Dirigido por Iuli Gerbase, alumni da Universidade, o longa-metragem A Nuvem Rosa concorre ao prêmio de melhor drama estrangeiro no Sundance Film Festival 2021
Lidar com os desafios do confinamento obrigatório e de uma rotina de relacionamento com intensa de convivência. Esse poderia ser um roteiro inspirado na pandemia provocada pela Covid-19, mas as semelhanças entre o longa-metragem A Nuvem Rosa e o momento atual são apenas coincidência. Finalizado meses antes da pandemia, o filme é dirigido por Iuli Gerbase, alumni do curso de Produção Audiovisual da Escola de Comunicação, Artes e Design – Famecos da PUCRS e do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) da Escola de Humanidades. “A ideia é que o filme mostre como cada pessoa tem sua própria ideia de liberdade e de felicidade, que pode ser distante dos padrões que a sociedade estipula para nós, principalmente para as mulheres”, destaca a diretora.
A produção concorre ao prêmio de melhor drama estrangeiro no Sundance Film Festival 2021, maior festival de cinema independente dos Estados Unidos, e será exibida no evento nesta sexta-feira, dia 29 de janeiro. Com a indicação de A Nuvem Rosa, esta é primeira vez que um longa gaúcho é selecionado para a mostra competitiva internacional do Sundance.
Iuli, que no PPGL teve como área de concentração a Escrita Criativa, destaca que a dissertação foi fundamental para o resultado do longa-metragem. “O roteiro do filme foi a parte criativa do trabalho final entregue no mestrado, junto com o ensaio teórico. A primeira versão do roteiro de A Nuvem Rosa, que a banca do mestrado leu, tinha 250 páginas. Até a hora de filmar, cortei esse número pela metade. Ter tido tempo durante o mestrado para me focar neste estudo e na escrita foi muito importante para conseguir escrever o roteiro”, conta.
O filme narra o relacionamento de um casal em confinamento diante da ameaça de uma nuvem tóxica que se espalha ao redor do mundo. O roteiro do longa-metragem destaca os desafios de adaptação dos personagens e a busca por manter a saúde mental. “Acredito que é um bom estudo de personagem. Vemos a trajetória emocional de Giovana e Yago durante anos de confinamento. A interpretação de todos atores está muito boa, e fico orgulhosa pelo trabalho deles. O irônico é que o filme foi filmado em 2019 e muitas das suas cenas se tornaram nossa realidade em 2020. Este caráter premonitório, mesmo que tenha acontecido sem querer, chama a atenção das pessoas para o filme”, comenta Iuli.
A diretora também destaca que perceber as semelhanças entre as cenas do longa e a vida real durante a pandemia de Covid-19 foi uma surpresa, mas que poderá beneficiar os espectadores. “Nunca imaginávamos que um filme de ficção científica, com um elemento tão surreal quanto a nuvem rosa, poderia ter elementos que tornariam realidade tão rapidamente. O lado positivo é que o espectador vai se identificar bastante com os personagens e talvez o filme possa ajudar a processar algumas emoções vivenciadas na pandemia”.
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