Na Semana Nacional dos Museus, relembre algumas exposições do MCT e entenda como elas se relacionam à questão da igualdade
Nesta segunda-feira, 18 de maio, é comemorado o Dia Internacional dos Museus. No Brasil, a data é celebrada dentro da Semana Nacional dos Museus, que, todos anos, tem uma temática. Museus para a Igualdade: diversidade e inclusão é a de 2020. Na Universidade, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS (MCT) tem como foco de suas coleções científicas a biodiversidade. Por isso, no dia de hoje, é importante ressaltar a importante missão social que cumpre ao integrar ensino e pesquisa.
As coleções científicas do Museu, constituídas a partir de trabalhos de pesquisa que envolvem professores e alunos da Universidade, servem de subsídios para outras pesquisas e dão origem às exposições. Para o professor Carlos Alberto de Lucena, diretor do MCT e coordenador das Coleções Científicas do Museu, transmitir a importância dessas coleções aos visitantes é um dos objetivos do espaço.
O conteúdo das coleções cientificas e das exposições do Museu se desdobra em ações educativas que atingem diferentes públicos: comunidade escolar, comunidade universitária, adultos e idosos. “Considerando a tecnologia e a biodiversidade, temas principais de nossas exposições, a prioridade é oferecermos ao público o conhecimento de forma aberta e igualitária. Para isso, mantemos programas que atendem escolas e instituições em situação de vulnerabilidade, proporcionando o acesso a um ‘mundo‘ que pode fazer a diferença na formação de futuros cidadãos”, destaca Lucena.
Diversas coleções científicas do MCT se relacionam ao tema da Semana Nacional Nacional dos Museus. Além de serem espaços de diversidade, possuem caráter inclusivo por contarem com a participação de professores e alunos da graduação e da pós-graduação. E sua representação também se estende às exposições. Por isso, resgatamos algumas delas para relembrarmos e para entender como esses assuntos podem se relacionar à ciência e à tecnologia.
A arqueologia estuda as relações das pessoas com os objetos. Analisando como eles são usados, é possível contar histórias sobre o cotidiano de determinadas pessoas e suas épocas. Trata-se de uma narrativa sobre o passado contada no presente com a finalidade de construir o futuro. Nesta área temática, o visitante pode observar exemplares da coleção científica de Arqueologia, além de conhecer a representação de uma escavação arqueológica no Abrigo de Canhemborá (município de Nova Palma, no Rio Grande do Sul).
A exposição apresenta uma visão contemporânea sobre a evolução dos seres vivos, destacando modificações surgidas ao longo do processo evolutivo, que, a partir da seleção natural, permitiram que tais grupos se constituíssem. Pensada a partir das coleções científicas do MCT e do Great North Museum: Hancock (GNM), em projeto selecionado pelo British Council Brasil com financiamento do Newton Fund, Marcas da Evolução tem o foco na divulgação científica, utilizando espécimes preservados para explicar um tema fundamental à Biologia: a evolução.
Para descrever uma nova espécie para a ciência, um pesquisador necessita de vários recursos para investigar quais características a diferenciam de todas as demais. Na divulgação desta descrição, podem ser utilizadas fotografias, imagens em alta resolução ou ilustrações. A exposição Ilustração Científica: a arte na descrição de novas espécies apresenta aos visitantes “obras de arte” que o biólogo Arno Lise produziu durante sua atuação como curador das coleções científicas Aracnídeos e Miriápodes. O objetivo é fazer com que o público do Museu reconheça essas espécies no meio ambiente e saiba como lidar com elas.
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Partindo de um esqueleto completo de baleia-de-Bryde (Balaenopteraedeni), encontrada no Rio Grande do Sul, com cerca de quinze metros de comprimento e 95% de ossos originais montada na exposição, o espaço propõe uma experiência inusitada. A disposição, a forma e o tamanho dos ossos levam o visitante a imaginar o funcionamento do organismo e os hábitos deste grande cetáceo, além de fazer comparações com outros seres vivos. Os esqueletos mostram também os sinais de uma evolução de milhões de anos. Crânios de leão-marinho, golfinho e falsa-orca, além das cerdas bucais de uma baleia-minke, somam-se ao acervo, que, de forma lúdica, auxilia o visitante a compreender o processo evolutivo que permitiu a alguns mamíferos se adaptarem à vida aquática e da importância da preservação do meio ambiente.
Os elementos químicos originados no big bang ou em posteriores colapsos estelares são a matéria-prima do universo. Eles são os ingredientes que compõem tudo o que conhecemos e podemos observar, inclusive o ser humano. Interagindo com a tabela periódica, o visitante descobre os elementos químicos presentes no corpo humano, além de conhecer exemplares da coleção científica de Minerais e Rochas do Museu e possibilitando que o visitante entenda o seu organismo e compreenda a importância dos minerais e das rochas para a vida do planeta.
A exposição foi montada em parceria com a Escola de Ciências da PUCRS, de forma a inserir o visitante em um ambiente de investigação por meio da apresentação de uma cena de crime – o furto do osso de um esqueleto de dinossauro exposto no Museu. A partir desse crime, a capacidade de observação e dedução do visitante é testada em temas como balística, papiloscopia, informática e biologia forense, além de apresentar a importância dos insetos na investigação criminal.
O espaço foi elaborado com a assessoria científica de curadores da coleção científica de Peixes do Museu para divulgar aos visitantes aspectos relevantes da vida e da obra do cientista inglês Alfred Wallace. Ele viveu por cerca de quatro anos na Amazônia brasileira, desenvolvendo pesquisas em diversas áreas da ciência. A exposição destaca informações sobre a vida do cientista em terras brasileiras, desenhos de espécies de peixes e de plantas feitos pelo próprio Wallace e jogos interativos que envolvem a biodiversidade nativa com o objetivo de mostrar o quanto o conhecimento dessa região é importante para a preservação da vida.
Mesmo em período de distanciamento social, em que não se pode visitar fisicamente o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, o espaço segue disseminando conhecimento. No site do MCT, há conteúdos sobre diversos assuntos relacionados à pandemia da Covid-19, inclusive explicando como a ciência pode ajudar a combatê-la.
O Dia Internacional dos Museus foi instituído pelo Conselho Internacional de Museus (Icom), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). No Brasil, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) coordena a política museológica brasileira e promove a Semana Nacional dos Museus com ações dos museus brasileiros em torno de uma única temática, orientada pelo Icom. Em sua 18ª edição, as ações da Semana são norteadas pelo tema Museus para a Igualdade: diversidade e inclusão.