Encontro contou com a presença de dois professores da Universidade de Bonn, na Alemanha
Nesta quinta-feira, dia 17 de outubro, aconteceu na sala 305 do Prédio 8 a 1ª Jornada de Pesquisa Migrações: Perspectivas Histórico-Conceituais e Análise de Fenômenos Contemporâneos. O evento realizado por meio do Projeto Institucional de Internacionalização (PUCRS-PrInt), em parceria com os pelo Programas de Pós-Graduação em Filosofia, Psicologia, História,, reuniu pesquisadores para debater, de forma interdisciplinar, sobre os fluxos migratórios do mundo.
A abertura do evento foi conduzida pelo professor da Escola de Humanidades Roberto Pich, que destacou a temática como transversal e importante. O pesquisador chamou a atenção sobre todos os seres humanos serem, de fato, descendentes de imigrantes em algum ponto de sua história familiar. Além disso, Pich falou sobre a relação da migração com a política, considerando o movimento espacial entre fronteiras um processo político.
Entre os pesquisadores que apresentaram estudos sobre a temática da jornada estavam os professores Christian Rode e Michael Schulz, da Universidade de Bonn, na Alemanha. Os professores contribuem com o projeto Migrações: Perspectivas Histórico-conceituais e Análise de Fenômenos Contemporâneos, do PUCRS-PrInt.
Rode chamou a atenção para o fato de hoje o país receber imigrantes, mas por muito tempo ter sido um país emigrante. Especialmente no século 19, alemães se espalharam por diversos países, como Estados Unidos e Rússia. O visitante também abordou as mudanças ao longo dos anos, inclusive na união entre a Alemanha ocidental e oriental, em que grupos a favor e contra imigrantes sempre estiveram presentes. Por fim, finalizou com a questão: o que é a unidade na sociedade alemã hoje? Ou seja, questionou sobre o que uniria os diferentes povos que hoje habitam a Alemanha.
O pesquisador Michael Schulz abordou a “cultura das boas-vindas” (welcome culture) projetada especialmente desde 2015, onde a população buscou incentivar o apoio aos refugiados. Schulz retomou episódios históricos em que a Alemanha ficou reconhecida pela ajuda humanitária e proteção contra a deportação. “Muitas pessoas no país hoje se empenham na causa como forma de ‘reconciliação’ histórica”, comentou. Entretanto, o professor destacou o crescimento da oposição contra a abertura das fronteiras e contra a propagação da “cultura das boas-vindas”.
Professores e estudantes de pós-graduação integraram o evento apresentando trabalhos nos mais diversos campos do conhecimento. Para o organizador Roberto Pich, a jornada oportunizou que os participantes conhecessem detalhes da diversidade de pesquisas e de áreas que permeiam o temo. “Podemos dizer que, agora, sabemos muito mais detalhes das pesquisas que cada um realiza em seu campo, seja filosofia, psicologia, sociologia e história, do que sabíamos antes da jornada”, adiciona Pich.
Para as próximas edições, de acordo com Roberto Pich, a ideia será enfatizar alguma das problemáticas de pesquisa sobre migrações: a ênfase histórico-conceitual sobre a necessidade e o interesse na migração, bem como no direito migrar (filosofia); a ênfase nos casos e tipos de doenças mentais associadas à experiência migratória em sentido amplo (psicologia); as relações e os fenômenos sociais, bem como as ações políticas, envolvidos com a migração e com as comunidades de migrantes, no quadro “transnacional” de hoje (sociologia); os modelos históricos para a análise das migrações do passado (séculos 19-20) e para a análise de seus legados sociais, culturais e econômicos nas sociedades moldadas por imigração e imigrantes (história).