O aprendizado ético no Ensino Superior

Tema foi tratado em palestra no Seminário Internacional Universidade, Inovação e Sustentabilidade Ambiental

Por: Greice Beckenkamp

16/09/2016 - 14h15
Bruno Todeschini - Ascom/PUCRS

Bruno Todeschini – Ascom/PUCRS

A universidade como espaço de aprendizagem ético foi o tema abordado na palestra de encerramento do Seminário Internacional Universidade, Inovação e Sustentabilidade Ambiental nesta quinta-feira, 15 de setembro. Miquel Martínez, professor de Teoria da Educação e Membro do Grupo de Pesquisa em Educação de Valores e Desenvolvimento Moral da Universidade de Barcelona, falou sobre a importância de aproveitar o período de formação universitária para aprofundar a aprendizagem de valores e o aprendizado ético. Por cerca de uma hora, propôs algumas maneiras para melhorar as práticas de docência e aquisição de conhecimento na universidade, para fomentar a dimensão ética e a responsabilidade social dos futuros profissionais. Para Martinez, é preciso haver mudanças importantes na maneira de entender a tarefa educativa: “No mundo universitário, creio que não nos preocupamos com a dimensão pedagógica como deveríamos. É preciso uma mudança de cultura, de olhar a tarefa dos docentes com os estudantes”. Ressaltou que uma das missões da universidade é o equilíbrio entre a tradição e a inovação, entre conservar os valores e abrir-se ao desenvolvimento da ciência. Neste contexto, é preciso situar-se em um nível muito avançado de cultura da ciência, mas acompanhada cada vez mais pela cultura da qualidade: “Às vezes se confunde a qualidade com a excelência. Só uma instituição que combina excelência com igualdade é uma instituição de qualidade”, afirmou. A responsabilidade social da universidade, segundo ele, passa pela questão ambiental e pelo compromisso com projetos solidários, mas também pela construção que permita um diálogo maior entre os saberes derivados do conhecimento popular e os derivados da pesquisa acadêmica. “Em muitos contextos da aprendizagem, não é só o conteúdo que ensina, mas a prática social associada a esta situação de aprendizado”, exemplificou. Segundo o pesquisador, hoje em dia o desenvolvimento da ciência e da pedagogia não enfrenta somente problemas científicos e tecnológicos, mas também problemas de impacto social e ético: “Um bom profissional, um bom cientista, hoje não pode não estar bem treinado neste sentido”, reiterou. Para concluir, ressaltou a importância da universidade formar pessoas de altíssimo nível, excelentes profissionais: “Quanto maior a excelência do profissional, maior foi a sua formação ética. Separar estes dois caminhos é um grande erro que está sendo cometido muitas vezes. Uma universidade de qualidade, preocupada com a excelência, não separa excelência de igualdade”, completou.

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