07/06/2018 - 15h56

Engenheiro da Nasa fala sobre missão em Marte

Miguel San Martin foi engenheiro chefe na aterrisagem do Rover Curiosity em 2012

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Foto: Mariana Haupenthal

A curiosidade sobre Marte prende a imaginação de milhões de pessoas ao redor do mundo. Esse mesmo desejo por descoberta levou o engenheiro Miguel San Martin, da National Aeronautics and Space Administration (Nasa), a dedicar um longo período de sua carreira a um projeto audacioso: pousar a nave espacial robotizada Rover Curiosity na superfície do Planeta Vermelho.

Argentino, formado pelo conceituado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), San Martin esteve na PUCRS nos dias 5 e 6 de junho. Além da conferência no evento UniversiDia, ele ministrou a palestra Rover Curiosity e os sete minutos do terror para alunos da Escola Politécnica, onde detalhou a missão de 2,5 bilhões de dólares para pousar o veículo espacial (Rover) de 950 Kg com a maior precisão já testada em Marte.

Missão inédita

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Veículo Rover Curiosity / Foto: NASA/JPL-Caltech/MSSS

Diante diversas tentativas fracassadas de explorar a superfície do Planeta Vermelho, abrangendo várias décadas e países, o projeto em que San Martin participou precisou encontrar uma solução inédita para diminuir a velocidade de 20 mil km/h – que representaria a entrada na atmosfera de Marte –, para zero. Em apenas sete minutos, os cientistas e engenheiros precisaram executar uma sequência de ações totalmente autônoma, reduzindo a tremenda velocidade, a fim de colocar instrumentos frágeis e o veículo com segurança no solo.

A missão, realizada em 5 de agosto de 2012, teve sucesso e o Rover Curiosity segue possibilitando importantes descobertas no mundo da ciência. Agora, uma nova jornada está sendo planejada para acontecer em 2020.

Olhares multidisciplinares

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Foto: Mariana Haupenthal

Questionado sobre o que daria enfoque em seus estudos se voltasse para a universidade, San Martin falou que estudaria ainda mais matemática e física. “Quando eu era um estudante, recebi esse conselho e acredito que ele ainda é muito válido”, comentou.

Além disso destacou a importância do interesse e, principalmente, curiosidade em todas as especialidades. “Em cada operação, precisamos de olhares voltados para a parte da engenharia elétrica, mecânica, química, computação e muito mais. Olhares multidisciplinares são muito importantes, pois possibilitam discussões mais abrangentes, passando pelas diferentes fases da operação”, explicou San Martin.

Acreditar que é possível

Com o auditório do prédio 32 lotado, alunos de diferentes cursos da Escola Politécnica escutavam atentos ao processo que resultou no sucesso da missão da Nasa. Questionado sobre assuntos presentes em sala de aula, os estudantes tiveram a chance de ouvir pessoalmente como é, de fato, alcançar uma carreira que iniciou como um sonho. “É preciso, antes de tudo, acreditar que é possível”, afirmou o engenheiro.

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San Martin e esposa recebidos pela equipe da Universidade / Foto: Thais Gonçalves

Nascido na fazenda da família em Villa Regina, no Rio Negro, no norte da Patagônia, San Martin cresceu em Buenos Aires. Depois de se formar na escola, foi para os Estados Unidos para prosseguir seus estudos universitários e seu sonho de contribuir para a exploração espacial trabalhando para a Nasa. Formou-se com honrarias na Syracuse University em Engenharia Elétrica, sendo nomeado Estudante de Engenharia do Ano. Realizou seu mestrado MIT em Engenharia Aeronáutica e Astronáutica com especialização em Orientação, Navegação e Controle para exploração espacial interplanetária. Após a formatura, foi contratado pelo Jet Propulsion Laboratory, o centro da Nasa especializado em exploração espacial interplanetária. Na operação do Rover Curiosity, ele foi o engenheiro-chefe de orientação, navegação e controle.

San Martin, sua esposa Susan e o decano-associado da Escola Politécnica, Marcelo Yamaguti, foram recepcionados na Assessoria de Cooperação Internacional pela especialista em Prospecção e Inovação, Maria Elisabete Haase-Möllmann, onde puderam conhecer mais sobre a Universidade e o movimento de transformação PUCRS 360º.

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