Modalidade permite que alunos e alunas realizem parte da pesquisa de doutorado no exterior
Para quem pensa em apostar na vivência internacional e elevar ainda mais o nível de sua pesquisa, o doutorado sanduíche é uma ótima oportunidade. Nessa modalidade, o/a estudante tem a possibilidade de realizar parte do seu estudo em uma universidade no exterior, onde tem contato com novas culturas, idiomas e vivências. Desde 2019, a PUCRS desenvolve o Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS PrInt), permitindo vivências internacionais de seis a 12 meses a doutorandos e doutorandas.
No final de 2022, quatro estudantes de diferentes Programas de Pós-Graduação (PPG) da PUCRS ingressaram no doutorado sanduíche em universidades parceiras pelo mundo. Virgínea Novack Santos da Rocha, discente do PPG em Letras, está na Universidade de Miami, nos Estados Unidos. Atualmente, é orientada por Regina Kohlrausch, pesquisadora da Escola de Humanidades, e desenvolve estudos nas áreas de história da literatura, história das mulheres e estudos de feminismo e gênero.
“Realizar minha pesquisa de doutorado sanduíche na Universidade de Miami, na Flórida, tem sido uma das melhores experiências que já tive na vida acadêmica. Aqui, tenho o apoio da minha orientadora, dos professores e do grupo de pesquisa em Humanidades Digitais, área ainda pouco desenvolvida no Brasil. Isso tudo tem me possibilitado não apenas atingir meus objetivos com a tese, mas também começar a pensar em um projeto de pós-doutorado, o que significa dar continuidade à minha jornada acadêmica ampliando a pesquisa que desenvolvo atualmente a partir das ferramentas que tenho acesso aqui.”
A doutoranda do Programa de Pós-graduação em Direito Beatriz Lourenço Mendes está na Universidade de Granada, na Espanha, desenvolvendo sua tese no Centro de Investigación de Derecho Constitucional Peter Häberle. Na PUCRS, é orientada pela professora Denise Fincato e coorientada pelo pesquisador Juan Francisco Barrilao, em Granada.
Devido ao doutorado sanduíche, a estudante passou a ter contato com juristas espanhóis, com o objetivo de ampliar suas análises sobre marginalização digital sobre os direitos sociais, a partir de um estudo comparado entre Brasil e Espanha. De acordo com Beatriz, conhecer uma nova cultura, um novo idioma, assim como professores de diversos lugares da Europa, é um dos pontos mais enriquecedores da formação:
“A experiência de internacionalização na Espanha tem sido incrível. O apoio da PUCRS nesta jornada é inestimável, pois a experiência de internacionalização na condição de bolsista viabilizou a obtenção dos recursos materiais necessários à minha pesquisa, assim como me permitirá, ao fim, contribuir com novas perspectivas para o direito brasileiro e para nossa sociedade”, comenta a doutoranda.
Também aluno do PPG em Letras, Jonas Kunzler Moreira Dornelles está realizando doutorado sanduíche na Goethe-Universität Frankfurt Am Main, na Alemanha. O aluno é orientado pelo pesquisador da Escola de Humanidades Pedro Theobald e desenvolve uma pesquisa sobre o escritor brasileiro Dyonélio Machado e as relações com a Escola de Frankfurt.
Já o doutorando do PPG em Ciência da Computação Victor Flavio de Andrade Araújo está na Universidade de Sorbonne, na França, vinculado ao tema prioritário Tecnologia e Biodiversidade. Orientando da professora Soraia Raupp Musse, o discente está atuando no Instituto de Sistemas Inteligentes e de Robótica da universidade francesa, com coorientação da professora Catherine Pelachaud.
Victor está desenvolvendo sua pesquisa sobre a percepção humana em relação a personagens virtuais – de jogos, filmes, séries, simulações, entre outros, e tem por objetivo fazer com que os usuários se sintam confortáveis em diversos seguimentos como entretenimento, saúde, indústria. Em Paris, o estudante frequenta o laboratório diariamente onde se reúne com outros pesquisadores e professores, além de aprimorar sua comunicação em outras línguas.
“Toda essa experiência tem me ajudado a melhorar minha comunicação em inglês, tanto socialmente quanto academicamente e profissionalmente. Em termos acadêmicos, sinto que estou me aprofundando mais e tendo mais ideias para minha tese. Além de reuniões com a professora Catherine, eu também converso com meus colegas sobre projetos. Moro perto da universidade, então vejo o Pantheon, o museu de Marie Curie e observo as arquiteturas diariamente, coisas que só ajudam a refletir sobre e inspirar novas ideias que se refletem em minha pesquisa”, finaliza.