré-sal da Bacia de Santos, considerando-se que há muitas questões ainda sem solução e que podem influenciar na recuperação do óleo lá contido. Nos quatro anos da duração do projeto, os pesquisadores aplicarão técnicas petrográficas, geoquímicas e isotópicas nas rochas-reservatório, cujos resultados auxiliarão em um melhor entendimento sobre a gênese e evolução sedimentar destas bacias e suas rochas-reservatório, bem como os seus impactos sobre a qualidade dos reservatórios do Pré-sal.
A equipe será constituída pelos geólogos do IPR Anderson José Maraschin, Rosália Barili da Cunha e José Antônio Cupertino, além do diretor do Instituto, professor Felipe Dalla Vecchia, tendo como interlocutores técnicos da Equinor Brasil, a geóloga Juliana Finoto Bueno e o geofísico Bruno Honório. Futuramente, serão contratados geoquímicos, geofísicos, auxiliares de pesquisa, bolsistas, pesquisadores e professores estrangeiros visitantes, totalizando 16 profissionais diretamente envolvidos na iniciativa. Além disso, estes profissionais estarão em frequente contato com colaboradores da Equinor Noruega, de forma remota ou por visitas presenciais.
A atuação da petroleira no Brasil e o Pré-sal
Foto: Divulgação/Equinor
Há 19 anos sediada no país, a Equinor Brasil atua efetivamente na produção de petróleo e gás natural offshore com várias atividades no Pré-sal. Atualmente, é a segunda operadora com produção de 100 mil boe/dia (corresponde a soma da produção de petróleo e gás natural) para o mês de dezembro de 2019.
O Brasil é uma das áreas principais da empresa, juntamente com os Estados Unidos e a Noruega. Em solo brasileiro ficam localizados os campos de Peregrino (pós-sal Bacia de Campos) e Bacalhau (antiga área de Carcará), situado no Pré-sal da bacia de Santos. Em agosto de 2015, em parceria com a Sinochem, a empresa ultrapassou a marca de 100 milhões de barris produzidos em Peregrino. Em setembro, esse número chegou a 200 milhões. Para Bacalhau, a projeção é ainda mais otimista: a empresa terá uma unidade flutuante de produção com capacidade de produção de 220 mil barris/dia.
“Na condição de instituto de pesquisa voltado, dentre outros estudos, para a área de petróleo e gás natural, é fundamental firmar parcerias sólidas com indústrias petrolíferas de renome e com atuação ativa nas bacias sedimentares brasileiras. Desta forma, a interação entre empresas e academia impulsiona o amadurecimento científico a respeito de um dos maiores reservatórios de óleo e gás natural do mundo”, destaca Anderson José Maraschin, pesquisador do IPR à frente do projeto.
Sobre a Equinor
A estatal norueguesa Equinor é a segunda maior operadora do país, com produção média de 100 mil barris por dia. O Brasil é considerado um dos três países prioritários para os investimentos da empresa nas próximas décadas.